StoneX: Produção nacional 2022/23 de trigo tem potencial para recorde
Diante do atual cenário internacional de menor disponibilidade de oferta, potencializado pelo conflito na Ucrânia, os produtores de trigo ganharam estímulos significativos para investir na cultura com o atual incremento dos preços, tanto no mercado externo, como no Brasil.
Na primeira estimativa da safra 2022/23 realizada pela equipe de consultoria de trigo da StoneX, o grupo estima uma área nacional de 3,4 milhões de hectares para a próxima temporada, com crescimento expressivo de mais de 20,6% em relação ao fechamento da safra 2021/22. A produção nacional segue em linha com este crescimento, com potencial para superar 10 milhões de toneladas – recorde nacional.
“É importante destacar que diante de uma taxa cambial favorável e preços competitivos, o Brasil tem se tornado potencial exportador de trigo, algo novo para o país”, explica o consultor em gerenciamento de riscos da StoneX, Jonathan Pinheiro.
Com menor disposição dos compradores nacionais em pagar preços superiores, e com cotações competitivas para atuar no mercado externo, os compradores internacionais têm visto o trigo brasileiro como alternativa à suas aquisições. Frente a esta conjuntura, o país poderá apresentar níveis de exportação ainda superiores aos já vistos na temporada de 2021/22.
Os principais destaques para o incremento de área são os dois maiores estados produtores do país, o Paraná e Rio Grande do Sul. Para 2022/23, cada estado apresenta área estimada aproximada de 1,5 milhão de hectares plantados, incremento individual superior a 20% em relação temporada anterior. A produção gaúcha poderá ficar por volta de 4,58 milhões de toneladas, enquanto no Paraná a produção fica por volta de 4,3 milhões de toneladas, ainda segundo levantamento da StoneX. A soma da produção destes estados representa quase 90% da produção nacional.
Já em relação ao balanço de oferta e demanda da temporada 2022/23, espera-se um incremento na oferta em comparação com a safra passada, puxado principalmente pelo aumento de mais de 20% da produção, que deve ultrapassar os 10 milhões de toneladas. “A estimativa de produção recorde deve trazer menor dependência do trigo internacional, mantendo nossas importações para essa temporada em 6,5 milhões de toneladas”, explica o consultor em gerenciamento de riscos do grupo, Fabio Lima.
“Do lado do consumo, as sementes devem ter maior demanda em virtude do aumento de área e a moagem deve crescer para 12 milhões de toneladas. O ponto de maior destaque no uso total são as exportações, que tem potencial para chegar a 3,5 milhões de toneladas, um recorde nacional”, avalia em relatório.
Os estoques finais devem totalizar 697 mil toneladas, pouco mais de 1,5 mês de consumo nacional. Com isso, a relação ao estoque/uso continuará próxima dos 4%.
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