IFC manterá ritmo no Brasil com foco ambiental, independente de resultado da eleição

Publicado em 05/04/2022 15:34

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SÃO PAULO (Reuters) - O International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para o setor privado, deve manter o ritmo de investimentos no Brasil com foco em aspectos ambientais, a despeito do resultado das eleições presidenciais deste ano, disse um executivo do órgão nesta terça-feira.

"Mesmo que o governo não estiver apoiando a agenda ambiental ativamente, temos mantido nossos planos de investimentos com empresas privadas enfatizando que isso é importante para que elas sejam mais resilientes aos efeitos das mudanças climáticas", disse à Reuters o diretor do IFC para América Latina e Caribe, Martin Spicer.

Os comentários de Spicer sublinham a disposição do IFC de manter sua política de ter a sustentabilidade ambiental como sua principal régua para desembolsos no país. Cerca de 60% dos cerca de 2,8 bilhões de dólares aplicados anualmente pelo órgão na região têm essa pré-condição, ante 35% em outros países.

Segundo o executivo, além dos investimentos em andamento em projetos de energia limpa, o IFC enxerga novas oportunidades de participar em empreendimentos ligados a saneamento básico no país, após a aprovação de novo marco no setor, o que tem multiplicado planos de privatizações e parcerias público-privadas (PPPs).

No ano passado, a entidade já havia liberado um financiamento de 300 milhões de reais para a companhia gaúcha de saneamento, Corsan, para ações de redução de perdas de água e eficiência energética.

Alvo frequente de cobranças para fortalecer a agenda de preservação ambiental, o governo de Jair Bolsonaro, em campanha para entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), enviou carta ao órgão em janeiro, afirmando que está comprometido em implementar políticas alinhadas às metas de combate a mudanças climáticas. Em fevereiro, o país teve desmatamento recorde na floresta amazônica para o mês.

Segundo Spicer, além da agenda ambiental, o IFC também tem discutido participar de mais projetos nas aéreas de educação básica com uso de tecnologia e de saúde, especialmente para negócios emergentes.

No fim de março, o IFC assinou o repasse de 150 milhões de dólares para o Santander Brasil para financiar pequenos negócios na área de saúde no país.

"Investir em venture capital é parte do nosso negócio", disse Spicer, adicionando que os efeitos da pandemia na América Latina abriram um série de novas oportunidades de apoiar empresas com alto potencial de crescimento nessas áreas.

Outro foco recente do IFC nos investimentos com uso de alta tecnologia é no agronegócio, disse ele, o que ganha mais relevância agora com os desdobramentos da guerra na Ucrânia e os efeitos nos preços internacionais de commodities.

Em fevereiro do ano passado, o IFC fez acordo para injetar 10 milhões de dólares em um fundo da SP Ventures, gestora brasileira dedicada a investimentos em startups do agronegócio, as chamadas agtechs.

(Por Aluísio Alves; Edição de André Romani)

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Fonte:
Reuters

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