Semana ruim para o produtor brasileiro com soja despencando em reais; movimento pode continuar nos próximos 60 dias
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Entrevista com Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Depois de uma semana bastante intensa e agitada para as cotações, mas sem mexer muito nos patamares praticados na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam o pregão desta sexta-feira (25) com alta nas principais posições. "O mercado espera pelo novo boletim de área (que o USDA traz no dia 31 de março). Dissemos que Chicago iria trabalhar em um movimento lateral e é o que tem acontecido", explicou o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Os preços subiram entre 3,50 e 9,50 pontos nas posições mais negociadas, com o maio terminando a semana em US$ 17,10 por bushel, enquanto o julho ficou em US$ 16,88. "Chicago está estável, sem motivo para preocupação. Do lado da baixa, mas perto dos US$ 17,00", complementa Edwards.
Apesar da lateralidade das cotações em Chicago, a semana não foi tão simples e nem muito boa para o mercado brasileiro da soja, principalmente por conta do dólar. A moeda americana acumulou uma nova baixa semanal, fechou a sessão desta sexta-feira com perda de 1,75% e R$ 4,75, menor patamar desde 11 de março de 2020.
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"O comprador está apostando que tem produtor que precisará vender soja nas próximas quatro a seis semanas", acredita o consultor, o que ajudou a intensificar uma pressão sobre os prêmios para o produto do Brasil. E de fato, na visão do consultor, há uma parcela dos produtores brasileiros que terão de, efetivamente, vir a mercado para fazer algumas novas vendas, seja para liberar espaço para a chegada da segunda safra de milho ou até mesmo para se capitalizar.
Na sequência, passando a chegada desse volume, os preços em Chicago podem recuperar parte de sua força, pelo menos até que chegue a nova safra dos Estados Unidos. O mercado, afinal, ainda encontra um suporte importante nas questões fundamentais - as quais não deverão se resolver rapidamente, no curto prazo - além do quadro inflacionário no mundo todo, bem como a oferta escassa de fertilizantes para a próxima safra do Brasil.
"O quadro de escassez não está drástico hoje. Mas, como uma quebra da safra dos EUA seria muito drástico, especialmente, se a oferta da Rússia e Ucrânia for reduzida, como é esperado", explica Aaron Edwards. "Havendo uma confirmação de menor oferta, agravamento da inflação, todos esses problemas podem provocar novas altas. Estamos estáveis porque essas notícias já são conhecidas e não tem nada agravante por hora".
O consultor afirma também que a demanda segue estável e que com a baixa do dólar frente ao real ajudou a estimular as compras da China nos Estados Unidos ao invés do Brasil, aproveitando as oportunidades que o mercado lhe oferece.
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No entanto, Edwards afirma também que o patamar dos US$ 17,00 por bushel em Chicago é um nível que dá certa "dificuldade" à demanda, porém, trata-se de algo pontual, com os preços podendo vir a se recuperar mais a diante.
1 comentário
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DIOGO SABIAO Araçatuba - SP
Falou, falou e não disse nada, no final menciona os atuais US$ 17,00/buschel! Nosso problema essa semana foi o dólar para a formação dos preços. Só estará desesperado para vender os produtores que não tiveram médias boas, ou seja, não tem muito produto..., quem produziu bem, já vendeu uma parte e com certeza vai segurar o grão até voltarem os preços
Diogo, cada caso um caso. Eu particularmente produzi bem a soja e no inicio da semana passada tinha fechado 90% da soja que produzi, deixando apenas 10% a ser comercializada mais a frente. Um seguro que deixo pra caso de alguma emergência.
Todos nós temos informações, a interpretação cabe a cada um de nós. Agricultura é uma atividade tão arriscada, que eu não quis arriscar a minha lucratividade, apertei o botão da venda e a partir daquele momento não me importava mais se o valor iria continuar a se apreciar ou não. A minha lucratividade já está assegurada. Não me importo com a opinião dos outros e muito raramente sigo o efeito manada. Sugiro a vc ter mais opinião própria, não é elegante justificar o seu erro falando que mais gente cometeu. Minha mãe sempre falava, meu filho é vc e não os seus amiguinhos....
Sr Elcio eu particularmente estava com saudade da sua presença aqui no Fala Produtor, pois ha muito tempo nao via um comentario seu... Chegamos num ponto que ninguem esperava... Para combater a inflaçao o Banco Central subiu os juros e ai um monte de dolares fluiu para ca', alterando o cambio... Ontem mesmo o presidente do Banco Central foi entrevistado na TV Bandeirante e ate' ele nao sabe onde essa estoria vai acabar... Aproveito para lhe perguntar , o girasol e' exigente em agua tanto quanto o milho ?
Sr Carlo, estava trabalhando demais, sabe como é, colheita plantio e pulverização, mas agora normalizou, estarei mais frequente novamente. Girassol é menos exigente que o sorgo em relação a exigência de água. Na minha região, no centro oeste de Goiás e com aproximadamente 1.000 metros de altitude, a janela do girassol encerrou no dia 10 de março, alguns ainda plantaram até o dia 15 de março.
Bom Srs acho que tudo isso e a velha manobra de sempre agora chega a hora de pagar os bancos e muitos produtores terão de vender a safra ou boa parte dela, isso tem sido por todos os anos nessa época, quem colheuais.ceso aproveitou os preços agora que os estoques estão abastecidos as compradoras tiram o pé e assim vai compra mais barrato os grãos suprindo melhor seus estoques, lá por setembro quando já nos preparamos para o plantiu e que começa uma nova fase, se acontecer algum imprevisto no início os preços irão subir caso contrário poderá ficar ou cair os preços, e assim segue o baile do agro temos que seguir o tom e tentar adivinhar o futuro para acertar as escolhas futuras baseados em previsões de outros e lutando com a nossa realidade, país sem estradas rurais, sem armazenamento, escoamento precário, indústria fraca, rede ferroviária só agora está tendo atenção, entre outros motivos. sem mais
Quem colheu mais cedo
Sr Hilário Bussolaro, aqui também aprendemos a " fazer manobras"...
Quando o preço sobe bem( e estava muito remunerador até há poucos dias, ficando bastante assim por um bom período)...
Vendemos soja às tradings com quem comumente negociamos...
E assim muitos colegas agricultores o fazem.
Dessa forma, não perdermos tempo e energia sentindo raiva daqueles que vivem(e bem) na função de atravessadores..
Soja como produto de alta liquidez permite "essas manobras".
E vai continuar assim por um bom tempo, acreditamos!!
Sr Cacio não se trata de ter raiva de atravessador e sim que os próprios agricultores é que são culpados por isso, não se unem pra nada e ficam refém principalmente de armazenagem a qual nos tira muito de nossa produção, os grãos no disponível agregam valores e aumentam a procura e isso da suporte e mais lucro ao produtor, com estoque na fazenda tira dos atravessadores a vantagem que hoje eles tem na armazenagem principalmente.
Sr. Hilário, concordo em parte com seus argumentos...
A questão da armazenagem é mais problema de (in)capacidade de investimento do que de desorganização dos produtores(embora haja uma certa "conexão" entre as duas variáveis)...
Por outro lado, no entanto, enquanto o "ideal" não chega..., vamos vendendo quando as cotações são remuneradoras(contratos futuros). O ruim é ver o "bonde passar"(preços muito remuneradores) e não fazer nada...
Em tempo, razoável lembrar que investir em capacidade de armazenagem tem custo alto(e muitíssimo elevado nos dias de hoje), conta que há que ser feita, necessariamente!! Dependendo da escala, inviável!!
Saudações, Sr. Hilário!!
Aqui no Sudoeste do PR nossa produção fica na mão de Cooperativas, que tabelam os preços conforme o mercado, então não temos autonomia pra brigar por preços maiores, mesmo tendo empresas de ração na cidade que buscam milho no Py e Arg e chegam aqui a preços muito maiores. No caso do milho, quando estava no balcão a 90 reais na cooperativa, la pra eles estava chegando de fora a 125,00 a saca.