OCDE-FAO: produção mundial de carnes cresce pouco mais de 13% até o final da década
Divulgadas ontem (5), as novas projeções da OCDE-FAO para a produção de carnes no final desta década (2030) sugerem expansão média de pouco mais de 1,2% ao ano em relação à média registrada no triênio 2018/2020, o que deve levar a produção mundial a um volume próximo dos 384 milhões de toneladas, perto de 44 milhões de toneladas a mais (13,27%) que o estimado para o triênio final da década passada.
Essa projeção baseia-se na perspectiva de maior lucratividade das carnes – especialmente nos primeiros anos da década, à medida que, após Covid-19, os preços se recuperarem.
De maneira geral, os maiores índices de crescimento tendem a ocorrer nos países em desenvolvimento que, estima-se, responderão por mais de 80% do adicional previsto. Por outro lado, a produção de países da Ásia e do Pacífico volta a corresponder a 41% do total, recuperando-se da forte queda ocasionada pelos surtos de peste suína africana. No caso, quem puxa essa recuperação é a China, maior produtora de carne do mundo.
Um alerta, porém: a participação dos cinco maiores produtores mundiais de carnes (China, EUA, União Europeia, Brasil e Rússia) no total mundial tendem a uma redução gradual em relação ao nível mais recente, fato decorrente do aumento de produção em países emergentes.
Globalmente, as baixas taxas de juros facilitarão o desenvolvimento da produção animal. E os aumentos previstos não devem ficar restritos ao volume, devem influenciar também os sistemas de produção, o que significa expansão das integrações, sobretudo nas nações em desenvolvimento.
Embora aumentando em ritmo mais lento que anteriormente, a carne de aves continuará a ser o principal impulsionador do crescimento da produção de carnes. A melhor conversão alimentar (em relação a outros animais) aliada ao curto ciclo de produção permite que os produtores respondam mais rapidamente às mudanças de mercado. O curto ciclo também possibilita melhorias rápidas em genética, saúde animal e nutrição.
Graças, sobretudo, a ganhos de produtividade, a produção se expandirá rapidamente na China, Brasil e Estados Unidos. O incremento deve abranger também alguns países da União Europeia (como Hungria, Polônia e Romênia, onde os custos de produção são mais baixos), mas por conta de investimentos efetuados no setor.
Estima-se, ainda, que grandes aumentos na produção avícola ocorrerão, de forma geral, nos países asiáticos afetados pela peste suína africana. A explicação para isso é que a carência de carne suína forçou o consumidor a buscar outras opções. E isto, no médio prazo, irá beneficiar a carne de frango, criando um novo hábito de consumo.
Os países da OCDE correspondem a um bloco com 38 participantes – a maioria caracterizados como “desenvolvidos”, mas também alguns considerados até hoje “em desenvolvimento”. Como o Brasil continua sendo candidato a membro da OCDE, sua produção está inserida no total apontado para os países em desenvolvimento (2ª coluna).
Produção prevista para os BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul: a produção dos cinco para 2030 corresponde a mais de 35% do total mundial para a carne de frango (graças, sobretudo, a China e Brasil), 52% da carne suína (graças à China) e quase 29% da carne bovina (graças ao Brasil).
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