Agricultores argentinos podem fazer vendas ocasionais de soja ao Paraguai, diz câmara
Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES(Reuters) - Agricultores argentinos podem realizar vendas ocasionais de soja para indústrias do Paraguai, cuja safra da oleaginosa deve registrar perdas severas devido à seca, porém a tendência é que o fluxo de embarques não seja constante, disse nesta quarta-feira a câmara de exportadores e processadores de grãos da Argentina CIARA-CEC.
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja e normalmente importa a oleaginosa do vizinho Paraguai para processamento no início do ano, quando sua soja ainda está nos campos.
No entanto, devido a uma queda na produção de soja estimada em até 50% no Paraguai por um clima adverso, a câmara de moagem de grãos do país Cappro disse à Reuters que eles só poderão estar ativos até o meio do ano e que estão buscando alternativas para importar grãos que atendam a demanda.
Segundo o governo paraguaio, sua safra de soja 2021/22 pode cair até 50%, para cerca de 5 milhões de toneladas, atingindo o menor volume da última década. O Paraguai é o quarto exportador mundial de soja.
No entanto, Gustavo Idígoras, chefe do CIARA-CEC, destacou que não prevê uma nova tendência das vendas de soja argentina para o Paraguai, com o qual a Argentina faz fronteira no norte do país.
"Não vejo um fluxo constante de exportação. Talvez haja algumas operações espontâneas do NEA e NOA (nordeste e noroeste da Argentina), que por questões logísticas são convenientes para o produtor", disse Idígoras, que mostrou maior preocupação com as compras habituais de soja do Paraguai e o impacto do clima.
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