Copersucar estimula práticas sustentáveis na sua cadeia de transportadoras
A redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE) é uma das principais missões corporativas da atualidade com o objetivo de contribuir para contenção do aquecimento global. Muitas empresas já trabalham a sustentabilidade em seus processos de produção, tanto nas emissões liberadas nas operações da própria companhia, o escopo 1, como nas provenientes da energia elétrica adquirida para uso próprio, o escopo 2.
A Copersucar, maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo, vai mais adiante quando o assunto é o cuidado com o meio ambiente. Além de ter um dos processos produtivos mais sustentáveis da agricultura brasileira, a empresa vem buscando caminhos e oportunidades de melhorias nos sistemas de distribuição dos seus produtos, incentivando seus fornecedores a reduzirem as emissões geradas em toda a sua cadeia de valor, o escopo 3.
Atualmente, a empresa trabalha com mais de 110 transportadoras que, juntas, carregam cerca de 6 milhões de toneladas de açúcar por ano pelo Brasil e para outros países através do porto de Santos.
Para estimular as boas práticas e promover esta mudança em toda esta cadeia de parceiros, a Copersucar criou o Ranking de Logística, parte do Programa de Relacionamento com Transportadoras (PRT) desenvolvido pela empresa há quatro anos. O objetivo é premiar os melhores desempenhos no transporte rodoviário de açúcar bruto. Além dos critérios de performance de atendimento, de aderência a contratos e desempenho de entregas, o ranking desenvolvido pela Copersucar avalia a postura responsável em segurança e aspectos de sustentabilidade, como números de sinistros, resguardo na descarga e emissão de gases de efeito estufa.
Para Maria Cláudia Trabulsi coordenadora de Sustentabilidade da Copersucar, a proposta é valorizar as transportadoras que atendem diferentes critérios de qualidade e incentivar as modificações em seus processos, encorajando a melhoria contínua da gestão interna e a busca por resultados melhores e mais sustentáveis. “Acreditamos que toda a nossa cadeia precisa estar conectada. Já adotamos os mais importantes critérios ambientais nas usinas sócias da companhia e agora precisamos utilizar esta experiência para impulsionar empresas de outros setores complementares a seguir o mesmo caminho”, completa.
É o caso da Transportadora Guardia Eireli, uma das líderes do ranking. Nos últimos meses, a empresa renovou boa parte da sua frota de mais de 60 caminhões, proporcionando uma melhor adequação ambiental ao reduzir a média de consumo de combustível e utilizar filtros não poluentes. Além disso, os constantes treinamentos dos seus colaboradores focados em segurança viária contribuíram para que a empresa não registrasse nenhum acidente nos últimos dois anos. “Nossa longa experiência no mercado nos permite entender a complexidade da logística, seus riscos e os impactos que podem ter nos processos internos dos contratantes. Buscamos na tecnologia de informação as ferramentas que nos permitem realizar tomadas de decisões ágeis e confiáveis”, comenta Sandra (sobrenome), (cargo) da transportadora. Ela ainda ressalta que a empresa já está construindo uma caixa separadora para reutilizar a água das lavagens dos caminhões.
Outra transportadora que ganhou destaque na última safra foi a Rodomarco. Em 2020, a empresa conquistou a certificação SASSMAQ (Sistema de Avaliação em Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade) que atesta a segurança, rapidez e eficiência no transporte de cargas em todos seus processos, avaliando os impactos sobre o meio ambiente. “Esta certificação é muito mais do que um selo, é o nosso compromisso de estar à frente em relação à garantia de procedimentos mais estruturados e focados na melhoria contínua. A nossa operação tem uma atenção especial nesse sentido, com uma forte política de sustentabilidade, incluindo o gerenciamento de resíduos”, conta Danielle Martendal de Castro, gestora da companhia, que possui uma frota de 70 veículos pesados próprios com idade média inferior a cinco anos.
Ela explica que a transportadora trabalha com a logística reversa de baterias, pneus, sucatas e óleo, além de já realizar o reaproveitamento da água das lavagens dos caminhões e fazer o controle de fumaça preta dos veículos. “A cada três meses nós aferimos a emissão de gases de efeito estufa da nossa frota com o objetivo de controlar e reduzir os impactos ao meio ambiente”, completa a executiva, que enaltece ainda o trabalho realizado com a saúde e a segurança dos colaboradores, aprimorado com treinamentos de prevenção de riscos e acidentes com os funcionários, cargas e processos.
Processo contínuo - Para que as mudanças tenham resultados efetivos e duradouros, é necessário investir constantemente e em diferentes períodos.
Há dois anos, a Copersucar iniciou um trabalho de conscientização e conduziu um workshop para capacitar as transportadoras no tema de mudanças climáticas, incentivando a adoção de melhores práticas para gerenciar e reduzir as emissões de gases de efeito estufa nas operações logísticas. O projeto destacou os aspectos mais atuais na discussão deste contexto global, reforçando a importância da elaboração e preenchimento de inventários de GEE.
Já na safra 2020/2021, os fornecedores da Copersucar passaram por treinamentos com foco para o setor logístico, como o de Segurança na Descarga sobre a Operação Segura e de Sustentabilidade para o preenchimento da planilha de GHG, executado pela equipe de sustentabilidade da companhia. De acordo com Maria Cláudia, “o mapeamento das emissões está entre os objetivos de uma das linhas estratégicas da Cultura de Sustentabilidade da Copersucar para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Hoje, parte dos nossos fornecedores de distribuição já entrega a planilha de inventário GEE, sendo que a nossa expectativa é engajar toda a cadeia, sobretudo as transportadoras”.
Futuro: a experiência disseminando boas práticas em favor do clima
Referência de um setor que é um dos parâmetros da agricultura brasileira, a Copersucar entende a importância do seu papel na disseminação de boas práticas em prol do meio ambiente. O próximo passo da empresa é conscientizar e orientar estas transportadoras a preencher os seus próprios inventários de GEE, referentes aos seus escopos 1 e 2.
Para concretizar esta nova etapa, a companhia já está trabalhando na elaboração de um guia para treinar cada transportadora a apurar, monitorar e divulgar a sua própria emissão. “Ao contribuir para que as empresas da nossa cadeia de fornecedores comecem a relatar as suas emissões do escopo 1 e 2, não apenas teremos maior precisão no relato do nosso escopo 3, como também ajudamos, indiretamente, outras empresas a ampliar as suas avaliações. É uma iniciativa onde todo mundo ganha, a Copersucar, seus fornecedores e, principalmente, o meio ambiente e a sociedade”, conclui Trabulsi.
0 comentário
Futuros do açúcar têm leve recuperação em NY, mas seguem pressionados pela produção brasileira
Média diária de exportação de açúcar até a 3ª semana de dezembro é 42% inferior à de 2023
Problemas climáticos afetam produção de açúcar da Índia e expectativas de exportação
Alta do açúcar nesta 2ª feira (23) perde força e cotações ficam praticamente estáveis em NY
Açúcar abre em alta nesta 2ª feira e recupera parte das perdas registradas na última semana
Estável nesta 6ª feira (20), açúcar encerra semana com baixas acumuladas de mais de 5% em NY