Usinas de açúcar e etanol devem garantir boas margens em 21/22, apesar de aumento nos custos, estima Itaú BBA
Os preços elevados na comercialização de açúcar e etanol na safra 2021/22 do Brasil, acompanhando uma menor oferta dos produtos no mercado, devem garantir boas margens para as usinas do país, assim como no ciclo anterior, apesar de um aumento nos custos de produção, segundo relatório do Itaú BBA divulgado na quinta-feira (17).
"O setor enfrentará um aumento relevante de custos e a rentabilidade poderá ser inferior à observada na safra passada, a depender do momento da fixação do açúcar e da aquisição dos insumos", destaca a consultoria.
Na safra anterior, os custos fixos foram menores do que os que são esperados neste novo ciclo produtivo sucroenergético no país. Em 2020/21, houve registro pela consultoria de excelentes níveis de ATR e o clima seco, que além de contribuir para encher as fábricas também evitou as paradas não planejadas das usinas, segundo o Itaú BBA.
"Nesta safra, além desses fatores serem diferentes, outros custos aumentaram significativamente no comparativo com o ano passado, com destaque para as elevações dos preços do diesel, fertilizantes, defensivos agrícolas, aço, mão de obra, entre outros", disse o Itaú BBA em relatório de mercado.
Também já há atenção do mercado para uma alta nos custos com arrendamento diante da valorização no valor do ATR nesta temporada.
"É importante que as usinas fiquem atentas também às oportunidades de hedge para as safras seguintes, diante de uma combinação de um ambiente de incertezas ainda existente e dos preços futuros em patamares atrativos mesmo considerando as altas recentes de custos", orienta a consultoria agrícola em relatório.
Nos últimos dias, os preços para fixações do açúcar da safra 2022/23 oscilavam ao redor de R$ 1.900 por tonelada.
O Itaú BBA atualizou sua estimativa para a moagem de cana na safra 2021/22 para 560 milhões de t no Centro-Sul do país, com uma queda de 7,5% ante a temporada anterior. A produção de açúcar deve cair mais de 10% neste novo ciclo de produção, para 34,5 milhões de t do adoçante. A estimativa para o etanol de milho e cana é de 27,90 milhões de m³, cerca de 8% abaixo do resultado da temporada 2020/21.
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