Milho fecha no vermelho na B3, acompanhando baixa intensa do dólar nesta 3ª feira

Publicado em 03/05/2022 17:51

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O mercado do milho fechou o pregão desta terça-feira (3) no vermelho na B3. A baixa intensa do dólar frente ao real, de mais de 2%, pesou sobre as cotações, as quais marcaram perdas de até 3,47%, como foi o caso do vencimento setembro/22, que fechou com R$ 94,70 por saca. Ainda assim, como explicou o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a semana ainda tem se mostrado de bons indicativos, seja nos portos ou no interior do Brasil, embora o tom ainda se mostre calmo. 

Os compradores permanecem  ainda retraídos, bem como os vendedores. "E a tendência deverá ser de acomodação, com viés de leve baixa com a confirmação de chuvas em regiões produtoras do Brasil e clima melhor para o plantio nos EUA", complementa. 

Brandalizze afirma, mais uma vez, que a safrinha brasileira de fato tem problemas, porém, sem serem generalizados ou tão graves como os do ano passado, além de contar ainda com uma área recorde de plantio nesta segunda safra. Ainda assim, apesar da tendência de acomodação, as cotações permanecem em patamares remuneradores, dando boas chances de comercialização ao produtor brasileiro. 

No porto de Rio Grande, os indicativos caminham na casa dos R$ 95,00 para agosto, a R$ 100,00 por saca no dezembro. "E teremos que trabalhar muito na exportação", acredita o consultor. 

No mercado interno, são indicativos - balcão - na casa de R$ 85,00 oara o Rio Grande do Sul; de R$ 82,00 a R$ 84,00 no Paraná. No mercado de lotes, de R$ 87,00 a R$ 92,00, nas indústrias do sul e sudeste. Centro-Oeste tem poucos negócios dados os baixos volumes disponíveis a serem comercializados. 

"Os indicativos são de que estão saindo negócios novos, com essa fase de chuvas, de milho para embarcar entre setembro e outubro na faixa de R$ 97,00 por saca no porto de Paranaguá, milho de Mato Grosso, liquidando (no interior do estado) entre R$ 75,00 e R$ 77,00", relata Brandalizze. 

MERCADO INTERNACIONAL

Na Bolsa de Chicago, as cotações do milho cederam entre 7 e 12,25 pontos nos principais vencimentos, com apenas o maio se mantendo no patamar dos US$ 8,00, encerrando o dia com US$ 8,00 por bushel. Já o julho fechou com US$ 7,93 e o setembro com US$ 7,50. As baixas acompanharam os vizinhos soja e milho, sentindo, em partes uma pressão vinda do mercado financeiro, com os fundos se desfazendo de algumas posições entre as commodities agrícolas. 

E embora o reflexo não seja imediato, o foco central do mercado dos grãos em Chicago tem sido o plantio nos Estados Unidos. Os trabalhos de campo estão bastante atrasados em função do clima adverso neste momento, principalmente o excesso de chuvas nos EUA. 

"O plantio do milho está muito atrasado (...) A foto é muito nítida: quanto mais ao norte, menor é a velocidade", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. "Historicamente, a relação entre atraso e produtividade é negativa, mais atraso, menos produtividade, assim como também a área final. Dependendo da região, após o dia 15 de maio, o seguro agrícola cai 1 bushel de cobertura para cada dia adicional de atraso, o que desencoraja a finalização da área total almejada pelo produtor. No entanto, isso depende muito dos preços e também das condições climáticas. Historicamente a redução ocorre em anos muito chuvosos, padrão que o NOAA está reforçando para esse mês de maio", completa. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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