Relação de troca para soja e milho com fertilizantes melhora e dá oportunidade aos produtores brasileiros
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Entrevista com Jeferson Souza - Analista de Fertilizantes da Agrinvest no Bom Dia Agro
As relações de troca dos fertilizantes com soja e milho para o produtor brasileiro melhorou nos últimos dias, como explicou o analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza, em entrevista nesta segunda-feira (16). Os preços da ureia são um dos destaques, tendo recuado 30% em 45 dias, em partes, vindo de uma baixa da demanda.
"A demanda, realmente, está derrubando os preços. Temos alguns fatores que incentivaram essa queda da ureia, e na minha visão o fator que derruba até mais de 30% o preço da ureia é uma questão da retração da demanda. Os EUA, com esse atraso da semeadura, poderiam fomentar um pouco a demanda neste final de janela, mas saíram das compras. Aí ficou tudo do lado da Índia e com essa aquisição (em seu último tender, de 1,65 milhão de toneladas, acima do esperado), ficou acima do esperado propocionado pela oferta", detalha Souza.
Assim, embora o espaço para uma baixa ainda mais intensa seja curto, há uma possibilidade de que os valores da tonelada da ureia possam apresentar uma baixa no curto prazo, dando boas chances de compra. "E por isso estamos vendo produtores em Mato Grosso antecipando suas compras para o milho safrinha 2023 (...) Estamos vendo uma queda acentuada na relação de troca do milho safrinha com a ureia, voltando aos patamares de 2020. E começamos essa semana com uma relação de troca melhor do que estava o safrinha 2020", complementa o analista.
Para o MAP com a soja 2022/23 a relação de troca também melhorou, também dando boas oportunidades para o sojicultor brasileiro. E como explica Souza, chama ainda mais atenção, uma vez que a janela no caso da nal de abril para agora, de 44 para 38 sacas. No KCl, a relação saiu de 41 para 38 sacas. "A janela para a soja está curta".
O analista reforça o fato de que apesar dessa melhora nas relações de troca se deu, principalmente, com um aumento nos preços dos grãos e em uma demanda mais contida dos fertilizantes. Assim, o cenário mais preocupante acaba ficando um pouco mais "de lado", não tanto em evidência, porém, mantido no radar dos especialistas. "Os riscos não deixaram de existir, até porque os nervos não se acalmaram lá no Leste da Europa, e não sabemos onde isso vai parar", diz.
As importações de fertilizantes pelo Brasil no período de janeiro a abril tiveram uma alta de 7,2%. Todavia, Souza alerta para o que pode ser observado no segundo trimestre, quando os impactos da guerra estarão mais claros, bem como os volumes de produtos que chegarão da Bielorrússia e do Canadá ao país.
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