Tensão Rússia-Ucrânia mantém preços do milho altos no Brasil, mesmo com colheita da 1ªsafra
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Tensão Rússia-Ucrânia mantém preços do milho altos no Brasil, mesmo com colheita da 1ªsafra
Todas as atenções do mercado internacional estão voltadas para as tensões entre Rússia e Ucrânia. Na visão da StoneX, esse conflito é o que tem dado suporte ao mercado externo de milho desde o final de 2021.
Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Pedro Lopes, os novos capítulos desta tensão alavancaram grandes altas dos preços em Chicago nesta semana e devem continuar altos, inclusive com mais espaço para elevações, enquanto não houver uma resolução para a situação no leste europeu.
Os reflexos disso também são sentidos aqui no Brasil. O analista destaca que, é normal uma pressão nos preços do mercado interno no começo do ano com o avanço da colheita da primeira safra, mas isso não aconteceu em 2022.
“Desde o começo do ano os preços estão ao redor dos R$ 95,00, chegando até aos R$ 100,00 a saca e esses preços têm se mantido sustentados mesmo com o avanço da colheita na região que tende a trazer certa pressão sobre os preços que a gente não observou. Eles tem se mantido sustentados seguindo justamente esse aumento dos preços internacionais. A tendencia é que com os preços internacionais ainda fortalecidos, o mercado brasileiro também continue apresentando esses preços mais altos”, explica Lopes.
Já pensando no segundo semestre, a StoneX projeta uma segunda safra de milho recorde no Brasil com produção de 89,1 milhões de toneladas, o que deve atuar para pressionar para baixo os preços nacionais, frear as importações e alavancar as exportações, hoje estimadas ao redor de 40 milhões de toneladas.
“Essa produção tende a promover uma redução das cotações observadas atualmente passando desses R$ 100,00 por saca para algo ao redor de R$ 90,00, mas não acredito que tenha o poder de pressionar tão mais para baixo esses preços. Justamente por estarmos ainda em um cenário de estoques bastante apertados, por mais que tenhamos uma produção recorde, essa pressão não tende a ser tão forte. Além disso, por mais que as perspectivas atuais sejam otimistas, é importante lembrar que a safrinha é naturalmente mais arriscada, com desenvolvimento em época de chuvas mais irregulares, e qualquer mudança climática com menos chuvas do que o esperado é possível que esse cenário mude”, aponta Lopes.
Confira a íntegra da entrevista com o analista de inteligência de mercado da StoneX no vídeo.
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