Demanda da China por petróleo se recupera; óleo de Tupi é negociado
A demanda da China por petróleo no mercado "spot" (à vista) parece estar se recuperando após quase cinco meses de compras mais lentas, causadas por uma escassez de cotas de importação, pela redução dos amplos estoques acumulados pelo país e por lockdowns relacionados à Covid-19, que afetaram o consumo local de combustíveis.
As redução nas compras da China --maior importadora de petróleo do mundo-- a partir de abril e uma queda nos índices de refino do país, que atingiram o menor patamar em 14 meses em julho, chegaram a derrubar os preços do petróleo da África Ocidental e do Brasil para mínimas de vários meses.
Mas operadores e analistas afirmam que agora os importadores chineses estão aumentando o ritmo de compras e pagando prêmios mais elevados para garantir ofertas a partir de novembro, à medida que os lockdowns são flexibilizados no país.
Uma recuperação sustentada na demanda chinesa pode apertar o cenário de oferta e dar suporte aos preços internacionais do petróleo.
Traders esperam que Pequim conclua em breve uma investigação sobre a revenda de cotas de importação e evasão fiscal por importadores, algo que gerou incerteza no mercado. Um quarto lote de cotas também deverá ser emitido em setembro ou outubro, o que pode reacender a demanda das refinarias independentes, que respondem por um quinto das importações chinesas.
COMÉRCIO SE RECUPERA
Operadores nos mercados da Ásia e Europa disseram à Reuters que compradores chinesas adquiriram recentemente "grades" de petróleo de Brasil e Angola a prêmios mais elevados do que em meses anteriores, enquanto as consultas de refinarias independentes aumentaram.
Isso ajudou os mercados chineses a se animarem depois de terem permanecido em um "silêncio mortal" por vários meses, disse um trader de uma fornecedora ocidental.
A Petrobras vendeu 2 milhões de barris de petróleo de Tupi à Unipec --braço de trading da Sinopec-- com prêmio de 1 dólar por barril sobre o contrato janeiro do Brent para entrega em novembro, segundo diversos operadores que monitoram negócios do setor na China.
Já o petróleo de Tupi para entrega ao país asiático em outubro foi negociado 20 centavos de dólar/barril acima dos contratos futuros do Brent para dezembro.
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