CNA e Apex-Brasil promovem capacitação com foco na exportação de cacau e chocolates
O chocolate brasileiro é um produto que vem alcançando novas fronteiras ao redor do mundo. Para contribuir com o fortalecimento dessa cadeia produtiva, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) iniciou, na terça (29), uma capacitação online do projeto Agro.BR com foco exportação de cacau e chocolate.
O Agro.BR é um projeto da CNA e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para capacitar, planejar e viabilizar a geração de negócios internacionais para pequenos e médios empresários rurais brasileiros.
Na abertura, a coordenadora de Promoção Comercial da CNA, Camila Sande, ressaltou que a cacauicultura ganhou destaque dentro do projeto em função da boa adesão da cadeia produtiva do Agro BR e nas ações de promoções comercial do Brasil.
“O chocolate brasileiro pode ocupar todas as prateleiras no mundo porque o nosso produto é de excelente qualidade. Os produtores de cacau que integram o Agro.BR são de ponta, por isso vamos continuar investindo na promoção desses produtos e fazendo com que essa diferenciação seja valorizada para alcançar novos mercados”.
O diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Guilherme Moura, que também é produtor de cacau, lembrou como o produto é representativo no estado, que é um dos grandes produtores do país.
“O projeto Agro BR vem para aproximar os produtores de cacau e de chocolate, com potencial de agregação de valor do mercado internacional, especialmente aqueles que não conseguem alcançar novos mercados porque precisam se organizar e estruturar. O Agro.BR vem justamente para fazer essa ponte”.
O consultor do projeto Agro.BR na Bahia, Roberto Vianna, intermediou os debates.
A exportação de cacau, o acesso a mercados-alvo e as tendências do setor foram os temas abordados por Dorival Regini, sócio-diretor da Landis, empresa sediada na Itália que atua na importação de cacau e café.
“Em 2019, o mercado de chocolate girava em torno de 130 milhões de dólares com expectativa de crescimento de 5% ao ano. Pelo tamanho do mercado mundial, é possível perceber que as oportunidades são grandes. Estrategicamente, os mercados dos Estados Unidos e da Europa são os mais flexíveis para acessar”.
Sobre as tendências, Regini comentou que as empresas importadoras estão cada vez mais atentas ao Fair Trade (comércio justo). “A intenção envolve a sustentabilidade da cadeia produtiva para que o produtor seja valorizado e que os ganhos não fiquem limitados somente aos grandes intermediadores e aos grandes compradores”.
Durante a capacitação, a gerente de qualidade do Centro de Inovação do Cacau, Adriana Reis, reforçou aos participantes que os mercados de cacau e de chocolate brasileiros estão em um ótimo momento.
“Temos regiões produtoras diferenciadas com climas, solos e materiais genéticos distintos que conferem um sabor e terroir diferenciados aos produtos. Além disso, o país já possui três indicações geográficas registradas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e validadas pelo Ministério da Agricultura, como é o caso do cacau de procedência do sul da Bahia, do cacau de Linhares, no Espírito Santo e a indicação de procedência de Tomé-Açu, no Pará”.
Na quarta (30), o treinamento segue com palestra sobre o passo a passo para exportação de cacau e apresentação de case de sucesso de exportação da Cooperativa dos Cacauicultores do Sul da Bahia (Coopercabruca) com apoio do Agro.BR.
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