Consumo de etanol dá sinais de recuperação na PB, após impacto da pandemia
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Entrevista com Edmundo Barbosa - Presidente do Sindalcool Paraíba sobre o mercado do etanol
DownloadO consumo de etanol na Paraíba tem dado sinais de recuperação neste início de 2021, segundo dados do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool na Paraíba (Sindalcool-PB), após impacto na demanda pela pandemia do coronavírus nos últimos meses e a paridade desfavorecida do biocombustível ante a gasolina. Ainda assim, segue o tradicionalismo do Nordeste com a gasolina.
Em fevereiro de 2021 (último mês com levantamento finalizado), o estado consumiu cerca de 21 milhões de litros de etanol hidratado, um salto de mais de 20% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a pandemia estava no início no Brasil. Com reflexos da Covid-19, em todo o ano de 2020, o consumo total do biocombustível chegou a 146,23 milhões de litros no estado.
Segundo Edmundo Barbosa, presidente do Sindalcool-PB, além dos impactos da pandemia na demanda por etanol, o consumidor no Nordeste já tem por tradição consumir mais a gasolina, que tem na mistura o etanol anidro. Um dos motivos para esse posicionamento é que, diferente de São Paulo, por exemplo, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na Paraíba é de 27%.
“Nós precisamos valorizar mais o nosso produto aqui na região. Valorizar para que as pessoas que abasteçam façam isso conscientemente... Mais do que o futuro, nós precisamos de consumidores conscientes”, pontua Barbosa. O Sindalcool-PB, inclusive, realiza trabalhos para o esclarecimento da população regional sobre os benefícios do etanol.
Apesar do posicionamento de consumo no estado mais focado para matriz fóssil, a Paraíba é o terceiro maior estado produtor de cana-de-açúcar da região Nordeste. Na safra 2020/21, a produção de cana-de-açúcar no estado deve diominuir ante o ciclo anterior, com cerca de 6 milhões de toneladas, recuo de cerca de 7% na produção do biocombustível (387 milhões de litros), mas alta na produção de açúcar.
“A próxima safra nossa, que começa entre julho e agosto, não temos dúvidas de que será importante. No entanto, não devemos crescer no percentual de cana moída. Se a gente alcançar o mesmo número de 6 milhões de t, já terá sido uma grande conquista porque aqui o risco climático faz toda a diferença”, destaca Barbosa.
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