Silo de grãos e fábrica de ração geram economia para família Kuffel, no Oeste de SC
Tradição e tecnologia andam juntas na propriedade rural da família Kuffel, de Mondaí, no Oeste Catarinense. Nas terras onde os pais iniciaram as primeiras lavouras há mais de 50 anos, Valdir Kuffel trabalha com a família com visão empreendedora, investindo em inovações que tornam a produção de leite, suínos e grãos cada vez mais rentável.
Com apoio da Epagri, a família construiu um silo para armazenar e secar os grãos que produz e uma pequena fábrica de ração. Os investimentos reduziram os custos da propriedade e deixaram a alimentação dos animais bem mais barata.
O silo secador, desenvolvido pela Emater do Rio Grande do Sul, é uma tecnologia difundida pela Epagri que vem ganhando espaço na agricultura familiar catarinense. Ele permite manter a colheita de grãos na propriedade e garantir a qualidade do produto. “Vimos nele a possibilidade de baixar os custos com expurgo, secagem e transporte de volta para a propriedade”, lembra Valdir, que chegava a gastar até R$9 por saca de milho com transporte e armazenamento.
O projeto do silo, dimensionado de acordo com as necessidades da propriedade, foi elaborado com assistência técnica do engenheiro-agrônomo Adair Magnaguagho, da Epagri. O silo tem capacidade para 1,5 mil sacas de milho e custou R$38 mil. De acordo com o produtor Valdir, o capital investido deve ser recuperado em apenas dois anos de uso.
O silo é construído em alvenaria e fica sob um galpão. Na lateral dele é acoplado um ventilador que faz a secagem dos grãos com ar natural. “A qualidade do grão nesse sistema a frio é muito melhor, pois ele não é queimado. A gente observa que o grão é muito mais macio e a moagem é eficiente, diferente do grão secado com calor, que fica duro e vitrificado”, acrescenta.
Fábrica de ração
Para otimizar ainda mais o uso de grãos na propriedade, a família também construiu uma pequena fábrica de ração. Agora, os Kuffel precisam apenas adquirir os farelos e minerais para deixar a ração balanceada, pois o milho é produzido, armazenado, secado e expurgado na propriedade. “A ração que estamos fazendo é de qualidade superior à comprada, pois sabemos exatamente a composição e o valor nutricional do que está sendo fornecido aos animais”, reforça Valdir.
O sistema foi projetado de forma a diminuir a mão de obra da família. “Com apenas 15 minutos de nosso tempo são feitos 300 quilos de ração”, diz o agricultor. A produção vai tão bem que outras famílias já compram a ração pronta com os Kuffel.
O engenheiro-agrônomo Paulo Roberto Kuhn, da Epagri, explica que a fábrica pode produzir todos os tipos de alimentos concentrados, destinados a várias categorias de animais, com diversas composições. “Não existem limitações para o uso de diferentes ingredientes, sejam moídos, sejam na forma de farelos. Todos os animais de uma propriedade podem ser atendidos, das bezerras às matrizes”, detalha.
Energia solar
Outra tecnologia em que os Kuffel investiram e que trouxe economia foi a geração de energia solar. Em 2019, eles instalaram um sistema de geração fotovoltaica para abastecer a propriedade. Quando o sistema gera mais energia do que a propriedade consome, ele ajuda a abastecer a rede da Celesc e gera uma espécie de créditos que são monitorados por um medidor. Quando o consumo de energia da propriedade é maior do que a geração solar, os créditos são usados pela família.
Pecuária leiteira
Com 76 hectares de terras, 70 matrizes leiteiras e 900 suínos na terminação, a família de Valdir e Alice Kuffel traz uma história de perseverança no campo. Hoje, a maior fonte de renda da propriedade é a bovinocultura de leite. Eles produzem entre 30 e 40 mil litros por mês.
Os proprietários realizam um trabalho voltado ao melhoramento genético do rebanho, com inseminação artificial e criação de novilhas para renovar o plantel leiteiro. A família também adota uma série de medidas e cuidados para garantir a qualidade do leite, que deve estar dentro das normas federais para comercialização.
O rebanho é alimentado com pastagem, silagem e ração. A alimentação no estábulo acontece em dois períodos do dia: no amanhecer e ao anoitecer, sempre depois da ordenha. Após o trato, os animais vão para a pastagem, onde ficam até a próxima ordenha.
A suinocultura é exercida em forma de parceria com a Cooperativa Central Aurora Alimentos e a Cooperativa A1. Outra fonte de renda da propriedade é o cultivo de milho e soja. A soja, produzida para venda, é uma atividade recente que surgiu pelo interesse do agricultor em fazer rotação de culturas na lavoura. A colheita de milho é de cerca de 4 mil sacas – cerca de um terço é utilizado na propriedade e o restante é vendido.
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