Presidente argentino espera novo e sustentável acordo com FMI em breve
LISBOA (Reuters) - O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse nesta segunda-feira esperar que seja possível alcançar em breve um novo acordo sustentável com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que permita ao seu país altamente endividado que se desenvolva e que leve em conta as condições pós-pandemia.
"O que sempre pedimos é um acordo que não ponha em questão a nossa capacidade de desenvolvimento e de acabar com as desigualdades. Eu quero chegar a um acordo que seja sustentável", disse ele a repórteres.
A Argentina busca substituir um acordo fechado com o FMI em 2018 e adiar os pagamentos que não pode cumprir em meio à recessão, acentuada pela pandemia de Covid-19.
"Eu pedi ao FMI que entenda o momento que estamos vivendo. Espero que um acordo possa ser alcançado em breve", disse Fernández durante visita a Lisboa.
O presidente argentino havia dito em março que não queria apressar um novo acordo. Muitos investidores esperam agora que o pacto, que inicialmente deveria ter sido fechado em maio, só seja alcançado após as eleições, em novembro.
Ele também disse, em entrevista conjunta com o primeiro-ministro português, António Costa, que seu governo está trabalhando com os credores para mudar algumas regras do sistema financeiro internacional no mundo pós-pandemia.
"Pude transmitir ao primeiro-ministro a situação em que a Argentina se encontra e o trabalho que estamos fazendo com os credores para tentar chegar não só a um acordo entre o FMI e a Argentina, mas também mudar algumas regras do sistema financeiro internacional que estão relacionadas com o mundo pós-pandemia", disse Fernández.
UE-MERCOSUL
Costa, por sua vez, disse que agora há condições para fechar rapidamente um acordo entre o bloco comercial sul-americano Mercosul e a União Europeia (UE), que Portugal espera que seja alcançado durante sua presidência de seis meses da UE, até 30 de junho.
O pacto, acordado em 2019 depois de 20 anos de negociações, prometia ser o maior da UE, removendo 4 bilhões de euros em tarifas de importação.
Mas a ratificação estagnou devido a preocupações entre os membros da UE sobre o desmatamento na região amazônica do Brasil. Os países do Mercosul dizem que aguardam um texto da UE sobre mudança climática que trataria dessas preocupações.
Costa disse ser urgente que a UE apresente seu documento o mais rapidamente possível. Fernández afirmou que alguns países ainda estão criando dificuldades nas negociações e que os dois blocos precisam "trabalhar um pouco mais" no acordo.
(Reportagem de Victoria Waldersee)
0 comentário
Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros