Gestão eficiente nos bons momentos do agronegócio é fundamental para passar pelos períodos de crise
O agronegócio e os setores urbanos estão intrinsecamente conectados, já que as cadeias produtivas de alimentos influenciam diretamente no cotidiano das cidades. Porém, muitos ruídos de comunicação entre as duas pontas geram discussões e desentendimentos que merecem atenção. Nesse contexto, o site Notícias Agrícolas e a consultoria MPrado desenvolveram o projeto Conexão Campo e Cidade, que visa debater diversas questões relacionadas aos negócios que envolvem os ambientes urbanos e rurais.
Confira aqui todas as edições do Conexão Campo Cidade
Assim como uma empresa do meio urbano, é necessário que a produção no campo tenha uma gestão eficiente. Esse foi o foco da edição da última segunda-feira (29) do Conexão Campo Cidade, com a participação do economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz.
A hora certa para vender
A primeira questão levantada no programa foi sobre o momento certo para o produtor decidir vender pate da safra. Antônio da Luz ressaltou que muitas vezes as pessoas esperam por preços mais altos, porém as contas chegam e os boletos começam a vencer. É importante que o produtor tenha caixa nesse momento.
Por isso, segurar na espera por preços melhores pode não ser uma boa opção. Além desse motivo, o economista reforçou que não se pode especar com coisas que têm volatilidade, como é o caso das commodities. Os custos e despesas são certos, o produtor sabe quanto é, então deve-se negociar com o objetivo de ter rentabilidade sobre os custos e não imaginando quanto pode lucrar mais.
Antônio da Luz frisou que o pensamento do produtor precisa evoluir para algo mais estável. Quando a soja estava a R$ 200,00/sc, era hora de vender, como muito fizeram. Ele cita que é necessário desfazer a ideia de "acertar o olho da mosca".
Aproveitando os bons momentos
Seguindo essa linha, o economista afirmou que não tem como controlar as coisas que vão acontecer, então, aquilo que a gente não controla, a gente gerencial. Ele ressaltou que nenhuma empresa, sejo no agro ou no meio urbano quebre nos anos ruins. Segundo ele, as empresas podem fechar nos anos ruins, porém quebre no ano bom, porque é quando se tem escolhas.
Nos bons momentos, é preciso tomar decisões para perpetuidade do negócio. Antônio citou uma pesquisa feita nos Estados Unidos, a qual mostrou que 80% das empresas americanas quebravam justamente nos momentos de crescimento. "O difícil é estar pronto para o pior cenário, e é mais difícil quando não se organizou no melhor cenário", frisou o convidado.
Dessa maneira, nos momentos de boa safra e altos preços, os produtores precisam planejar se negócio para quando vierem os momentos ruins. O economista exemplificou aquisição de novas áreas ou arrendamentos maiores que são feitos muitas vezes com a intenção de crescer e que vão trazer lucros maiores, caso se mantenha a rentabilidade dos bons anos. Porém, são investimentos que em anos ruins, podem se converter em grandes prejuízos, portanto, é preciso que o agricultor tenha sempre em mente a possibilidade de acontecer as crises.
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