Milho e soja no momento de indefinição de preços, aguardando relatório do USDA da 2a.feira
Mercados agrícolas mistos, sem grandes notícias fundamentais (por Ginaldo de Souza, da Labhoro)
As vendas semanais não foram muito animadoras, vindo de um modo geral neutras e dentro das expectativas. Para a próxima semana, as atualizações climáticas continuam indicando chuvas abaixo do normal para a Dakota do Norte e norte de Minnessota, o que poderá dar suporte aos preços, principalmente da soja.
O modelo GFS desta tarde de sexta indicava chuvas leves nas Dakotas, Nebraska, Kansas, Planícies do Sul, leste do Arkansas, Louisiana, sul do Mississippi, centro-sul do Alabama e Georgia. O modelo reduziu as chuvas para o norte de Minnesota, tornando o clima para os próximos dez dias predominantemente seco. Para as demais regiões, chuvas acumuladas de volumes consideráveis.
Segunda-feira (12), teremos a divulgação do Supply e Demand do USDA, às 13h (horário de Brasília). Pelas expectativas os players não esperam que o órgão apresente mudanças significativas nos números.
Na realidade, se o USDA fosse eficiente, aumentaria as exportações de soja e com isso, reduziria os estoques. Da mesma maneira, aumentaria o uso para etanol e reduziria os estoque finais de milho.
Para a Safra velha, são esperados estoques finais de soja de 134 Mi Bu e para milho de 1,088 Bi Bu. Para a safra nova, esperam-se 148 Mi Bu de Soja e 1.402 Bi Bu de milho.
Fechamento: Soja agosto com alta de 14 centavos, $13,7925 Soja novembro com alta de 9 ¾ centavos, cotada a $13,2925; Milho dezembro com baixa de 6 ¾ centavos, cotado a $5,1700 e Trigo dezembro com baixa de 3 centavos, cotado a $6,275.
Para a produção de soja o mercado indica 4.394 Bi Bi, com uma produtividade de 50,67 bushels por acre para o milho cerca de 15.115 Bi Bu, com uma produtividade de 178,82 bushels por acre.
É basicamente impossível conseguir uma produtividade desse porte, considerando que o lado oeste e as planícies centrais, já não irão produzir uma safra com níveis ideais de produtividade.
Demanda:
A previsão de exportação do USDA para o ano-safra em torno dos 6,3 milhões de toneladas da Argentina, pode ter aumento de 3-3,5 milhões de toneladas, o que permite que o órgão possa reduzir sua estimativa de safra argentina, que permanece com 47 milhões de toneladas, contra 43,5 milhões de toneladas estimados pela Bolsa de Cereales.
Nenhuma venda extra de milho/soja foi divulgada nos últimos dias, porém, hoje o USDA confirmou a venda de 122,2 mil toneladas de soybean cake e farelo para o México, de ano comercial 2021/2022.
O USDA divulgou as inspeções semanais na terça-feira (6). Soja e Milho vieram dentro do esperado, enquanto o Trigo veio levemente abaixo das estimativas.
Na Soja foram 206 mil toneladas (est.: 90-300 mil toneladas), Milho foram 1,2 milhões de toneladas (est.: 1,0-1,5 milhões de toneladas) e Trigo veio com 258 mil toneladas (est.: 275-500 mil toneladas).
A CONAB divulgou a pouco os dados mensais sobre as lavouras brasileiras.
O órgão indicou uma produção de 135.911,7 milhões de toneladas de soja (contra 135.861,0 milhões de toneladas do mês anterior) e 93,384,6 milhões de toneladas para o milho (contra 96.392,1 milhões de toneladas).
A redução da produção do milho no Brasil já estava sendo esperada pelo mercado, considerando a estiagem em regiões produtivas importantes de milho safrinha.
Foram indicados 66.970,5 milhões de toneladas, contra 69.957,0 milhões de toneladas.
As estimativas para a produção da safrinha do Brasil ainda é incerta, mas uma redução forte ainda é esperada pelo mercado. Alguns brokers projetam inclusive, uma produção abaixo de 60 milhões de toneladas.
A safrinha de milho no Brasil é praticamente destinada a exportação e se os números indicados se concretizarem, os mercados do grão em CBOT serão afetados, ainda mais se a demanda se tornar forte e a quebra das lavouras localizadas nas áreas secas dos EUA for inevitável.
Wall St fecha em máximas recordes com setor financeiro liderando recuperação
(Reuters) - Os três principais índices acionários dos Estados Unidos dispararam para máximas registros de fechamento nesta sexta-feira, com as ações financeiras e outros setores com foco econômico se recuperando após uma liquidação vista mais cedo na semana, provocada por preocupações sobre o crescimento .
A alta pregão deixou os índices com níveis deste ganho no acumulado da semana, que também contou com uma forte alta nos preços dos Tesouros, já que os investidores temem que a recuperação econômica norte-americana pode estar perdendo força com a disseminação global da variante Delta do coronavírus.
Os preços dos Treasuries de dez anos recuaram nesta sexta-feira, interrompendo uma sequência de ganhos de oito dias consecutivos, enquanto o setor financeiro do S&P 500 saltou 2,9%, seu maior ganho percentual diário desde 1º de março.
As ações financeiras lideraram os ganhos setoriais, seguidas pelas empresas de energia, matérias-primas e industriais. Grandes bancos norte-americanos, incluindo o JPMorgan, darão início à temporada de balanços do segundo trimestre na semana que vem, quando divulgar seus resultados.
"Os EUA estão em uma bolha em comparação com o resto do mundo, em uma pausa da Covid. Quanto tempo isso vai durar não sabemos", disse ele, mas "até que essa narrativa mude, este é um mercado com muito dinheiro e taxas de juros baixos. "
O índice Dow Jones subiu 1,3%, a 34.870,16 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 1,13%, a 4.369,55 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,98%, a 14.701,92 pontos.
Na semana, o Dow subiu 0,2%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq avançaram 0,4% cada.
Preços do petróleo sobem mais de 2% após queda nos estoques dos EUA
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo avançaram pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira, com o mercado reagindo à redução nos estoques dos Estados Unidos, enquanto sinais de forte demanda da China e Índia também deram suporte à commodity.
Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em alta de 1,43 dólar, ou 1,93%, a 75,55 dólares por barril. Já o petróleo dos EUA (WTI) avançou 1,62 dólar, ou 2,2%, para 74,56 dólares o barril.
"O mercado está reagindo à queda histórica nos estoques de petróleo dos EUA, além de perspectivas mais fracas de um retorno do petróleo iraniano ao mercado", disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group em Chicago.
Ainda assim, os preços da commodity nos dois lados do Atlântico terminaram a semana com bilhar mudanças, apesar de flutuações notáveis. No início da semana, os preços foram pressionados pelo colapso das conseqüências de produção entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, incluindo a Rússia, que formam o grupo conhecido como Opep +.
Mas nos EUA os estoques de petróleo e gasolina recuaram, enquanto a demanda pelo combustível atingiu o maior patamar desde 2019, segundo dados publicados pela Administração de Informação sobre Energia (AIE) na quinta-feira, que sinalizaram um aumento na força da economia.
"O relatório de estoques altista da AIE antecipa o mercado a voltar ao azul", disse Stephen Brennock, da corretora PVM. "Claramente, os mercados de petróleo dos EUA estão apertados. No entanto, uma única forma de se evitar novas perdas é uma contenção da ameaça de uma guerra de preços na Opep +."
Safras reduz a projeção para colheita de milho do Brasil; negócios lentos de soja
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de milho da segunda safra 2021 no centro-sul do Brasil deve atingir 56,75 milhões de toneladas, disse nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado, devendo sua projeção em 7,85% após as geadas que atingiram parte da região produtora entre o final de junho e o começo de julho.
Em uma safra que já foi afetada por um atraso no plantio e pela seca, a estimativa da consultoria fica 22,8% abaixo do volume colhido no ano passado. Já na projeção de maio, Safras & Mercado via uma "safrinha" de milho do centro-sul em 61.592 milhões de toneladas.
"Após o atraso no plantio, o clima seco durante o desenvolvimento das lavouras e, por fim, a ocorrência de geadas, a quebra estimada entre a produção prevista em janeiro e o atual levantamento é de 32,4%", disse a consultoria em nota .
No início do ano, Safras & Mercado deste acreditou que a segunda safra, principal do cereal no país, pôde atingir 84.027 milhões de toneladas.
De acordo com a consultoria, uma área semeada com o cereal foi estimada em 14,4 milhões de hectares, aumento de 8,5% na comparação anual, mas a produtividade atingirá 3,491 quilos por hectare, ficando muito abaixo da marca de 5.537 kg / ha apurada na temporada anterior.
VENDAS DE SOJA
Em comunicado à parte, Safras & Mercado também informaram que a comercialização de soja tem progredido de forma lenta no Brasil. As vendas da safra 2020/21 atingiram, até esta sexta-feira, 79,2% da produção esperada, avanço de apenas 3,6 pontos percentuais em relação ao levantamento de junho.
Por causa da evolução lenta, uma cifra fica abaixo da apurada em igual período do ano passado, de 92,9%. No entanto, supera a média de cinco anos para o período, de 78,2%, "devido à elevação consistente dos preços", disse Safras.
Levando-se em conta uma safra estimada em 137,19 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 108,59 milhões de toneladas, acrescentou a consultoria.
Em relação à safra 2021/22 da oleaginosa, as vendas antecipadas alcançaram 21,5%, o que seria o equivalente a 29,56 milhões de toneladas se levada em conta uma safra hipotética mínima, igual à do ano anterior, já que Safras & Mercadoá divulgar sua primeira estimativa para 2021/22 apenas em 16 de julho.
As vendas estão atrasadas em comparação com o mesmo período do ano passado (39,8%), mas acima da média de cinco anos, de 17,6%.
Japão vê em 70% de chance de não ocorrer de El Niño ou La Niña até o outono
TÓQUIO (Reuters) - O departamento de meteorologia do Japão disse nesta sexta-feira que há uma chance de 70% de que não haja ocorrência nem do climático El Niño nem do La Niña entre este momento e o outono do Hemisfério Norte.
No mês passado, o órgão foi projetado em 60% como perspectivas de que as condições climáticas permanecessem normais até o outono.
O fenômeno El Niño representa o aquecimento das temperaturas na superfície do oceano no Pacífico oriental e central, que costuma ocorrer a cada poucos anos, por vezes causando danos a safras, inundações repentinas e incêndios.
Já o La Niña costuma causar temperaturas atipicamente baixas na parcela equatorial do Oceano Pacífico, e também está relacionado a enchentes e secas.
Mosaico prevê que apetite por milho pode dar impulso adicional para vendas no Brasil
SÃO PAULO (Reuters) - A Mosaic Fertilizantes, gigante do setor com cerca de 25% do mercado brasileiro, considera que a demanda de sucesso no país seguirá em expansão em 2021, podendo aumentar entre 6% e 10%, mas avalia que um novo crescimento anual de dois dígitos do mercado dependerá do "apetite" do produtor de milho, em um ambiente desafiador de preços mais altos de adubos.
Em entrevista à Reuters, a presidente da Mosaic Fertilizantes, Corrine Ricard, lamentou as intempéries como seca e geadas que quebraram a safra nacional em 2021 e vão encolher os estoques de milho no país em 50%, segundo destaque da estatal Conab.
Mas Ricard sinalizou que o mercado mais enxuto e sustentado pode ser fator de maior uso de fertilizantes no Brasil, uma vez que buscar produtoresão na próxima safra maximizar as produtividades, até para aproveitar os preços.
"A segunda safra sofreu pela seca e agora pelas geadas, acho que isso pode levar os produtores a dobrar os esforços na próxima safra", disse a executiva-chefe da unidade da multinacional Mosaic no Brasil.
O vice-presidente comercial da Mosaic Fertilizantes, Eduardo Monteiro, concorda que o "cenário é positivo" para a sua indústria, apesar de uma expansão menor que os 12% de 2020, quando o custo dos agricultores com adubo foi menor.
"Isso (a quebra de safra) coloca muita pressão nos preços (do milho) hoje. Mesmo que tenhamos volatilidades na bolsa de Chicago, no Brasil os preços continuam fortes. Acho que os clientes desejados mais apetite para ampliar as áreas na próxima safra", comentou ele.
Enquanto na bolsa americana as cotações do milho caíram cerca de 10% no acumulado de julho, no mercado brasileiro subiram 7%.
Monteiro ressaltou que o mercado de fertilizantes aumentou 12% no Brasil no ano passado, para o patamar de 40 milhões de toneladas, mas que em 2021 as expectativas de crescimento das vendas do setor giram entre 6% e 10%, "dependendo do apetite dos produtores no Brasil e do preço do milho ".
"Se a segunda safra (de milho) para forte, vai ser plantada em janeiro e fevereiro ... se para forte, provavelmente o número (de vendas de fertilizantes) estará no pico, é isso que estamos vendo hoje", comentou ele, em referência ao cereal colhido no inverno, que responde pela maior parte da produção do grão do Brasil, plantado após a colheita da soja no verão.
Reparos os grãos e oleaginosas, o milho é a segunda maior cultura do Brasil em volume, atrás da soja, e os investimentos na fertilidade do solo beneficiam ambas lavouras.
A projeção, por ora, não é tão fácil porque o mercado atualmente está com menos "liquidez" para vendas futuras do que no ano passado, comentou o executivo.
Apesar de o milho ter dobrado de valor em 12 meses no país, os fertilizantes também tiveram movimento semelhante, após terem sido negociados em patamares historicamente baixos em 2020.
"Vemos agora forte aumento dos preços dos fertilizantes, impulsionados pela alta na demanda e também tem alguns gargalos na oferta ...", disse ele.
Ele não informou os percentuais de vendas antecipadas de adubos para a próxima safra, mas disse que está "indicativo menor em comparação com o mesmo período do ano passado".
CRESCIMENTO ORGÂNICO
A Mosaic Fertilizantes, que atua na mineração, produção, importação, distribuição e distribuição de produtos, tem espaço para crescer organicamente e capturar o desenvolvimento desse setor, disse a presidente da unidade brasileira.
Das entregas de 10 milhões de toneladas da companhia ao mercado brasileiro em 2020, uma parcela de 4,1 milhões de toneladas veio da produção local --patamar importante em um país que importa grande parte das matérias-primas para fabricação de adubos.
Os números também indicam uma operação brasileira da Mosaic, que entrega cerca de 27,2 milhões de toneladas de fertilizantes ao ano para 40 países, sendo uma das maiores produtoras globais de fosfatados e potássio combinados.
"Temos espaço para crescer, isso é muito importante, porque o mercado está crescendo rapidamente, e podemos continuar participando, isso é super", disse Corrine, destacando que a companhia também foca em produtos de maior valor agregado, com tecnologias que oferecem maior eficiência aos agricultores.
Perto de completar dois anos no Brasil, uma executiva disse ainda que continua trabalhando na "transformação" do negócio, "otimizando" uma estrutura de custos e para entregar fertilizantes para o "tremendo crescimento que está acontecendo no mercado".
Segundo a executiva, um Mosaic ainda tem espaço para aumentar a produção nas minas --segmento que ingressou no Brasil após a conclusão de aquisição de negócio da Vale, em janeiro de 2018 - e para ampliar o negócio de distribuição, que apresenta "boas oportunidades ".
Hoje, a companhia possui cinco minas de fosfato: em Cajati (SP), Tapira (MG), Patrocínio (MG), Araxá (MG), Catalão (GO) e uma mina de potássio em Rosário do Catete (SE). As chamadas misturadoras de fertilizantes estão em Campo Grande (MS), Candeias (BA), Catalão (GO), Paranaguá (PR), Rio Verde (Goiás), Rondonópolis (MT), Sorriso (MT) e Uberaba (MG).
Em 2020, a empresa investiu 145 milhões de dólares, com foco em tecnologias digitais para aumentar a produtividade das empresas e reduzir os impactos ambientais, sendo que cerca de 70% dos investimentos foram feitos para manutenção das operações e 30% a projetos de melhoria da Eficiência ou aumento de capacidade.
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