Exportação de soja do Brasil sofre com quebra, EUA se fortalecem, diz Refinitiv

Publicado em 02/02/2022 17:47

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SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de soja do Brasil na temporada 2021/22 não deverão exceder o volume de 82 milhões de toneladas, registrando um recuo na comparação com o ciclo anterior devido à quebra de safra pela seca, apontou nesta quarta-feira análise da Refinitiv.

"As exportações brasileiras para o ano comercial 2021/22... vão principalmente depender da nova colheita", de acordo com relatório da área de pesquisa da Refinitiv.

A expectativa se compara com embarques de 87,88 milhões de toneladas da safra anterior (fevereiro/janeiro), 4 milhões de toneladas acima do recorde anterior, registrado em 2017/18.

De acordo com a análise, esse grande volume exportado pelo Brasil na temporada passada deixou os estoques iniciais baixos para 2021/22, dependendo da entrada da nova safra, que foi afetada por problemas climáticos como a seca no Sul, enquanto as primeiras colheitas foram atrasadas por chuvas excessivas no Centro-Oeste.

O analista Libin Zhou citou ainda que o tempo adverso recente resultou em "significativas" perdas para a produção do Brasil no novo ciclo, cuja produção foi rebaixada para 131,5 milhões de toneladas, segundo avaliação da Refinitiv atualizada nesta quarta-feira.

Até o início de janeiro, a Refinitiv projetava a safra em 141,5 milhões de toneladas.

A projeção atual representa um número 7,5 milhões de toneladas abaixo da perspectiva do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), divulgada em janeiro.

"A seca e o calor contínuos estão, sem dúvida, impactando as culturas nos estágios de enchimento de vagens, mas ao mesmo tempo permitiram que as colheitas acelerassem", notou a Refinitiv.

A Refinitiv também reduziu a previsão de safra da Argentina devido ao clima desfavorável, para 43,6 milhões de toneladas, o menor volume desde 2017/18.

A produção menor que o esperado no Brasil e na Argentina deverão "fortalecer" os embarques dos Estados Unidos nos próximos meses.

Até 27 de janeiro, os norte-americanos tinham embarcado 5,4 milhões de toneladas no mês, e o total poderia chegar a 6,25 milhões de toneladas, menor que o recorde de janeiro do ano passado, mas acima da média de cinco anos, segundo a Refinitiv.

Com resultado da quebra de safra na América do Sul, a Refinitiv elevou a previsão de exportações da oleaginosa dos EUA em 2021/22 para 57,8 milhões de toneladas.

(Por Roberto Samora)

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

    Estas consultorias pagas pelos compradores sempre acham uma maneira de fazer a noticia ficar boa pra eles. Hj com os meios que possuimos de nos comunicar e com a experiencia com eventos climaticos , não nos enganam . Safra brasileira não vai a 120 e a Argentina precisa que o oceano pacifico tivesse esquentado em dezembro . Molion nos ensinou que a atmosfera responde com 90 dias de atraso

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    • Hilario Bussolaro Cascavel - PR

      Sr Vilson e tem tbm os nossos amigos agricultores que mandam fotso de lavouras bonitas como essa de Santa Catarina, soja quando está com folhas e sempre bonito mas quando seca e que vem a realidade e esse ano já muito soja assim e quando secou não acreditei no que vi simplesmente sumiu as viagens um pé fraco com aparência desmiliguida e pouca carga, mas pra Conab e esses analistas de escritório que nunca pilotaram uma máquina isso já sinal de safra boa, recorde, foi só entrar as máquinas na lavoura esse ano que eles já perceberam que mais uma.vez as previsões estavam muito furadas, o Brasil não colhe 110 milhões.

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    • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

      Com a confirmação da continuidade da estiagem no sul , 110 é um numero otimista , até porque tem muita agua no centro norte pra rolar

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    • Marcos Paulo Dambros Itapejara D´Oeste - PR

      MT colhendo soja com 25, 30 de umidade pra nao perder mais, ja não conseguem mais caminhões pra puxar da lavoura o grão, pois nos armazens não conseguem descarregar pois estes não vencem a secagem.

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    • Danilo Pianezzola Anta Gorda - RS

      Hoje tem Conab, com certeza mais uma vergonha divulgando números inexistentes, desrespeitando mais uma vez os produtores sofridos com perdas e quebras. Uma cópia do USDA, logo veremos.

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