Milho fecha a 2ªfeira com mais um dia de quedas na B3
A segunda-feira (04) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando um novo dia de recuos na Bolsa Brasileira (B3).
O vencimento maio/22 foi cotado à R$ 87,15 com desvalorização de 2,40%, o julho/22 valeu R$ 87,25 com baixa de 1,86%, o setembro/22 foi negociado por R$ 86,90 com perda de 1,25% e o novembro/22 teve valor de R$ 89,26 com queda de 1,48%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, no mercado nacional, os preços do milho perderam o patamar dos R$ 90,00 por dois diferentes fatores.
“A safrinha vai bem obrigado com lavouras excepcionais no Mato Grosso e já tem milho verde com novas chuvas entrando e o dólar em queda, que automaticamente faz o porto perder os R$ 90,00 e ficar entre R$ 88,00 e R$ 89,00 para exportação”, diz.
Brandalizze acredita que as cotações em dólar ainda estão boas, acima de US$ 320,00 a tonelada, mas os valores em reais recuaram forte e começam a chegar em pontos favoráveis à indústria de ração, que pode voltar a crescer e puxar a demanda.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou um dia de recuos neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização apenas em Amambai/MS. Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rio do Sul/SC, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Eldorado/MS, Oeste da Bahia e Cândido Mota/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “depois de algumas semanas movimentadas com o retorno da demanda de importadores - que compraram grandes volumes para embarcar em abril, o mercado spot voltou a ficar dependente de consumidores domésticos que, por sua vez, estão abastecidos e adiam negócios para quando a safrinha for colhida”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta que, “com os compradores afastados dos negócios, o milho segue sendo pressionado para baixo no mercado físico, em Campinas/SP a saca é vendida próxima dos R$ 92,00”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que os preços do milho seguem acumulando quedas no mercado brasileiro.
“No geral, o movimento de baixa esteve mais intenso no início da última semana, quando vendedores, com necessidade de “fazer caixa”, estavam mais flexíveis nos valores de negociação. Já a partir da quarta-feira, 30, muitos produtores se afastaram do spot nacional, reduzindo o ritmo de desvalorização do cereal”.
Do lado comprador, segundo colaboradores do Cepea, boa parte já havia aproveitado os menores preços no começo da semana e recomposto os estoques e, nesses últimos dias, também reduziram as aquisições. Nesse cenário, a liquidez esteve menor. Entre 25 de março e 1º de abril, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) caiu fortes 5,1%, fechando a R$ 92,04/saca de 60 kg na sexta-
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) acumulou movimentações altistas para os preços internacionais do milho futuro ao longo de toda a segunda-feira.
O vencimento maio/22 foi cotado à US$ 7,50 com elevação de 15,50 pontos, o julho/22 valeu US$ 7,39 com valorização de 17,50 pontos, o setembro/22 foi negociado por US$ 7,11 com alta de 15,50 pontos e o dezembro/22 teve valor de US$ 6,99 com ganho de 11,00 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (01) de 2,04% para o maio/22, de 2,50% para o julho/22, de 2,16% para o setembro/22 e de 1,60% para o dezembro/22.
Segundo informações da Agência Reuters, o milho dos Estados Unidos subiu nesta segunda-feira, sustentado pela interrupção do fornecimento de grãos do Mar Negro à medida que o conflito na Ucrânia continua, enquanto as atenções se voltam para a produção dos Estados Unidos.
As exportações de grãos da Ucrânia em março foram quatro vezes menores do que os níveis de fevereiro devido à invasão russa, disse o Ministério da Economia da Ucrânia neste domingo. Os plantios de primavera permanecem incertos, enquanto os exportadores procuram maneiras de enviar grãos por ferrovia, já que os portos marítimos permanecem bloqueados pelas forças russas.
“É um evento de vários anos, não importa quem esteja no controle da área. A infra-estrutura está severamente danificada. Essa realidade voltou em jogo em todas as commodities esta manhã”, disse Chuck Shelby, presidente da Risk Management Commodities.
A publicação destaca que os futuros de milho também foram impulsionados porque os exportadores privados relataram a venda de 1,084 milhão de toneladas de milho dos EUA para a China (676.000 toneladas para entrega no ano comercial de 2021/22 e 408.000 toneladas para entrega em 2022/23), informou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
“Não vemos um tão grande há, não sei quanto tempo. Mais da metade dessa venda é de milho que eles pretendem entregar antes do final de agosto”, disse Joe Vaclavik, presidente da Standard Grain.
Isso se soma a 1,53 tonelada de milho inspecionada para exportação na semana encerrada em 31 de março, perto do limite máximo das expectativas dos analistas.
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