Soja fecha com mais de 20 pts de baixa em Chicago com pressão do óleo e clima nos EUA
O mercado da soja intensificou suas quedas na Bolsa de Chicago na tarde desta segunda-feira (12) na Bolsa de Chicago e fechou o dia com perdas de 13 a 21 pontos nas posições mais negociadas. Assim, o maio/21 terminou o dia com US$ 13,82 e o setembro, com US$ 12,79 por bushel.
Como explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest, o mercado continua sendo pressionado, em partes, pelas condições favoráveios de clima nos Estados Unidos, com volumes bons sendo esperados principalmente em regiões que vêm sofrendo muito com o tempo seco.
"O clima mais benéfico traz certa tranquilidade e isso pressiona a soja em grão", diz.
Assim, há ainda a espera pelo novo reporte de acompanhamento de safras que chega nesta segunda, no final da tarde, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), às 17h (Brasília), pós fechamento do mercado em Chicago.
A pressão sobre o óleo, ainda segundo o analista, vem com uma recuperação sendo indicada pelos estoques de óleo de palma na Malásia, com os números podendo se aproximar da média novamente, ajudando a pesar sobre os óleos vegetais de uma forma geral.
No paralelo, os traders permanecem focados em entender quais serão os próximos movimentos do produtor americano, o comportamento da demanda da China e o ritmo dos embarques do Brasil, bem como a conclusão da safra aqui na América do Sul.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, a semana começa com a pressão da redução da mistura do óleo de soja no biodiesel de 13% para 10%, já que a mudança - anunciada na última sexta-feira (9) pelos ministérios da Agricultura e de Minas e Energia - deve impactar diretamente na demanda interna pela oleaginosa.
"A indústria nacional pode recuar em compras e isso pode ser negativo até para os prêmios que poderão ser pressionados para baixo. O grande vilão da historia é o dólar, que segue forte e assim o custo do diesel no mercado internacional forte deixa o produto forte internamente", afirma Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
A mistura do biodiesel, que deixará de ter apenas 3% é bastante para a indústria porque representa quase 1,8 bilhão de litros. "Desta forma, o mercado vai olhar para este fator novo e de demanda menor e pode até mesmo trazer pressão negativa em Chicago", complementa Brandalizze.
A redução da mistura de 13% para 10% do óleo de soja no biodiesel no Brasil, anunciada na última sexta-feira (9) pelos ministérios de Minas e Energia e da Agricultura, deverá acarretar alguns impactos sobre o mercado brasileiro e foram esses efeitos que o analista de mercado da Agrinvest Commodities, Eduardo Vanin, trouxe em sua última entrevista ao Notícias Agrícolas. "
A mudança, segundo o especialista, se dá essencialmente ao momento de preços historicamente para os óleos vegetais - entre eles o óleo de soja -, os quais têm testado suas máximas entre oito e dez anos, a depender do produto e da região, puxados por uma oferta menor e uma demanda que cresce em ritmo bastante acentuado.
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