Milho sobe forte em Chicago nesta 3ª com possível aumento da mistura de etanol na gasolina nos EUA
As altas generalizadas para as commodities agrícolas se intensificaram durante toda a terça-feira (21) e os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia com ganhos entre 11,75 e 14 ponto nas posições mais negociadas. Assim, o maio terminou o dia com US$ 7,76 e o dezembro com US$ 7,31 por bushel. O grão acompanhou altas fortes sendo registradas ainda no trigo e na soja. Além disso, ainda pegou carona nos ganhos de mais de 6% do petróleo nesta sessão.
O mercado do milho já vinha registrando a falta de avanço do plantio norte-americano de milho na última semana, de acordo com os dados do reporte semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado no final da tarde desta segunda (11), após o fechamento do pregão na CBOT.
O índice da semeadura ficou mantido em 2% até o último domingo (10). O mercado, por sua vez, esperava uma semeadura concluída em 4%, mesmo número do ano passado, e acima da média dos últimos cinco anos de 3%.
Para dar ainda mais espaço ao avanço do grão, a notícia de que o presidente americano Joe Biden poderia autorizar um aumento da mistura de etanol na gasolina nos EUA chegou nesta terça. De acordo com informações apuradas pela Agrinvest Commodities, a mistura poderia passar do E10 para o E15 e o objetivo é tentar conter os preços da gasolina, já que o aumento da mistura poderia reduzir o preço da mesma em 10 centavos por galão.
"Essas economias podem aumentar, especialmente durante os meses de verão, quando o combustível é elevado e à medida que a emergência de abastecimento causada pela agressão de Putin (presidente russo Vladimir) continua", disse um alto funcionário do governo à agência internacional de notícias Reuters.
A agência pôde apurar também que a decisão, ao ser confirmada, seria ainda uma "vitória para o lobby do milho nos EUA, já que, provavelmentem expandiria a demanda por etanol à base de milho. Ao mesmo tempo, seria também um revés para as refinarias de petróleo que vêem o combustível do cereal como um concorrente importante".
MERCADO BRASILEIRO
Na B3, os futuros do milho também encerraram a terça-feira em campo positivo, com altas de 0,89% a 2,16%, com as altas mais fortes sendo registradas nos contratos mais longos. O maio concluiu o dia com R$ 88,21 e o novembro com R$ 90,33 por saca. "O mercado brasileiro recuperou uma parte do fôlego por conta das altas de Chicago. As cotações do milho estão muito boas este ano", diz Vlamir Brandalizze.
Para o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, os problemas sentidos também pelo produtor norte-americano agora são favoráveis para o produto nacional, valorizando o produto do Brasil. Todavia, a segunda safra evolui bem, traz boas perspectivas e pode causar alguma pressão sobre as cotações, ou ao menos limitar seu potencial de altas.
"Os preços estão estáveis há alguns dias, então não há muitos negócios com milho. Os grandes compradores estão vendo que a safrinha vai bem, não querendo pagar mais do que se oferece, esperando pela safrinha", explica. "As cotações ainda são boas, os indicativos são muito bons e agora nos resta ter uma boa rentabilidade".
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