Açúcar perde quase 3% nesta 5ª feira e volta aos níveis de abril
Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta quinta-feira (17) com perdas de mais de 3% nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado sente o peso do cenário macroeconômico internacional, além de atenção ao clima mais favorável para as lavouras no Brasil.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou desvalorização de 2,85%, cotado a US$ 16,71 c/lb, com máxima de 17,10 c/lb e mínima de 16,69 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres teve perda de 2,75% na sessão, negociado a US$ 425,00 a tonelada.
O mercado perdeu nesta sessão o patamar de US$ 17 c/lb, que ainda era mantido nos últimos dias, apesar das perdas recentes. Essa já é a sexta sessão consecutiva de perdas para o adoçante e retomado do mercado aos níveis do final de abril.
"Nós creditamos grande parte desse rompimento ao macroeconômico na esteira da decisão do banco central americano ontem. Houve uma sinalização de que a taxa de juros lá vai subir mais cedo do que se imaginava", explica Lígia Heise, consultora sênior em gerenciamento de risco da StoneX.
Preços do etanol no Brasil estão mais atrativos que os do açúcar em NY - Foto: Pixabay
Essa movimentação do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) gerou uma valorização do dólar sobre outras moedas e as ações de diversos setores despencaram nas bolsas internacionais.
Além disso, segue a repercussão de alívio na condição de estiagem no Centro-Sul do Brasil com chuvas registradas nos últimos dias, segundo empresas meteorológicas, mas ainda assim os últimos meses foram marcados por baixos volumes de precipitação nas áreas produtoras.
“As áreas de cultivo da parte Sul e Sudeste do Brasil estão recebendo algumas chuvas benéficas, com o Paraná e partes de São Paulo com as melhores precipitações”, disse em relatório na véspera o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.
O mercado do adoçante também sentiu pressão adicional nesta quinta-feira das perdas do petróleo WTI e do Brent no mercado internacional, que impactam diretamente sobre o etanol e, consequentemente, na decisão de produção das usinas. No Brasil, o valor do biocombustível está bastante valorizado.
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Mercado interno
O aquecimento da demanda por açúcar segue dando suporte ao mercado interno. Como referência, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve valorização de 0,26%, cotado a R$ 117,57 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 124,55 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração disponível o preço FOB cotado a US$ 17,91 c/lb com queda de 0,06%.
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