Impactos na safra brasileira voltam a ditar altas do açúcar em NY e Londres
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (18) com ganhos moderados nas bolsas de Nova York e Londres. Os impactos climáticos na safra brasileira seguem movimentando as ações dos investidores no mercado.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou alta de 0,75%, cotado a US$ 20,17 c/lb, com máxima de 20,31 c/lb e mínima de 19,99 c/lb. O tipo branco em Londres saltou 0,62%, negociado a US$ 504,50 a tonelada.
"Os danos causados pelas geadas e pela seca estão aparecendo, já que fontes da indústria disseram esperar um curto período de processamento", disse em nota o analista da Price Futures Group, Jack Scoville, com referência ao impacto climático.
Para Rafaela Souza, analista de inteligência de mercado da StoneX, o viés de alta para o açúcar deverá seguir pelos próximos dias, apesar de ajustes pontuais, até que novos relatórios da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) sejam reportados.
O mercado do adoçante também já começa a olhar os impactos da seca histórica no Centro-Sul do Brasil e das geadas que ocorreram em julho sobre a safra de cana-de-açúcar do país que será colhida somente apenas a partir do ano que vem.
"Um déficit global na produção para a próxima temporada está provavelmente consolidado, e agora resta ver o quão grande ele será”, disseram à agência de notícias Bloomberg da ADM Investor Services International Ltd.
Diante da perspectiva de menor oferta de açúcar pelo Brasil nos próximos anos, a Índia já demonstra que deve elevar suas exportações de açúcar na nova temporada, a partir de outubro, mesmo sem subsídios do governo.
“Nas circunstâncias atuais, da forma como vemos o cenário, parece não haver necessidade do apoio dos subsídios. Se as exportações podem acontecer por si só, também é melhor para os mercados globais que nenhum subsídio seja concedido”, disse Sudhanshu Pandey, funcionário do Ministério do Consumidor, Alimentação e Distribuição Pública da Índia.
No financeiro, os futuros do petróleo no cenário internacional oscilaram entre alta e baixa durante o dia e impactavam o mercado. Apesar disso, o dólar registrava leve alta sobre o real, o que tende a encorajar as exportações.
MERCADO INTERNO
Os preços no mercado brasileiro seguem em alta com oferta restrita. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,30%, com a saca de 50 kg cotada a R$ 129,77.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 128,95 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 20,23 c/lb com queda de 0,05%.
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