Alta da soja em Chicago está atrelada ao dólar fraco e ao clima adverso nos EUA

Publicado em 02/06/2021 17:04 e atualizado em 02/06/2021 20:03
Mário Mariano Moraes Júnior - Diretor Comercial Agrosoya/Novo Rumo Commodities
No Brasil, volta dos leilões para Biodiesel B13 e até B15 podem melhorar demanda por soja, mas valorização do real deve impactar peço do grão

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Entrevista com Mário Mariano Moraes Júnior - Diretor Comercial Agrosoya/Novo Rumo Commodities sobre o Fechamento de Mercado da S

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​Mais um dia de valorização para as cotações futuras da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta quarta-feira (02) com foco do mercado para o clima nos Estados Unidos, oscilações do dólar americano e movimentações chinesas. Os principais vencimentos da oleaginosa saltaram entre 14 e 17 pontos no fechamento.

O contrato de julho/21, que teve o maior volume de negócios na CBOT nesta quarta-feira, registrou uma alta de 14 pontos no encerramento dos trabalhos na bolsa, ou 0,90%, cotado a US$ 15,62 por bushel. Na máxima do dia, o vencimento chegou a testar os US$ 15,67/bushel e registrou US$ 15,41/bushel na mínima do dia.

Para Mário Mariano Moraes Júnior, diretor comercial Agrosoya/Novo Rumo Commodities, a soja, assim como outras commodities, tem oscilado nas últimas semanas com chamadas ondas. A primeira relacionada com a decisão de tolerância zero da China na especulação de mercado, a segunda cambial e a terceira com o clima nos EUA.

“O recado nessa primeira onda foi que o governo precisava entender qual era o tamanho de mercado que ele estaria trabalhando. Ele disse, portanto, que a tendência é aumentar a compra de trigo para a composição da ração ao invés de maiores volumes de soja matéria-prima e farelo, produto caro devido aos valores na Bolsa de Chicago naquele momento”, disse Moraes Júnior.

Em sequência, já em uma segunda onda, houve uma desvalorização do dólar americano ante outras moedas, barateando as commodities agrícolas e tornando-as mais competitivas. “Então, os especuladores voltaram a fazer grandes compras na Bolsa de Chicago por conta desse ativo cambial”, explicou o analista em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Uma terceira onda de impacto no mercado, mais recente, está relacionada com a questão climática nos Estados Unidos em meio ao plantio da oleaginosa. “Hoje, houve comentário dentro de uma companhia de clima americana que o mês de junho deverá ser o ano mais seco dos últimos 101 anos e isso muito provavelmente deu uma condição de especulação grande no dia”, pontua.

“Nós estamos enfrentando um mercado climático nos Estados Unidos que trouxera uma avaliação construtiva para preços, precificando um prêmio de risco que será eventualmente melhorado ou não, conforme o desempenho climático”, destaca Moraes Júnior.

O mercado da soja na CBOT seguiu em alta no dia mesmo depois de o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês) apontar um novo avanço do plantio da soja norte-americana, com 84% da área, contra 75% da semana anterior, segundo relatório divulgado ontem (1º).

Nesse mesmo período, em 2020, 74% das lavouras tinham sido plantadas e a média dos últimos cinco anos é de 67%.

Diante da tendência de alta nas cotações na CBOT, o cenário no mercado de soja do Brasil deveria ser de momentos oportunidades mas, por outro lado, os prêmios seguem firmes nos contratos mais próximos, além de o dólar estar desvalorizado ante o real.

“A condicionante que possa fazer com que haja um outro efeito de demanda para o produto brasileiro vai ser imediatamente visto, num primeiro impacto, nos prêmios de exportação do produto brasileiro e nós não temos visto nenhum efeito de alta recente”, afirma o analista de mercado.

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Por:
Aleksander Horta e Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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