Soja: Preços nos portos do Brasil testam níveis acima de R$ 180/saca para agosto com suporte do dólar
O dólar alto frente ao real tem ajudado a manter os preços da soja sustentados no mercado brasileiro. Nos portos, as referências ainda variam entre R$ 175,00 a R$ 179,00 por saca, dando chances entre R$ 181,00 a R$ 182,00 ao se observar a posição de agosto, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Não só a soja 2020/21 está bem precificada, como a safra 2021/22 também já sinaliza bons indicativos, ainda de acordo com Brandalizze, que relata referências entre R$ 155,00 e R$ 158,00.
"E há pouca pressão de venda. Os vendedores estão esperando para se posicionar com níveis mais altos, o mercado do momento é de poucos negócios da safra futura. O produtor tem feito algumas trocas, mas em ritmo um pouco mais lento de vendas de soja da safra nova", explica o consultor.
Leia Mais:
+ Dólar fecha em queda de 0,16%, a R$ 5,7588
No interior, algumas praças também registraram valorizações, principalmente respeitando suas realidades regionais de oferta e demanda, enquanto outros sentiram mais forte a pressão de Chicago, onde os futuros da oleaginosa encerraram o dia com perdas de quase 30 pontos nos principais contratos.
MERCADO EM CHICAGO
O maio perdeu 26,25 pontos para terminar o dia com US$ 13,66 e o agosto, US$ 13,15 por bushel. O mercado da soja na Bolsa de Chicago, mais uma vez, está sendo envenenado pela queda nos preços do óleo de soja, que operam no limite de baixa nesta tarde de terça.
Os futuros do derivados negociados na CBOT terminaram o pregão perdendo quase 5% e pressionaram severamente os preços do grão.
"Na semana passada, a movimentação de realização (do óleo) se de deveu a rumores de importação por parte dos EUA de óleo de soja argentino. A conta da importação continua fazendo sentido, uma vez que os basis internos americanos estão nas máximas históricas, alta provocada pelo forte aperto dos estoques internos americanos", explica a Agrinvest Commodities.
Além da pressão dos derivados, já que o farelo de soja também opera do lado negativo da tabela, o mercado também segue na defensiva e se posicionando antes da divulgação dos novos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quarta-feira (31).
O reporte mais esperado é o que traz as projeções de área, que sinalizam um aumento em relação à safra anterior. No entanto, a área esperada deve vir menor do que o que foi reportado no Outlook Forum do USDA, em fevereiro.
Caso os números confirmem as expectativas do mercado, a área de milho norte-americana na safra 2021/22 pode ser 2,6% maior, 8,3% no caso da soja e 1,3% no caso do trigo.
Além disso, as condições de clima no Corn Belt têm mostrado melhora e também ajudam a pesar sobre o mercado, ainda como explica Vlamir Brandalizze. "As temperaturas estão subindo, já são positivas e poucas áreas estão com temperaturas abaixo de zero pela manhã e, com isso, o solo vai esquentando, favorecendo o início do plantio no Meio-Oeste", diz o consultor.
Os trabalhos de campo já foram iniciados em alguns estados, ainda timidamente, mas já marcando o início da safra 2021/22.
0 comentário
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira