Soja recua em Chicago após altas consecutivas, mas alta do dólar dá suporte aos preços no mercado do BR

Publicado em 06/04/2022 17:38

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O mercado da soja na Bolsa de Chicago voltou a recuar nesta quarta-feira (6) e fechou o dia com baixas de mais de 10 pontos nos principais contratos. As perdas variaram entre 10,50 e 14,50 pontos, com o maio fechando o dia com US$ 16,19 e o julho com US$ 16,03 por bushel. A volatilidade permanece muito presente no andamento de todas as commodities e entre as agrícolas, que são ainda mais sensíveis, de forma mais expressiva. 

As perdas vieram na sequência de duas sessões nesta semana de altas bastante fortes, ainda refletindo preocupações com a continuidade da guerra. O conflito entre Rússia e Ucrânia já dura 42 dias e segue comprometendo praticamente todas as cadeias de suprimentos mundo a fora, traz incertezas sobre a demanda, alimenta o processo inflacionário e distorce as projeções econômicas no mundo todo. 

"A guerra russa contra a Ucrânia continua como o principal foco do mercado. Autoridades militares dos EUA afirmam que a guerra deve se estender no mínimo até o final do ano", explica Ginaldo Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro. 

Todavia, como disseram os analistas do portal norte-americano Farm Futures, "o forte rally dos grãos tirou um momento pra retomar o fôlego". Ainda de acordo com os especialistas do portal internacional, "os mercados entraram em um movimento de vendas técnicas e realização de lucros depois de subirem substancialmente no começo desta semana". 

Ainda assim, os especialistas destacam também que, apesar das baixas expressivas, os primeiros contratos da soja conseguiram se manter firmes no patamar dos US$ 16,00 por bushel. Como afirmou o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora e da Agrosoya, "a volatilidade, em tempos de guerra, é selvagem". Veja sua entrevista na íntegra:

+ Soja em Chicago devolve parte dos ganhos da semana pressionada pelo clima nos EUA, fraca demanda chinesa e movimentação dos fundos

E mantiveram-se neste patamar mesmo dias antes do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trazer seu novo boletim mensal de oferta e demanda. Nesta sexta-feira, 8 de abril, os novos números serão reportados - às 13h (Brasília) - o que também exige dos traders alguns ajustes antes da divulgação. As expectativas para o reporte indicam, principalmente, um corte nos estoques finais norte-americanos de soja e um a revisão para baixo nas safras 2021/22 do Brasil e da Argentina. 

No entanto, o mercado talvez precisaria de mais novidades para definir um mercado mais claro. 

Ainda no radar dos traders estão as primeiras impressões sobre a safra 2022/23 dos Estados Unidos. O plantio do milho já começou, está concluído em 2% da área e assim, as condições de clima no Corn Belt ganham ainda mais relevância. Para a soja, além do clima, o mercado também mantém seu foco sobre as estimativas de uma área que pode ser recorde nesta nova temporada. 

"Players aguardam atualizações sobre a crescente seca nas planícies dos Estados Unidos. Os prognósticos climáticos não indicam chuvas significativas para as regiões nos próximos dias", afirma Sousa.

MERCADO BRASILEIRO

Se nesta quarta-feira a pressão veio de Chicago, no Brasil as cotações voltaram a encontrar suporte no dólar. A moeda americana fechou o dia com ganho de 1,19% e sendo cotada a R$ 4,72, depois de consecutivas e expressivas baixas. Assim, algumas praças chegaram a marcar ganhos de até 3,75%, como foi o caso de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde a saca de soja encerrou o dia com R$ 166,00. 

Nos portos, os ganhos foram mais moderados, mas também registrados. Em Paranaguá, R$ 184,00 no disponível e R$ 183,00 para maio, com altas de 0,55% para ambos os indicativos. Em Rio Grande, R$ 183,00 e R$ 182,00, respectivamente, também com altas de 0,55%. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistdasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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