China de novo fora do mercado. Soja recua. Temor é de cortes de energia na produção de fertilizantes
Crise energética da China provoca alarme e apelos por mais carvão
XANGAI (Reuters) - Agora que uma crise energética grave se desenrola no pólo industrial do nordeste da China, autoridades de alto escalão enfrentam uma pressão crescente de cidadãos alarmados para aumentarem as importações de carvão em volume e rapidez para manter as luzes acesas, as fábricas abertas e até o fornecimento de água funcionando.
Como os blecautes provocados pela escassez do suprimento de carvão prejudicam setores amplos da indústria, o governador da província de Jilin, uma das mais duramente afetadas da segunda maior economia do mundo, pediu um aumento das importações de carvão, e uma associação de empresas de energia disse que o suprimento está sendo ampliado "a qualquer preço".
Organizações de notícias e redes sociais publicaram reportagens e postagens segundo as quais a falta de energia no nordeste desligou semáforos, elevadores residenciais e a rede de telefone 3G, além de causar fechamentos de fábricas. Uma prestadora de serviço de Jilin alertou que blecautes podem interromper o fornecimento de água a qualquer momento, desculpando-se mais tarde por causar alarme.
Cidades como Shenyang e Dalian, que abrigam mais de 13 milhões de pessoas, estão prejudicadas, tendo transtornos em fábricas de fornecedores de empresas globais como Apple e Tesla. Jilin é uma de mais de 10 províncias forçadas a racionar energia agora que os geradores sentem a pressão da disparada dos preços do carvão, que não podem repassar aos consumidores.
Falando a empresas de energia locais na segunda-feira, Han Jun, o governador de Jilin, que tem quase 25 milhões de habitantes, disse que "canais múltiplos" precisam ser estabelecidos para garantir os suprimentos de carvão e que a China deveria comprar mais da Rússia, Mongólia e Indonésia.
Han disse que a província também despachará esquipes especiais com urgência para garantir contratos de suprimento na região vizinha da Mongólia Interior, de acordo com a conta oficial da rede social WeChat da província.
A Goldman Sachs estimou que até 44% da atividade industrial chinesa está afetada por problemas no fornecimento de energia, o que pode causar um declínio de um ponto percentual no crescimento anualizado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre e uma queda de dois pontos percentuais entre outubro e dezembro.
O banco ainda disse em uma nota emitida nesta terça-feira que está diminuindo sua previsão de crescimento do PIB de 2021 da China dos 8,2% anteriores para 7,8%.
A crise energética se instaura enquanto uma escassez de suprimento de carvão, um endurecimento das emissões de gases de efeito estufa e uma procura grande da indústria fazem os preços do carvão atingirem picos: os futuros do carvão termal da China subiram 7% na manhã desta terça-feira e chegaram a um recorde de 204,76 dólares por tonelada.
China pode interromper exportações de fertilizantes; exportações de fosfato estão suspensas até julho/22
As exportações de fertilizantes da China podem ser interrompidas a pedido da comissão reguladora do país, ou NDRC (National Development and Reform Comission) na sigla em inglês, com o objetivo de proteger o mercado interno. "As últimas notícias confirmaram que o departamento solicitou a algumas empresas da região de Yangtze e Hubei a suspensão das exportações até 30 de junho de 2022", explica o analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza.
Em sua conta no Twitter, o diretor de fertilizantes da INTL FCStone, Josh Linville, informou que "o governo chinês efetivamente baniu as exportações de fosfato até junho de 2022". E explica que a nação asiática responde por cerca de 30% de todo o comércio mundial do produto. "Isso é ruim para os preços globais do fosafato e pior ainda para aqueles que dependem desse fornecedor. Temos que monitorar ações similares na ureia".
Linville ainda afirma que os preços da ureia no Golfo Pérsico saltaram US$ 15,00 por tonelada na manhã desta terça-feira (28) em relação ao fechamento de ontem. (por Carla Mendes, no Notícias Agrícolas).
Pessimismo com China e alta dos juros faz Ibovespa cair para faixa de 111 mil pontos
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações brasileiras seguia a tendência amplamente negativa das bolsas internacionais nesta terça-feira, diante do maior pessimismo com a China e com a iminência de um ciclo global de aperto monetário para conter a inflação.
Às 12:07, o Ibovespa tinha baixa de 2,01%, aos 111.302 pontos. O volume financeiro de negócios da sessão totalizava 13,3 bilhões de reais.
Não bastassem os receios de uma quebra da incorporadora Evergrande sobre os setores imobiliário e financeiro, a China passou a preocupar investidores também por questões sobre a oferta de energia, uma vez que restrições ao uso de carvão já começavam a impactar alguns setores da indústria do país. Isso pesava sobre ações de exportadoras brasileiras de metais, incluindo Vale e Usiminas.
A queda de bolsas de Estados Unidos e Europa adicionava pressão, com a combinação de inflação pressionada e expectativa de aperto monetário pesando sobre as perspectivas de empresários e consumidores.
O rendimento do Tesouro dos Estados Unidos dava um salto, refletindo apostas crescentes de alta iminente dos juros, o que pesava sobretudo nas ações de empresas de alto crescimento, movimento refletido na queda de mais de 1,5% do índice Nasdaq.
Por fim, a ata da última reunião do Copom, divulgada nesta manhã, mostrou o Banco Central disposto a estender o ciclo de aperto monetário também para conter a escalada de preços, com algumas instituições financeiras, como o Bradesco, sinalizando que pode rever a projeção de Selic, hoje em 6,25% ao ano, até o fim de 2021.
A especialista em ações da Clear Corretora Pietra Guerra também apontou em nota que o cenário político também pesava, com o governo federal sinalizando possível extensão do auxílio emergencial. "Isso traz algumas preocupações em relação aos gastos do governo e como ficará as contas públicas nos próximos anos", afirmou ela.
Assim, a queda do Ibovespa só não era maior devido à alta de ações de grandes bancos e de Petrobras, que têm grande peso na composição da carteira.
Atividade industrial da China deve ter crescido pouco em setembro
PEQUIM (Reuters) - A atividade industrial da China deve ter crescido apenas ligeiramente em setembro, mostrou uma pesquisa da Reuters nesta terça-feira, com os altos preços das matérias-primas e cortes de energia continuando a pressionar os fabricantes na segunda maior economia do mundo.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial para o setor manufatureiro deve ficar em 50,1 no mês de setembro, o mesmo patamar da leitura de agosto, de acordo com a mediana das previsões de 34 economistas consultados pela Reuters. Leitura acima de 50 indica expansão em relação ao mês anterior.
A economia da China se recuperou rapidamente da queda induzida pela pandemia no ano passado, mas o ímpeto da retomada perdeu força nos últimos meses, com o vasto setor manufatureiro enfrentando custos elevados, gargalos na produção e, mais recentemente, racionamento de eletricidade.
A China vem enfrentando uma crise energética, já que a escassez de suprimentos de carvão, rigidez nos padrões de emissões de carbono e a forte demanda dos fabricantes e da indústria elevaram os preços do carvão a patamares recordes e desencadearam restrições generalizadas no seu uso.
"A menos que os problemas de energia sejam resolvidos e as restrições à produção suspensas, os esforços de Pequim para aliviar a política (monetária) terão um impacto mais discreto sobre a produção econômica. Assim, a escassez de energia aumenta a possibilidade de um adiamento da recuperação econômica", disseram analistas da BCA Research nesta terça-feira.
O PMI oficial, que se concentra principalmente em grandes empresas e estatais, e sua pesquisa par do setor de serviços serão divulgados na quinta-feira.
O PMI de manufatura da Caixin também será publicado no mesmo dia. A expectativa de analistas é de alta da leitura para 49,5 ante 49,2 no mês anterior, ainda uma contração.
Ações europeias caem 2% e registram mínimas em uma semana com perdas em tecnologia
(Reuters) - As ações europeias recuaram para a mínima em uma semana nesta terça-feira, uma vez que a alta nos rendimentos dos títulos do governo derrubou os papéis de tecnologia, de alto crescimento, com novos sinais de desaceleração na economia da China pesando sobre o sentimento do consumidor.
O índice FTSEurofirst 300 caiu 2,07%, a 1.748 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 2,18%, a 452 pontos, maior queda diária em mais de dois meses, uma vez que o salto nos rendimentos dos Treasuries sinalizou que os investidores estão se preparando para juros mais altos e o risco de inflação persistente.
As ações de tecnologia caíram 4,8% e foram ao nível mais baixo em dois meses depois que seus pares de Wall Street deram continuidade a uma liquidação. Elas são particularmente sensíveis às expectativas de aumento de juros já que seu valor depende de resultados futuros.
Por sua vez, dados mostraram que o aumento dos lucros nas indústrias da China desacelerou pelo sexto mês em agosto, com a crise energética tornando-se uma grande ameaça para a produção e os lucros.
Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,50%, a 7.028 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 2,09%, a 15.248 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 2,17%, a 6.506 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,14%, a 25.573 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 2,59%, a 8.769 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,13%, a 5.388 pontos.
Reino Unido deixa militares de prontidão diante de compra desenfreada de combustíveis
LONDRES (Reuters) - Os motoristas britânicos expressaram frustração nesta terça-feira, quando passaram horas circulando ou parados em filas para encher o tanque depois que postos de combustível de grandes cidades ficaram secos devido a uma falta de motoristas de caminhão que levou o governo a deixar o Exército de prontidão.
Filas de carros se estendiam dos postos que ainda estavam atendendo nas grandes cidades, mas dezenas estavam fechados com sinais informando que não tinham gasolina nem diesel, disseram repórteres da Reuters.
Uma escassez de caminhoneiros após a saída britânica da União Europeia, exacerbada pela suspensão dos exames de habilitação para condução de caminhões durante os lockdowns da Covid, semeia caos nas cadeias de suprimento, elevando a ameaça de transtornos e aumentos de preço no período pré-natalino.
O secretário dos Negócios, Kwasi Kwarteng, disse que um número limitado de condutores de tanques militares está de sobreaviso para ser acionado para entregar combustível se for necessário.
"Eles ficam dizendo que não há escassez, mas suponho que todos estejam entrando em pânico agora", disse David Scade, motorista de entregas de 33 anos que dirigiu durante horas à procura de combustível em Londres e conseguiu reabastecer em um posto da Shell.
Motoristas se agrediram por combustível em alguns postos de combustível ingleses, e médicos disseram que o abastecimento de carros de profissionais de saúde deveria ser priorizado para manter o serviço de saúde funcionando.
Um clima de caos se apoderou da quinta maior economia do mundo nas últimas semanas, já que a escassez de caminhoneiros tensionou as cadeias de suprimento e uma disparada nos preços do gás natural no atacado europeu empurrou empresas de energia para a falência.
Varejistas, caminhoneiros e empresas de logística alertam que os preços de tudo, da energia aos presentes de Natal, terão que aumentar.
Ministros britânicos, empresas de combustível e postos de abastecimento dizem haver suprimentos de combustível suficientes, mas que a falta de motoristas de caminhão, combinada à compra impulsiva, drena o sistema.
A situação é tão grave que a Associação Médica Britânica pede que os profissionais de saúde sejam priorizados no acesso ao combustível para se garantir que o serviço de saúde possa funcionar.
A demanda de combustível secou de 50% a 90% das bombas em algumas áreas do Reino Unido, de acordo com a Associação de Varejistas de Petróleo (PRA), que representa varejistas de combustível independentes que respondem por 65% dos 8.380 postos britânicos.
Contratos futuros de carvão e coque sobem na China com aperto na oferta
PEQUIM (Reuters) - Os contratos futuros de carvão metalúrgico e do coque da China subiram nesta terça-feira, alimentados por preocupações com a oferta restrita em meio ao endurecimento das regras de emissões de Pequim, embora a demanda por ingredientes siderúrgicos permaneça morna com as usinas reduzindo a produção.
"Sob a restrição de consumo de energia e a política ambiental, a oferta e a demanda por coque contraíram", escreveram analistas da Huatai Futures em nota.
As importações de carvão metalúrgico da Mongólia ainda estão lentas, enquanto a escassez de carvão térmico também afetou indiretamente a oferta de mistura de carvão metalúrgico, acrescentou a Huatai Futures.
Os preços do carvão metalúrgico na Bolsa de Commodity de Dalian subiram 5,4%, para 3.000 iuanes (463,95 dólares) por tonelada, e fecharam em alta de 5,1%, a 2.992 iuanes por tonelada.
Os contratos futuros de carvão térmico na Bolsa de Commodity de Zhengzhou atingiram seu limite de 8% durante a sessão e terminaram em alta de 7%, para 1.329 iuanes por tonelada.
Os contratos futuros de coque de Dalian subiram 6,5%, para 3.410 iuanes por tonelada.
A oferta restrita de carvão, que levou a cortes de energia nas residências e nos setores industriais da China, impulsionou os preços do aço. A crescente escassez de energia interrompeu a produção em várias fábricas, incluindo muitas fornecedoras da Apple e da Tesla.
O vergalhão de aço para construção na Bolsa de Futuros de Xangai subiu 2,4%, para 5.634 iuanes por tonelada.
As bobinas laminadas a quente, usadas em carros e eletrodomésticos, aumentaram 2,1%, para 5.671 iuanes por tonelada.
O aço inoxidável de Xangai caiu 1,0%, para 20.520 iuanes por tonelada.
Os contratos futuros de minério de ferro de referência na bolsa de Dalian recuaram após avançar por três sessões consecutivas e caíram 2,9%, para 678 iuanes por tonelada.
Brasil é rico e pode atender famílias necessitadas por mais tempo, diz Bolsonaro
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que o Brasil é um país rico e pode atender "os mais necessitados por mais tempo", em uma indicação de que o governo federal pode estender, mais uma vez, o auxílio emergencial pago desde o surgimento da pandemia de Covid-19.
Em discurso em evento na Bahia, Bolsonaro afirmou que parte dos que sofreram impactos econômicos pela pandemia ainda não se recuperou e o governo precisa trabalhar para atender essas pessoas.
A intenção do governo é aprovar a reforma do Imposto de Renda para bancar as mudanças no programa Bolsa Família que, se prevalecer a vontade de Bolsonaro, passará de um valor médio de 185 reais por família para 300 reais. No entanto, o governo não tem garantia de que conseguirá aprovar a reforma a tempo de garantir o reajuste do programa.
O atual auxílio emergencial, que paga 250 por mês a beneficiários do Bolsa Família e outros vulneráveis, tem a última parcela prevista para o mês de outubro.
Bolsonaro diz que não é possível garantir que não haverá apagões
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou que não é possível garantir que o país não passará por um apagão de energia nos próximos meses, apesar de estudos do governo apontarem que o fornecimento regular estará garantido.
"Não posso garantir isso para você", disse Bolsonaro ao ser perguntado se o risco de apagão estava descartado, em entrevista a rádio Jovem Pan. "Estudos que nós temos é de que não vai faltar (energia)."
Bolsonaro voltou a pedir, na entrevista na noite de segunda-feira, que a população "apague um ponto de luz", disse que toma banho frio e que mandou desligar o aquecimento da piscina do Palácio da Alvorada.
O Brasil enfrenta a maior crise hídrica dos últimos 90 anos, e a seca afeta diretamente o fornecimento de energia, com diversas usinas hidrelétricas operando muito abaixo do ideal. O governo federal passou a tomar diversas medidas para minimizar o risco de apagão, com a religação de usinas termelétricas, que produzem energia mais cara.
No entanto, até agora não foram adotadas outras medidas para redução do consumo, além de pedidos de contribuição voluntária de consumidores e empresas.
O aumento da energia é uma das causas do aumento da inflação, que já chegou aos dois dígitos nos últimos 12 meses. Bolsonaro, no entanto, tentou dividir o custo com os governadores e os governos anteriores.
"A falta de chuva, lógico, foi uma paulada na gente. E também a questão do ICMS. Se cobra em cima de bandeira", afirmou.
Segundo o presidente, o ICMS --imposto cobrado pelos governos estaduais-- incide também sobre a bandeira vermelha, a taxa extra cobrada pela necessidade de se usar energia de termelétricas. Além disso, diz, parte do reajuste feito este ano derivaria de uma decisão tomada em 2012, pelo governo de Dilma Rousseff, de reduzir o custo da energia para a população.
Bolsonaro disse ainda que o programa de vale gás, que pretende distribuir um botijão a cada dois meses para os beneficiários do Bolsa Família, está "quase pronto", mas depende de "recursos da Petrobras".
"E a Petrobras, eu não mando nela.", disse.
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