Mercado do frango tem alta em março e deve seguir estável em abril
Neste recém terminado mês de março, a média geral de preços no mercado do frango indicou alta, segundo a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Juliana Ferraz. Segundo ela, a intensidade de alta para a proteína avícola foi, inclusive, superior à carne bovina. Ainda assim, a carne de frango segue sendo mais competitiva que a bovina, em patamares altos, e que a suína, que sofreu quedas durante o mês.
Como exemplo, a pesquisadora cita o frango inteiro resfriado, referência Grande São Paulo, que chegou a R$ 6,06/kg, valor 3,3% superior a fevereiro de 2021 e 32% maior do que março de 2020. Como razões para o aumento nos preços, ela cita a descapitalização da população em decorrência da pandemia da Covid-19, fazendo com que o consumidor opte pela carne mais barata, e pelos bons ritmos de exportação, que aumentaram em 13% em março no comparativo com o mês anterior.
O período de recrudescimento das medidas restritivas devido à pandemia também afetou a movimentação de preços de alguns cortes da ave; o peito de frango e a carne mecanicamente separada (utilizada, por exemplo, na fabricação de nuggets de frango) tiveram aumento, enquanto o coração da ave, consumido em churrascos, sofreu queda de cerca de 4% em março.
Apesar das altas dos preços para o setor de avicultura de corte de maneira geral, os custos de produção, principalmente no que se refere à alimentação das aves, segue pressionando as margens e sendo absorvido ao longo da cadeia. Segundo Juliana Ferraz, os custos de produção não devem ceder de forma contundente, e o repasse à ponta consumidora não costuma ser bem aceito.
Para abril, a pesquisadora aponta um viés de estabilidade para o mercado do frango, destacando a continuidade dos bons volumes exportados e da demanda interna aquecida, sobretudo com o pagamento da nova rodada de pagamento do auxílio Emergencial, cedido pelo Governo Federal.
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