Preço do milho começa a semana em baixa na B3 com “corrida de colheita”
Os preços futuro do milho começaram a semana da mesma maneira com que fecharam a anterior, caindo na Bolsa Brasileira (B3) e já retornando aos patamares R$ 97,00.
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 97,30 com baixa de 0,36%, o novembro/21 valeu R$ 97,66 com desvalorização de 0,62%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 99,44 com queda de 0,31% e o março/22 teve valor de R$ 98,70 com perda de 0,31%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado da B3 caindo abaixo dos R$ 100,00 é um reflexo da colheita andando a todo vapor, com os produtores querendo colher todo o milho rápido porque espera-se que as chuvas vão entrar em setembro e que vai ser possível plantar a soja em setembro.
“Todo mundo quer tirar o milho dos campos até o final de agosto então é uma corrida de colheita. Muitos armazéns estão com fila de caminhão para descarregar e muitos produtores estão vendendo agora para fazer caixa para contas e compras de insumos para a soja que vem na sequência”, explica.
A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou os dados de exportação e importação de milho para a primeira semana de agosto de 2021.
Na exportação, 718.243,9 toneladas foram acumuladas na primeira semana do mês, uma a média diária de embarques de 143.648,8 toneladas. Um patamar 59,33% maior do que a média do mês passado (4.389 toneladas) e 51,69% menor do que as 297.323,2 do mês de agosto de 2020.
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Já na importação, os 5 primeiros dias do mês receberam 20.544,1 toneladas com uma média diária de 4.108,8 toneladas, que representa aumento de 23,94% com relação a média registrada em agosto de 2020.
Mercado Interno
Os preços do milho no mercado interno oscilaram entre altos e baixos nesta segunda-feira. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas foram percebidas desvalorizações em Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT e Cândido Mota/SP. Já as valorizações apareceram em Rio do Sul/SC, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF e Oeste da Bahia.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimos, a semana anterior foi de arrefecimento dos preços do milho físico.” A colheita da Argentina está na reta final e temos visto cada vez maiores grupos produtores de proteína buscando matéria-prima por lá. Com a diferença entre os preços nacional e internacional, as exportações vêm sendo desincentivadas”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta que, “no momento, a oferta e demanda pelo milho se mostram ajustadas, a estabilidade toma conta do mercado e o cereal é vendido na média de R$ 100,00/sc na cidade de Campinas/SP”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que as vendas de milho estão travadas no mercado interno, e os preços do cereal passaram a apresentar movimentos distintos dentre as praças acompanhadas pelo Cepea, com as quedas predominando.
“Nas regiões onde o milho se desvalorizou, a pressão veio principalmente da retração de compradores, que se atentam ao avanço da colheita e ao menor ritmo das exportações. Além disso, alguns demandantes aguardam entregas de lotes negociados antecipadamente. Em São Paulo, especificamente, a menor presença de compradores e a oferta proveniente de outros estados resultaram em desvalorizações em muitas praças do estado”.
Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa caiu 2,2%, fechando a R$ 99,10/sc de 60 kg na sexta-feira, 6. Já nas praças onde o movimento ainda foi de alta, como Recife (PE), Barreiras (BA), Joaçaba (SC), Ponta Grossa (PR) e Marília (SP), a sustentação veio do maior interesse comprador e da resistência de vendedores em negociar novos lotes. No Paraná, os valores foram sustentados especialmente por incertezas quanto à oferta. “Vale lembrar que este foi um dos estados mais atingidos por adversidades climáticas neste ano”.
Mercado Externo
Para fechar a segunda-feira de recuos, os preços internacionais do milho futuro também caíram neste início de semana na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,50 com desvalorização de 4,75 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,53 com perda de 2,75 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,61 com queda de 3,00 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,66 com baixa de 3,00 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (06), de 0,90% para o setembro/21, de 0,54% para o dezembro/21, de 0,53% para o março/22 e de 0,53% para o maio/22.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, na segunda-feira, os mercados agrícolas do CME Group iniciaram as negociações da semana principalmente em baixa com o complexo de grãos com um comércio bastante tranquilo.
“A umidade atingiu grande parte do meio-oeste no fim de semana com previsões de chuvas adicionais. Esta semana o USDA divulgará seu relatório mensal de oferta/demanda com o número principal sendo o rendimento, com alguns acreditando que as safras de milho e soja precisam ser cortadas abaixo das estimativas atuais da linha de tendência, enquanto outros acreditam que poderíamos ter uma safra recorde melhor do que a linha de tendência em nossas mãos. Normalmente, quanto mais ampla a gama de estimativas, mais volátil é a mercado será pós-relatório”, aponta Britt O'Connell, ever. ag.
Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim semanal de embarques de grãos, com dados abaixo do esperado para milho. Os embarques de milho somaram 667,220 mil toneladas, enquanto mercado esperava algo entre 900 mil a 1,250 milhão de toneladas.
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