Açúcar em NY tem alta de quase 2% com foco no BR e dispara do petróleo
O mercado futuro do açúcar voltou dos feriados internacionais nesta terça-feira (1º) com altas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres. O suporte acompanha a safra brasileira 2021/22 e um financeiro otimista com disparada do petróleo.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 1,90%, a US$ 17,69 c/lb, com máxima de 17,89 c/lb e mínima de 17,51 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres saltou 1,15%, negociado a US$ 464,90 a tonelada.
A Bolsa de Nova York não funcionou na véspera por conta do Memorial Day e, em Londres, também não houve negócios por conta do Spring Bank Holiday.
A safra 2021/22 de cana-de-açúcar do Brasil tem sido impactada por uma seca histórica. Com isso, a produção de açúcar deverá ser menor neste ano. Além disso, há atraso na moagem à espera de um melhor desenvolvimento das lavouras.
"Os preços do açúcar subiram pela manhã para máximas de duas semanas e meia devido preocupações com a seca no Brasil, juntamente com um aumento nos preços do petróleo", disse em nota a fornecedora de informações de commodities Barchart.
Mercados internacionais voltam do feriado com valorização expressiva nesta terça-feira - Fonte: Unica
A trading inglesa Czarnikow vê a condição climática neste mês de junho como crucial para a definição de suas estimativas da nova temporada.
"A curva de rendimento agrícola da cana está caindo neste momento e o tamanho dessa queda é que determinará se o CS esmagará menos do que 558 milhões de toneladas e do que estimamos atualmente para a região", disse a trading em relatório.
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Paralelamente, o mercado também monitora as greves na Colômbia, que tem impactado a produção de açúcar. O financeiro positivo no dia, com alta generalizada das commodities, contribuiu para o suporte ao mercado. Os futuros do petróleo WTI e Brent saltavam cerca de 3% nesta tarde de terça, o que tende a impactar nos valores da gasolina.
Com o combustível de origem fóssil mais alto, as usinas podem migrar para a produção do biocombustível, reduzindo a oferta de açúcar.
"Embora existam preocupações com um aperto nas restrições ligadas à Covid-19 em partes da Ásia, o mercado parece estar mais focado no lado positivo da história, com a demanda nos EUA e partes da Europa", destacaram à Reuters analistas da ING Economics.
Mercado interno
O mês de maio terminou no Brasil com o indicador do açúcar no maior nominal de toda a série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
Segundo pesquisadores, o avanço dos preços está atrelado à oferta restrita nestes dois primeiros meses da temporada, devido ao início tardio da moagem e à queda na produtividade dos canaviais.
Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, recuou 0,16%, cotado a R$ 115,81 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 124,52 a saca, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração disponível o preço FOB cotado a US$ 18,32 c/lb, também estável.
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