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Com a safra temporã no fim, recebimento nacional de cacau recua 33,9% em agosto

Publicado em 13/09/2021 16:03 e atualizado em 13/09/2021 17:14
Queda na produção do Pará afetou o volume recebido pelas indústrias processadoras e ofuscou bons resultados da Bahia

A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) registrou queda de 33,9% no recebimento de amêndoas no mês de agosto. De acordo com o levantamento feito pelo SindiDados, as indústrias receberam 19.993 toneladas, ante as 30.271 toneladas de amêndoas recebidas em julho. Uma certa redução no volume já era esperada, uma vez que a safra temporã está chegando ao final e se encerra em setembro. “De forma geral, a safra temporã teve um desempenho melhor do que a safra principal, como já é de costume. Vale destacar que os números da Bahia neste temporão foram muito bons, mas com uma redução considerável dos recebimentos do Pará”, pondera Anna Paula Losi, diretora-executiva da AIPC.

De fato, durante os meses da safra temporã, as indústrias registraram um aumento de 22,1% no volume total de amêndoas recebidas em relação ao mesmo período de 2020. Entre maio e agosto, foram recebidas 111.503 toneladas de amêndoas, ante 91.299 toneladas registradas durante o mesmo período do ano passado. Boa parte desse crescimento foi puxado pela produção baiana, cujo recebimento cresceu 66,3% no período, passando de 47.343 toneladas em 2020 para 78.773 entre maio e agosto desse ano. No entanto, com o final da safra temporã, as perspectivas para a safra principal, que em geral é muito menor e que é colhida de outubro a abril, ainda são incertas. “Na melhor das hipóteses, o recebimento de amêndoas pela indústria moageira durante o período da safra principal ficará alinhado à média dos últimos cinco anos, ou seja, pouco mais de 65 mil toneladas, metade do volume médio que a indústria processa no mesmo período, que é de aproximadamente 130 mil toneladas”, diz Anna Paula Losi.

Acumulado do ano estável

Apesar da melhora do recebimento durante a safra temporã, no acumulado de janeiro a agosto, o volume recebido ficou praticamente estável em 132.680 toneladas, ante 131.071 mil toneladas do mesmo período de 2020. Entre os fatores que contribuíram para a estabilidade do volume recebido estão a queda no recebimento nacional entre janeiro e abril, período final da safra principal. Nos quatro primeiros meses do ano o recebimento nacional recuou 46,7% e ficou em 21.177 toneladas ante as 39.770 toneladas do mesmo período de 2020. Outro fator que contribuiu para o cenário de recebimento estável foi a queda no recebimento de amêndoas do Pará, que recuou 40% no acumulado entre janeiro e agosto, passando de 58.826 toneladas entregues às indústrias em 2020 para 35.538 toneladas em 2021.

Esses volumes ficaram bastante abaixo da capacidade de moagem da indústria, que é de 275 mil toneladas. De janeiro a agosto, as associadas da AIPC moeram 149.079 toneladas, volume 8,4% acima das 137.503 toneladas processadas no mesmo período de 2020. Assim, para atender à demanda dos clientes internacionais e compensar o déficit de amêndoas nacionais, as indústrias precisaram importar 5.750 toneladas de amêndoas durante agosto, de acordo com dados compilados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a fim de complementar o volume processado e manter o parque fabril funcionando em níveis saudáveis.

Em agosto, as exportações de derivados de cacau cresceram 76,5% em relação a agosto de 2020, totalizando 6.580 toneladas. De janeiro a agosto, o setor soma embarques de 36.762 toneladas, uma alta de 16%. Em agosto, os principais países compradores foram Argentina (36,21%), Estados Unidos (34,11%) e Chile (16,37%).

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Fonte:
AIPC

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