Ibovespa perde força com exterior e registra 3ª queda consecutiva

Publicado em 12/04/2022 17:26 e atualizado em 12/04/2022 18:32

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SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira encerrou o terceiro pregão seguido no vermelho nesta terça-feira, seguindo a piora de Wall Street e revertendo ganhos de mais cedo.

O setor financeiro foi a principal influência negativa do dia, enquanto Cosan foi o destaque positivo.

O Ibovespa caiu 0,69%, a 116.146,86 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 24,6 bilhões de reais.

A manhã havia sido positiva, com reação a dados de inflação norte-americana em linha com o esperado e núcleos abaixo das expectativas.

Para Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, o avanço do preço do petróleo "trouxe preocupações renovadas para a inflação e ofuscou o alívio trazido pelo núcleo do CPI (índice de inflação) dos EUA abaixo do esperado".

O índice de preços ao consumidor dos EUA em março atingiu o pico em décadas em 12 meses, mas dentro do esperado. Economistas destacaram o desempenho abaixo do previsto dos núcleos da inflação (medidas que desconsideram alguns preços para mostrar melhor a tendência), o que aliviou as ações.

O dado ajuda a balizar apostas para ações do Federal Reserve (Fed banco central dos EUA) para novas altas de juros, como parte dos esforços para combater a inflação. Os principais índices em Wall Street recuaram ao redor de 0,3%.

"O mercado só discute isso: inflação no exterior, inflação no Brasil; política monetária no exterior, política monetária no Brasil", diz Ariane Benedito, economista da CM Capital, que viu impacto de declarações de membros do banco central norte-americano na virada dos mercados à tarde.

Sobre a tendência para bolsa local, ela diz que as altas recentes - o Ibovespa tem alta de 10,8% em 2022 - formam "movimento muito fora da curva". "Não temos um crescimento da bolsa qualitativo, temos uma bolsa em um período benéfico para países emergentes" por causa das commodities, afirma ela.

No Brasil, o volume do setor de serviços caiu 0,2% em fevereiro ante janeiro, divulgou o IBGE pela manhã, enquanto analistas esperavam aumento de 0,7%.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN caiu 0,3% e ON avançou 0,1%, após disparada de mais de 6% do preço do petróleo Brent, com a China reduzindo restrições contra Covid-19, o que aliviava temores sobre a demanda. Além disso, a produção de petróleo e condensado de gás russos caiu a níveis de 2020, disseram fontes à Reuters. PETRORIO ON ganhou 1,7%.

- VALE ON desvalorizou-se 0,7%, mas siderúrgicas avançaram, após alta de 4,4% dos futuros do minério de ferro em Dalian, com suspensão de lockdown em Tangshan, que abriga um centro siderúrgico chinês. Os futuros do aço avançaram em Xangai, diante de incentivo do governo a potenciais medidas para garantir transporte dos materiais de produção.

- INTER UNIT cedeu 8,5%, após informar alta de 82% na base de clientes no primeiro trimestre sobre um ano antes, enquanto a originação de crédito cresceu 22%. O ritmo da originação sofreu um grande revés, transações de cartões ficaram estáveis e a qualidade do crédito deteriorou-se, especialmente em cartões, escreveram analistas do Itaú BBA.

- B3 ON caiu 3,56%, na quarta sessão consecutiva de queda. Grandes bancos de varejo também cederam.

- CIELO ON ganhou 4%, quarta sessão seguida de alta. COGNA ON subiu 4,5%, após duas baixas.

- VIVEO ON avançou 4,4%, após a fabricante e distribuidora de materiais e medicamentos para o setor de saúde anunciar a aquisição de três empresas por um valor total de 365,5 milhões de reais.

- DIRECIONAL ON mostrou alta de 2%, enquanto MITRE ON disparou 5,3%, após as duas empresas do setor imobiliário divulgarem prévias operacionais do primeiro trimestre. As ações não fazem parte do Ibovespa.

- INFRACOMMERCE ON afundou 6,9%, em dia negativo para ações ligadas a tecnologia e após a plataforma de comércio eletrônico dizer que novo plano de incentivos a executivos é fundamental para seu crescimento. A proposta causou críticas no mercado e fez o papel despencar em sessões recentes.

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Fonte:
Reuters

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