Mesmo com 1 mi de ha de cana afetados por geadas no BR, açúcar fica estável em NY nesta 3ª
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (24) próximas da estabilidade na Bolsa de Nova York mesmo com o indicativo de impactos expressivos das geadas sobre o Centro-Sul e dados quinzenais no país. Em Londres, o dia foi marcado por leves perdas.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York ficou estável, a US$ 19,58 c/lb, com máxima de 19,88 c/lb e mínima de 19,51 c/lb. O tipo branco em Londres caiu 0,33%, negociado a US$ 477,50 a tonelada.
O mercado teve um dia próximo da estabilidade mesmo depois da oficialização das perdas com geadas em áreas produtoras da principal região produtora de cana do país pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) . Além disso, também houve queda na produção quinzenal do adoçante.
De alguma forma, a valorização dos últimos dias já repercutiu a condição das lavouras no Centro-Sul com máximas de mais de quatro anos, segundo analistas.
"A primeira e segunda geada ocorrida nos meses de inverno afetaram cerca de um milhão de hectares, o que representa cerca de 11,9% da área disponível para colheita na safra 2021/2022, ou 26,9% da área a ser colhida até o final do ciclo agrícola", reportou.
A produção do adoçante retraiu 7,48% na última quinzena e atingiu 2,99 milhões de toneladas fabricadas, ante 3,24 milhões de toneladas verificadas em igual período do ano anterior. A expectativa era de uma queda até maior.
O volume fabricado de etanol alcançou 2,22 bilhões de litros na primeira metade de agosto, com foco para o etanol anidro, com 922 milhões de litros produzidos no período (+28,17% ante o último ciclo agrícola).
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No financeiro, o dia foi marcado por valorização expressiva nos futuros do petróleo, o que tende a dar suporte para os preços das commodities agrícolas. Além disso, o dólar caía forte sobre o real também dando suporte ao mercado externo da variedade.
O mercado também assimila de alguma forma a perda de força nas fixações do açúcar para a safra 2022/23 com usinas demonstrando maior cautela frente a incertezas com o volume esperado para a produção da próxima safra, segundo a Archer Consulting.
MERCADO INTERNO
A baixa oferta segue dando suporte aos preços do açúcar no Brasil, segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
"O clima seco e as geadas prejudicaram as lavouras paulistas de cana-de-açúcar, contexto que vem limitando o volume produzido no correr desta safra 2021/22", disse o centro em nota de mercado.
Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,76%, a saca de 50 kg cotada a R$ 134,43.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 133,80 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 19,78 c/lb - estável.
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