Soja: estoques estão pesando e a China fazendo o que sabe, administrando as compras aos poucos
StoneX mantém nova safra de soja do Brasil; reduz exportação de milho 20/21
SÃO PAULO (Reuters) - A consultoria StoneX manteve nesta quarta-feira suas estimativas de crescimento na produção de soja e da primeira safra de milho 2021/22 do Brasil, mas fez um novo corte na projeção para o cereal da "safrinha" atual, que está sendo colhida após graves problemas climáticos, pressionando a expectativa de exportações.
A produção brasileira de soja deve alcançar o recorde de 143,3 milhões de toneladas, versus 135,5 milhões de toneladas em 2020/21, disse a consultoria em nota, citando a importância das condições climáticas para o plantio que está perto de começar.
"O clima já está no centro das atenções, num momento em que o Brasil vive uma situação hídrica complicada e as chuvas devem ser esparsas na primeira quinzena de setembro na maior parte do Brasil", afirmou na nota a especialista de Inteligência de Mercado da StoneX Ana Luiza Lodi.
Caso o clima colabore, as exportações da oleaginosa podem alcançar 92 milhões de toneladas em 2021/22, ante 85,5 milhões projetadas para o ciclo anterior.
Para o milho verão 2021/22, a estimativa da consultoria permaneceu em 29,8 milhões de toneladas, ante 25,8 milhões na temporada passada. A expectativa é que a produção do cereal de primeira safra traga algum alívio para a baixa oferta no mercado.
"Por mais que a safrinha seja responsável pela maior parte do milho produzido no Brasil, a safra de verão tem o papel central de garantir a disponibilidade na primeira metade do ano, juntamente com os estoques de passagem", disse Ana Luiza.
Ela ressaltou que se, de fato, o volume de milho verão chegar perto de 30 milhões de toneladas, a situação no primeiro semestre de 2022 poderá ficar menos restrita em comparação ao observado nos anos anteriores.
SAFRINHA ATUAL
Já para o milho da safrinha 2020/21, houve queda na projeção mensal da StoneX de 59,6 milhões para 59,1 milhões de toneladas.
Com isso, a expectativa de exportação de milho para 2020/21 caiu em mais de 1 milhão de toneladas, para 18 milhões de toneladas.
Os cortes na estimativa de produção do milho safrinha foram puxados por diminuições vistas na colheita de Goiás e Mato Grosso do Sul.
"A redução de mais de 500 mil toneladas refletiu a menor expectativa de produção na região Centro-Oeste, visto que, com o avanço da colheita, tem-se observado uma produtividade menor do que se esperava", disse o analista de mercado do grupo João Pedro Lopes.
À medida que a colheita da safrinha entra em sua fase final, os números estarão menos sujeitos a alterações. Contudo, a consultoria alertou que ainda não é possível descartar novas revisões, principalmente ao considerar que as áreas plantadas tardiamente foram justamente as mais afetadas pelo déficit hídrico.
Considerando as estimativas para as três safras do cereal, o número de produção total da StoneX para 2020/21 ficou em 86,62 milhões de toneladas, contra 87,14 milhões de toneladas no relatório anterior.
Economia avançará em torno de 5,4% este ano e em 2022 podemos crescer bastante, diz Guedes
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que a economia brasileira crescerá mais de 5% este ano e que poderá avançar bastante em 2022.
"Este ano vamos crescer 5,3%, 5,4% e podemos crescer bastante ano que vem", disse ele, ao participar de encontro da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo.
Ele avaliou que o resultado do PIB no 2º trimestre, com retração de 0,1% sobre os três meses anteriores, é dado "praticamente de lado", e ponderou que o período foi o mais trágico para o país em termos de mortes por Covid-19.
"Covid atrasou tudo, mas já voltamos à trilha das reformas estruturantes, reforma administrativa já está na pista de novo e será apoiada pelo Congresso reformista", disse ele.
Após MP das Ferrovias, Tarcísio conversa com senadores sobre acordo para projeto de marco legal
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, conversou na noite de terça-feira com um grupo de senadores sobre a tramitação do projeto que cria um marco regulatório das ferrovias, após o governo ter editado na véspera uma medida provisória que também define um marco legal para o setor.
Insatisfeitos com a edição da MP, senadores aprovaram um requerimento para cobrar que o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), devolvesse o texto do governo.
Posteriormente, Pacheco disse em entrevista que iria avaliar qual decisão tomar.
Na conversa, que ocorreu no gabinete do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), Freitas concordou com a continuidade da tramitação do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) sobre marco legal das ferrovias, que é mais abrangente do que a MP.
A proposta de Serra está pronta para ser votada em plenário e senadores querem que ela seja pautada logo.
O receio dos senadores é o de que, com a medida provisória, o projeto do Senado não fosse mais votado. Uma das preocupações dos parlamentares é que a MP poderia criar empecilhos para a construção de uma ferrovia estadual no Mato Grosso. Um chamamento público a ser realizado no próximo dia 3 foi feito, com base em uma lei complementar aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado.
"Sem esse entendimento não haveria segurança jurídica aos que desejam investir nessa ferrovia. Estamos falando de um empreendimento que supera a casa dos 12 bilhões de reais. Felizmente, essa questão já está superada e vamos votar o projeto proposto pelo senador José Serra", disse o senador Wellington Fagundes (PL-MT), conforme sua assessoria.
Tarcísio disse ver com "excelentes olhos" a iniciativa do governo estadual para a construção da ferrovia e que esse projeto já foi incorporado pelo planejamento de transporte da pasta.
"Nada seria feito para criar obstáculos para esse empreendimento. Nossa medida provisória vai tratar de autorizações em outras regiões para o Brasil e essa para nós é um assunto resolvido, nós teremos uma ferrovia no Mato Grosso cujo final do chamamento público ocorre dia 3 de setembro", disse.
Segundo o senador Jayme Campos (DEM-MT), houve um compromisso de que não haverá "nenhuma intervenção do governo federal".
Quem quer paz que se prepare para a guerra, diz Bolsonaro em evento com militares
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, em evento com militares no Rio de Janeiro, que quem quer paz precisa se preparar para a guerra.
A declaração foi dada durante uma cerimônia de homenagem a atletas militares e vem após dias de tensão entre os Poderes Executivo e Judiciário e às vésperas dos atos programados por aliados para o feriado de 7 de setembro, dia da independência do Brasil.
Diversas vezes Bolsonaro disse que as manifestações da próxima semana seriam o último recado da população sobre voto impresso nas urnas eletrônicas e outras medidas defendidas por ele. Nos últimos dias, o presidente tem procurado minimizar o tom mais agressivo dos atos falando que eles serão pacíficos e visam defender a liberdade de expressão.
“Com flores não se ganha a guerra não pessoal. Quando se fala em armamento, quem quer paz se prepare para a guerra“, disse Bolsonaro durante a entrega de uma medalha do mérito desportivo militar a um lutador de boxe.
O evento contou com a presença dos ministros Walter Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência) e dos presidentes da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e dos Correios, Floriano Peixoto.
Bolsonaro voltou a lembrar as dificuldades enfrentadas pela população por conta da pandemia e disse que é preciso se colocar no lugar dos outros.
"Nós, para vivermos melhor, devemos nos colocar do outro lado do balcão, como aquela pessoa está se sentindo, como o atleta está passando, quais suas dificuldades, como político também”, disse.
No final, o presidente entregou ao boxeador Hebert Conceição, medalhista nos Jogos Olímpicos de Tóquio, uma medalha “especial“. Nela, uma foto do presidente é circulada pelos dizeres "clube do Bolsonaro", "imorrível", "imbrochável" e "incomível".
Balança comercial tem superávit recorde para agosto, de US$ 7,7 bi
BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira teve superávit de 7,7 bilhões de dólares em agosto, recorde histórico para o mês na série iniciada em 1989, divulgou o Ministério da Economia nesta quarta-feira.
O resultado superou estimativa de analistas de um saldo positivo de 7,2 bilhões de dólares, apontado em pesquisa da Reuters.
As exportações tiveram aumento de 49,2% ante igual mês do ano passado, pela média diária, a 27,2 bilhões de dólares, maior valor já registrado para o mês.
Embora tenha havido aumento no volume exportado, de 8,7%, o crescimento nessa ponta foi guiado sobretudo pelo avanço dos preços, que saltaram 41,7% no período, indicaram dados do ministério.
As vendas de bens da indústria extrativa subiram 113,3% sobre agosto de 2020, com destaque para minério de ferro (+128,6%) e minério de cobre (+145,1). Mas as demais categorias também ficaram no azul, com aumento de 32,9% nas exportações de produtos da indústria de transformação e de 19,4% em produtos da agropecuária.
Já as importações registraram alta de 61,1% em agosto sobre um ano antes, a 19,5 bilhões de dólares. Houve expansão de 262,4% em compras da indústria extrativa, com destaque para o aumento de 541,5% na importação de gás natural.
Também tiveram expansão as compras de produtos da indústria de transformação (+57,1%) e da agropecuária (+26,7%).
No acumulado de janeiro a agosto, a balança comercial registra superávit de 52,0 bilhões de dólares, contra saldo positivo de 35,7 bilhões de dólares em igual etapa do ano passado.
Para o ano, a estimativa mais recente do Ministério da Economia é de um superávit da balança comercial de 105,3 bilhões de dólares. A cifra representa quase o dobro do saldo positivo de 51,1 bilhões de dólares alcançado para as trocas comerciais em 2020.
Dólar fecha em alta de 0,20%, a R$ 5,1826
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em leve alta frente ao real nesta quarta-feira, primeira sessão de setembro, que começou com investidores dando uma pausa para avaliar um cenário que ainda contempla os mesmos fatores de risco dos últimos dias.
O dólar à vista subiu 0,20%, a 5,1826 reais na venda. Ao longo da jornada, variou entre 5,1904 reais (+0,35%) e 5,1424 reais (-0,58%).
A moeda vinha de sete quedas em oito sessões, período no qual recuou 4,62%.
Ibovespa fecha em alta e começa setembro no azul após dois meses de perdas
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, começando setembro no azul após dois meses seguidos de perdas, endossado pelo quadro externo favorável, além de ajustes de posições tradicionais de começo de mês.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 0,55%, a 119.429,55 pontos, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro somava 27,3 bilhões de reais.
Preços do petróleo fecham estáveis; Opep mantém aumento gradual de produção
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo fecharam estáveis nesta quarta-feira, após a Opep e seus aliados concordarem em manter a política já existente de aumento gradual de produção de petróleo.
O petróleo Brent recuou 0,04 dólar para fechar em 71,59 dólares o barril. Enquanto o petróleo dos EUA (WTI) avançou 0,09 dólar, para fechar em 68,59 dólares o barril.
O Brent registrou a mínima da sessão de 70,42 dólares o barril, enquanto o WTI recuou tão baixo quanto 67,12 dólares o barril.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia, que formam o grupo conhecido como Opep+, concordaram em manter a política de julho de reduzir os cortes de produção, acrescentando ao mercado 400 mil barris por dia (bpd) por mês.
Ainda assim, o grupo revisou para cima a previsão de demanda de 2022 e enfrenta pressão dos Estados Unidos para aumentar a produção de forma mais rápida.
"Embora os efeitos da pandemia de Covid-19 continuem a lançar alguma incerteza, os fundamentos do mercado se fortaleceram e as ações da OCDE continuam caindo à medida que a recuperação se acelera", disse a Opep+ em um comunicado.
A Opep+ cumpriu a meta de remover o excesso de petróleo do mercado mundial e é importante manter o mercado equilibrado, disse o principal negociador da Rússia, Alexander Novak.
Exportação de minério de ferro do Brasil em agosto tem maior volume em 11 meses
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de minério de ferro do Brasil cresceram 11,7% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado, somando 34,84 milhões de toneladas, o maior volume mensal desde setembro de 2020, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta quarta-feira.
Em receitas, os embarques de minério de ferro do país atingiram 5,69 bilhões de dólares, mais que o dobro do montante de 2,38 bilhões de dólares visto no mesmo período do ano passado.
O forte crescimento, em momento em que a produção da Vale é crescente, ocorre com os preços de exportação também mais que dobrando na comparação anual, para 163,3 dólares por tonelada, segundo dados da Secex.
Os valores de exportação no Brasil, contudo, ainda não estão refletindo a forte redução nas cotações vistas na China, agora que o mercado de minério de ferro está pressionado pela fraqueza "spot" em momento em que as restrições à produção de aço no país asiático frustram as perspectivas de retomada da demanda.
Com os embarques, o minério de ferro superou a soja, em agosto, como o produto que mais gerou divisas para o Brasil --a oleaginosa está com embarques decrescentes, à medida que os estoques vão diminuindo com a proximidade do final do ano.
Apesar de um crescimento nas exportações, para 6,5 milhões de toneladas de soja (veja tabela abaixo), o total gerado de divisas de 3,15 bilhões de dólares ficou inferior ao visto no minério de ferro.
O petróleo vem em terceiro, com pouco mais de 3 bilhões de dólares, com os embarques apresentando alta para quase 7 milhões de toneladas e preços mais altos ante 2020.
BOLSA EUA - Nasdaq fecha em nova máxima recorde com impulso de ações de tecnologia
(Reuters) - O índice Nasdaq encerrou esta quarta-feira em uma nova máxima recorde, com o início de setembro sendo marcado por compras de ações de tecnologia e dados de emprego no setor privado dos Estados Unidos, que deram suporte aos argumentos favoráveis à política monetária "dovish" no país.
De acordo com dados preliminares, o Dow Jones fechou em queda de 0,13%, a 35.313,22 pontos, enquanto o S&P 500 registrou variação positiva de 0,03%, a 4.524,17 pontos, e o Nasdaq avançou 0,33%, a 15.309,38 pontos.
STF suspende julgamento do marco temporal de terras indígenas e retoma sustentações nesta 5ª-feira
BRASÍLIA (Reuters) - O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta quarta-feira o julgamento da chamada tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas após a sustentação oral de parte dos envolvidos no processo, retomando a análise a partir da quinta.
Até o momento, dos 39 oradores inscritos, 21 já se manifestaram. Na quinta, outros dezoito vão se pronunciar, entre eles a Procuradoria-Geral da República. Somente após essa etapa concluída é que começará o julgamento propriamente dito com o voto dos ministros.
Na sessão de quarta, representantes dos indígenas pediram no STF a rejeição da tese do marco temporal, destacando que a medida é inconstitucional.
Por sua vez, o governo defendeu, por meio da Advocacia-Geral da União, a adoção da medida e afirmou também ser a favor que o Congresso Nacional decida sobre o assunto.
De maneira geral, a tese do marco temporal, se vencedora, introduziria uma espécie de linha de corte para as demarcações. As terras só seriam passíveis de demarcação se ficar comprovado que os índios estavam nelas até a promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. Do contrário, não haveria esse direito.
Um dos oradores, o advogado terena Luiz Henrique Eloy Amado, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), disse que não há qualquer requisito de tempo na Constituição para se demarcar terras.
"Terra índigena possui conceito vinculado ao texto constitucional, não havendo qualquer requisito temporal para sua caracterização. Pelo contrário, a Constituição trabalhou com elementos de tradicionalidade que é a forma como cada povo se relaciona com seu território", afirmou.
O representante da Apib destacou que está nas mãos do STF o destino dos povos indígenas e que atualmente há 800 procedimentos pendentes de demarcação aguardando uma definição. Segundo ele, adotar um marco temporal é levar adiante todas as violações que indígenas sofreram, citando que à época da Constituição o país tinha saído há pouco tempo da ditadura.
Em linha com a posição do presidente Jair Bolsonaro e representantes do agronegócio, o ministro da AGU, Bruno Bianco, defendeu a adoção da tese do marco temporal e as condicionantes para ocupação de terras adotadas no caso da Raposa Serra do Sol.
Bianco também destacou que o Congresso é o local ideal para travar esse debate.
"O revolvimento das salvaguardas institucionais firmadas no caso Raposa Serra do Sol tem o potencial de gerar insegurança jurídica e ainda maior instabilidade nos processos demarcatórios. É nesse sentido que a União defende que as salvaguardas institucionais sejam reafirmadas em prol da pacificação social. E a necessidade de preservação da segurança jurídica fica acentuada quando se considera que há debate parlamentar em curso, na Câmara dos Deputados, no Projeto de Lei número 490 de 2007, com substitutivo tratando do marco temporal aprovado na CCJ da Câmara em 23 de junho de 2021", disse.
"É de todo prudente se aguardar tal trâmite parlamentar, que, de resto, como consta do relatório do substitutivo apresentado pelo Deputado Arthur Maia, 'busca consolidar em lei o entendimento amplamente majoritário, em garantia da segurança jurídica'", emendou.
Ministério da Agricultura investiga caso suspeito de vaca louca no Brasil
SÃO PAULO (Reuters) -O Ministério da Agricultura está investigando uma suspeita da doença "vaca louca" identificada no país, confirmou a pasta em nota nesta quarta-feira, embora haja chances de ser um caso atípico, onde não há contaminação, segundo uma fonte da indústria.
Questionado sobre o tema, o ministério disse em comunicado à Reuters que, como membro da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), o Brasil adota procedimentos de vigilância, investigação e notificações recomendadas pela instituição.
"Casos em investigação são corriqueiros dentro dos procedimentos de vigilância estabelecidos e medidas preventivas são adotadas imediatamente para garantir o controle sanitário", informou a pasta.
Uma vez concluído o processo de análise, acrescentou o ministério, os resultados serão informados sobre a doença, conhecida também como encefalopatia espongiforme bovina (EEB).
Uma fonte ligada à indústria de carne bovina disse na condição de anonimato que a suspeita teria sido identificada em Minas Gerais, em um animal mais velho, situação semelhante à ocorrida em 2019 em Mato Grosso, quando tratava-se de um chamado "caso atípico".
"A vaca louca é uma doença que pode surgir de forma espontânea e bem isolada. É considerado caso atípico quando não há contaminação", disse a fonte.
Ainda segundo o interlocutor, este tipo de caso, mesmo quando confirmado, não constuma desencadear embargos pelos países compradores da proteína.
Uma excessão foi a Arábia Saudita que suspendeu por três anos, em 2012, as compras de carne bovina brasileira devido à ocorrência de um caso atípico de vaca louca.
O diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres, disse que os exportadores da proteína localizados em Minas Gerais devem suspender embarques em função da suspeita da doença.
Procurada, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) preferiu não comentar até que os resultados do Ministério da Agricultura sejam divulgados.
A investigação, além disso, teve repercussão no mercado.
"Já mexeu com os preços e hoje as cotações (da arroba bovina) caíram, somando-se a um movimento de queda de preço em função do aumento de oferta", acrescentou Torres.
Nesta quarta-feira, a arroba fechou o dia cotada a 305,50 reais, queda de 2,52% na variação diária e recuo de 3,38% em base mensal, conforme indicador do boi gordo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
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