Abiarroz projeta 2022 como promissor para as exportações
2022 deve ser um ano positivo para o arroz brasileiro no mercado externo, mesmo com a tendência de que as dificuldades com os fretes marítimos persistam no primeiro semestre, projeta Gustavo Trevisan, diretor de Assuntos Internacionais da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz). “Teremos disponibilidade de matéria-prima, e o câmbio deve seguir favorável às exportações.”
A safra de arroz 2021/22 é estimada pelo Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 11,4 milhões de toneladas, a ser colhida em uma área de 1.678,7 mil hectares. Segundo a empresa estatal, as exportações devem somar pelo menos 1,4 milhão de t (base casca) em 2022, aproximando-se do volume embarcado em 2019, de 1,43 milhão de t.
Em 2021, a expectativa é que as vendas externas alcancem pelo menos cerca de 1,2 milhão de t de arroz, diz Trevisan. No acumulado de janeiro a novembro, o volume embarcado foi de 984 mil t. No mês passado, os dados do Ministério da Economia indicaram embarques de 26,3 mil t, queda expressiva ante as vendas externas de outubro de 2021, de 140,6 mil t.
Números oficiais
“Os números oficiais não refletem a realidade. Identificamos, acompanhando o ritmo das exportações, a saída de pelo menos um navio com 26 mil t (base casca) em outubro, que não apareceu nas estatísticas de novembro e deve ser contabilizado em dezembro”, assinala Tiago Barata, diretor-executivo do Sindicato da Indústria do Arroz do Rio Grande do Sul (Sindarroz-RS).
Ele acrescente que 2021 foi marcado pelo ritmo lento das exportações. “Mas, hoje, estamos em melhor condição competitiva. O principal gargalo, que tem travado um pouco a liquidez dos negócios, são as dificuldades logísticas, mas encontramos alternativas para atender os mercados, como o uso de sacos big bag, que armazenam cerca de mil quilos de arroz, em substituição aos contêineres”.
Trevisan também aponta os problemas logísticos como o maior entrave ao fluxo das exportações de arroz em 2021. De acordo com ele, a falta de navios e contêineres elevou exponencialmente o preço do frete. “Para o Peru, um dos principais destinos do nosso arroz, o valor do frete saltou de US$ 1 mil para US$ 7,5 mil, e para os Estados Unidos, de US$ 1,5 mil para US$ 9 mil.”
No entanto, as adversidades abriram nova possibilidade de escoamento de arroz. “Diante das dificuldades de acesso aos equipamentos logísticos, o Brasil construiu uma alternativa e talvez não seja mais tão dependente de contêineres quando a situação se normalizar. Aliás, somos pioneiros no uso de big bag a para exportação de arroz”, ressalta Tiago Barata. “Sem dúvida, vamos sair mais fortes dessa situação.”
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