Trigo tem novo rally e preços marcam suas máximas desde 2012 nas bolsas internacionais
O início da semana e do mês no mercado internacional de grãos foi marcado por mais um rally entre os futuros do trigo. Na Bolsa de Chicago, o grão registrou suas máximas desde 2012, de acordo com a agência internacional de notícias Bloomberg, e terminou o dia com altas de 19,50 a 25,50 pontos nos principais vencimentos. O contrato dezembro/21 encerrou os negócios cotado a US$ 7,98 e o maio/22 a US$ 8,11 por bushel nesta segunda-feira (1).
Nas bolsas europeias, o grão também subiu. Em Minneapolis, os futuros do trigo de primavera atingiram seus mais altos preços desde abril de 2008. E o rally do trigo puxou na carona os futuros do milho, que encerraram o pregão desta segunda com altas de mais de 10 pontos nos contratos mais negociados, levando o dezembro a US$ 5,79 e o março/22 a US$ 5,87 por bushel.
A sequência de altas reflete a preocupação com a oferta desde que problemas de safras vieram sendo registrados nos principais produtores globais do grão. Diversos países como o Canadá, a Alemanha, França e Rússia sofreram com o calor intenso e registram quebras agressivas em suas produções, promovendo uma baixa considerável nas estimativas dos estoques no mundo todo.
Da mesma forma, a preocupação com os efeitos do choque de oferta de fertilizantes no mundo todo agrava ainda mais essa preocupação. O cenário também agrava os temores sobre a continuidade da inflação dos alimentos ao redor do globo, uma vez que o trigo é um dos mais consumidos pela população mundial. O Egito, maior importador mundial, começou a voltar às compras neste começo de semana, bem como a Arábia Saudita, outro player importante deste mercado.
"Os especuladores continuam falando sobre inflação e estão comprando commodities de um mercado inflacionado", explicou Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures Group em nota nesta segunda-feira.
Mais do que isso, como explicou o analista de mercado João Schaffer, da Agrinvest Commodities, "os baixos estoques globais por conta de frustrações de safra nos últimos dois anos e a possibilidade de uma área menor de plantio na próxima temporada, fruto da escalada dos preços dos fertilizantes, principalmente dos nitrogenados", são também dois fatores importantes que ajudam na manutenção do rally do trigo.
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