USDA: soja exagera nas altas ao olhar apenas para produção, mas devolve ganhos ao reconhecer que relatório fez ajustes mas não mexeu no estoque final dos EUA
Podcast
Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting sobre o Fechamento de Mercado da Soja
O mercado da soja, depois da euforia pós relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), fechou o pregão desta quinta-feira (12) com estabilidade na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa chegaram a subir mais de 1% ao longo do dia, refletindo a correção nos números de produção e produtividade da safra 2021/22 dos EUA, mas devolveu parte das altas no final da sessão e terminou o dia apenas com tímidas variações, que levaram o contrato novembro/21, referência para a safra americana, a US$ 13,41, com alta de um ponto.
Como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado fez uma leitura mais detalhada dos novos números do USDA e acabou neutralizando a pressão positiva da redução da produção e produtividade para a safra americana diante de uma correção que foi vista também nos itens de demanda.
Afinal, o boletim mensal de oferta e demanda trouxe uma baixa também nos números de exportação e esmagamento de soja, além de um pequeno corte de um milhão toneladas nas importações chinesas da nova temporada. "O ano comercial está apenas começando e não tinha porque o USDA já cortar suas estimativas de demanda, talvez porque as cotações médias estejam maiores do que as do ano passado", afirma o consultor.
Agora, os traders acompanham o que vem a frente, principalmente nas próximas duas semanas, em que a safra de soja dos EUA deverá ser efetivamente definida. "Os campos americanos quem irão ditar as regras daqui pra frente", diz Brandalizze. A tendência, segundo ele, é de os preços se equilibrarem entre US$ 13,50 e US$ 13,70 com um quadro ainda positivo de fundamentos.
Na sequência da definição da safra americana, o mercado começa a dar atenção ao início da nova safra brasileira, estimada pelo departamento americano em 144 milhões de toneladas, com potencial, caso o clima colabore, ao chegar aos 150 milhões de toneladas. E essa informação vai cada vez mais ganhando espaço entre os participantes do mercado, o que poderia, inclusive, exercer alguma pressão sobre as cotações nos próximos meses.
Nesta quinta-feira, no mercado nacional, as cotações ainda encontraram suporte para patamares elevados, dando boas oportunidades aos produtores, tanto no interior, quanto nos portos. O dólar fechou, nesta quinta, com R$ 5,26 e permitiu ganhos entre os indicativos no mercado físico que passaram de 1%.
No entanto, Brandalizze ressalta a importância do momento para o sojicultor que mais um momento se depara com oportunidades para, ao menos, fazer alguns volumes de vendas, com boas médias, e aproveitar o mercado até que ele possa vir a ceder diante das notícias sobre a nova safra brasileira ganharem mais espaço no radar.
"Nos encaminhando para uma safra recorde brasileira, os preços podem ter mais pressão pela frente, para os embarques de março a diante, então, esse é o ponto. O balizador vai ser o dólar", acredita. "Temos vivido bons momentos, safra nova hoje deu chance de R$ 163,00 a R$ 165,00 nos portos, contra R$ 80,00 do ano passado", explica Brandalizze.
Para a soja disponível, as realidades são distintas e o preços vão respondendo aos cenários locais também de oferta e demanda, e nos portos há ainda referências altas também, entre R$ 173,00 e R$ 175,00 por saca.
"Para quem não precisa de caixa e tem mercado regional, talvez entre outubro e novembro, consiga e R$ 1,00 a até R$ 5,00 a mais do que temos hoje. Mas, em princípio, a tendência é que com a safra americana ganhando fôlego a pressão sobre os portos brasileiros, de demanda, é menor", completa.
1 comentário
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira
Aldo Hilarino da Silva Capão Bonito - SP
Já começaram com a conversa fiada di novo de safra record de 150 milhões de tn de soja no Brasil , "É PRA CABA"