Milho: 2ªfeira com mais vendedores do que compradores e preço em baixa na B3
A segunda-feira (20) chega ao fim com os preços futuros do milho se mantendo levemente mais baixos na Bolsa Brasileira (B3), largando a nova semana recuando após acumular ganhos na semana anterior.
O vencimento novembro/21 foi cotado à R$ 92,70 com queda de 0,54%, o janeiro/22 valeu R$ 94,01 com desvalorização de 0,62%, o março/22 foi negociado por R$ 93,92 com baixa de 0,47% e o maio/22 teve valor de R$ 89,12 com perda de 0,46%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a calmaria segue presente no mercado brasileiro, mesmo com o dólar em alta, porque começamos a semana com mais vendedores do que compradores no mercado.
“Continuamos com os grandes compradores do setor de milho retraídos esperando o milho importado. Como não estamos vendendo nada de contratos novos da safra atual na exportação, o milho vai sobrando no mercado interno e temos mais de dois meses de negócios efetivos antes de entrar no fim de ano”, explica Brandalizze.
Nos doze primeiros dias úteis de setembro o Brasil exportou 1.697.459,7 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Este volume representa aumento de 437.661,6 toneladas com relação ao acumulado até a semana anterior (1.259.798,1) e é 39,02% do total alcançado durante o mês de agosto de 2021 (4.349.451,2). Além disso, é apenas 26,64% das 6.371.263,4 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de setembro 2020.
Já do lado das importações, as três primeiras semanas de setembro representaram 245.301 toneladas de milho não moído, de acordo com a Secex. No acumulado de setembro de 2021 até o momento, o país já ultrapassou em 66,49% o equivalente a todo o registrado em setembro de 2020 (147.332 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação ficou em 20.441,8 toneladas contra 7.015,8 do mesmo mês do ano passado, aumento de 191,37%.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve oscilações positivas e negativas ao longo deste início de semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações em Ponta Grossa/PR, Ubiratã/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR e Eldorado/MS.
Já as desvalorizações apareceram nas praças de Palma Sola/SC, São Gabriel do Oeste/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA, Itapetininga/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Radar Investimentos, “o mercado físico do milho encerrou a semana com fluidez reduzida nos negócios com recuo das ofertas diante do baixo interesse dos compradores, mantendo o preço em Campinas/SP fique estável na casa dos R$ 94,00/sc’.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, “os preços do milho apresentaram comportamentos distintos entre as praças acompanhadas pelo instituto ao longo da última semana, refletindo as diferentes condições do clima e de oferta e demanda regionais”.
No entanto, de modo geral, as quedas prevaleceram. De acordo com colaboradores do Cepea, a liquidez segue baixa, com muitos compradores ausentes do mercado – esses agentes sinalizam ter estoques, pelo menos para curto prazo, e estão à espera de novas desvalorizações.
“No Centro-Oeste, apesar da menor oferta na atual temporada, com a finalização da colheita e a ausência de compradores e exportadores, produtores aceitaram negociar o milho a valores mais baixos. Em regiões produtoras de safra verão, a melhora do clima e a possibilidade de avanço dos trabalhos de campo também pressionam as cotações. Por outro lado, em Minas Gerais e em São Paulo, produtores voltaram a limitar o volume ofertado, sobretudo os de praças paulistas, onde predomina o clima seco. Muitos destes agricultores têm voltado as atenções à soja, que, além de apresentar valores atrativos de comercialização, terá a semeadura iniciada em breve”, diz a publicação.
Segundo agentes consultados pelo Cepea, apesar do atual cenário de baixa demanda, parte dos produtores opta por deixar a mercadoria nos armazéns, aguardando novas valorizações.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também caíram neste primeiro dia da semana na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,21 com desvalorização de 5,50 pontos, o março/22 valeu US$ 5,29 com perda de 4,50 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,34 com baixa de 3,75 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,33 com queda de 2,75 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (17), de 1,14% para o dezembro/21, de 0,94% para o março/22, de 0,74% para o maio/22 e de 0,56% para o julho/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho nos Estados Unidos recuaram na segunda-feira, com a colheita acelerada em todo o cinturão agrícola do meio-oeste e a queda nos preços da energia e das ações que pesaram sobre o sentimento do mercado.
“O milho para dezembro caiu pela terceira sessão consecutiva e atingiu a baixa de uma semana”, destaca Karl Plume da Reuters Chicago.
“O petróleo bruto caiu, os estoques caíram e todos estão preocupados com a China e a economia global. Dito isso, estamos na colheita agora. Então há muita sazonalidade em jogo aqui também”, disse Ted Seifried, estrategista-chefe de mercado agrícola do Zaner Ag Hedge Group.
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