Trigo registra intensa volatilidade, mas fecha 3ª feira novamente em alta na Bolsa de Chicago
O mercado do trigo fechou o pregão desta terça-feira (22) em alta na Bolsa de Chicago depois de registrar mais um dia da intensa volatilidade. Os preços subiram de 8 a 22,25 pontos nos principais contratos, com o julho encerrando o dia em US$ 11,01 e o setembro com US$ 10,68 por bushel. Os ganhos mais fortes foram registrados nos contratos mais longos, diferentes do que se observava há algumas semanas.
A guerra permanece no centro dos negócios quando se trata de trigo. Afinal, além da disrupção no abastecimeto pelas nações que estão no 27º dia do conflito, os traders agora se preocupam com as novas safras tanto da Rússia, quanto da Ucrânia, as quais deverão ser consideravelmente menores em relação à anterior dadas todas as dificuldades.
Nesta terça, o ministro da Agricultura ucraniano, Roman Leshchenko, afirmou que pode haver uma severa redução na área de plantio de primavera no país, para algo próximo a 7 milhões de hectares, contra 15 milhões estimados antes do início da guerra.
"O plano ajustado atualmente é de 7 milhões de hectares. Na verdade, corrigimos (o plano inicial) pela metade. Haverá menos milho”, disse Leshchenko à Reuters Internacional. “Temos grandes estoques de milho, e como exportar depois é uma questão muito difícil", complementou o ministro.
Além dos reflexos do conflito, o mercado do trigo também intensifica suas preocupações com as novas safras do hemisfério norte. A China vem registrando uma das piores safras do cereal no país em função de adversidades climáticas e a safra de inverno dos EUA também não alcançou todo seu potencial produtivo por conta do clima desfavorável.
"Com tanta incerteza sobre o que se dará na Ucrânia e preocupações com novas safras da China, passando pela Europa, chegando aos EUA, o mercado tende a continuar volátil", informaram os analistas da consultoria internacional Hightower Report.
E enquanto a oferta inspira muita incerteza, os compradores buscam se adiantar e tendo vindo a mercado para garantir alguns volumes. Demandadores tradicionais como Iraque, Bangladesh e o Líbano são exemplos, além do Egito. Alternativas importantes de fornecimento continuam sendo, principalmente, a Austrália e a Argentina.
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