Banco Mundial alerta que pandemia afetará economia do Brasil no 1º semestre

Publicado em 29/03/2021 20:47

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BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Mundial projeta que a economia brasileira crescerá 3,0% neste ano, puxada pelo expressivo carregamento estatístico vindo de 2020, informou o organismo em relatório divulgado nesta segunda-feira, no qual, contudo, ressalvou que a escalada de casos e óbitos decorrentes da pandemia da Covid-19 vai enfraquecer o nível de atividade no primeiro semestre do ano.

Em seu Relatório Semestral para a América Latina e o Caribe, desta vez com o tema "Renewing with Growth" (Renovando com Crescimento, em tradução livre), a instituição estima que a indústria vai liderar a recuperação, enquanto o desempenho do setor de serviços dependerá da imunização da população.

Pelas estimativas do Banco Mundial, a recuperação econômica doméstica ficará atrás da de outros pares latino-americanos, como México (4,5%), Chile (5,5%) e Colômbia (5%) neste ano.

Ao comentar a recente reedição do programa do auxílio emergencial aos mais vulneráveis, o Banco Mundial destacou que, apesar de as projeções apontarem adição do equivalente a 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) ao déficit primário antes projetado, a medida apoiará o consumo das famílias e atenuará o aumento da pobreza.

As estimativas da instituição apontam dívida pública bruta encerrando o ano a 89,7% do PIB e também incerteza na recuperação do mercado de trabalho, uma vez que a geração de empregos depende de um cenário de retomada sustentada e implementação de reformas estruturais.

Dentre os riscos e desafios atribuídos ao país, o Banco Mundial pontua que são necessárias reformas de cunho econômico que permitam abertura do comércio, privatização de empresas públicas e flexibilização das despesas públicas, além das reformas tributária e administrativa.

O déficit nominal será de 6,2% do PIB, abaixo dos 14,2% de 2020, conforme cálculos do Banco Mundial. As transações correntes terão rombo de 1,5% do PIB, pior que o resultado negativo de 0,9% do ano passado.

O PIB crescerá 2,5% em 2022 e 2,3% em 2023, ainda de acordo com previsões do organismo.

Brasil registra 1.660 novas mortes por Covid-19 e total atinge 313.866

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SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou nesta segunda-feira 1.660 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 313.866, informou o Ministério da Saúde.

Também foram contabilizados 38.927 novos casos de coronavírus, com o total de infecções no país avançando para 12.573.615, acrescentou a pasta.

As cifras ficam abaixo das que têm sido reportadas recentemente por causa do represamento de testes aos finais de semana, fator que costuma acarretar uma redução das contagens de casos e mortes aos domingos e segundas-feiras.

Na semana passada, por exemplo, o Brasil registrou 1.383 óbitos e 49.293 casos na segunda-feira, mas atingiu seu recorde de casos reportados em 24 horas na quarta-feira (100.158 infecções) e uma nova máxima diária de mortes na sexta (3.650 óbitos), em meio ao pior momento enfretado pelo país desde o início da pandemia.

Dados compilados pela Reuters indicam que atualmente o Brasil lidera o mundo nos números médios diários de novas infecções e mortes registradas, sendo responsável por um em cada sete casos e um em cada quatro óbitos relatados em todo o mundo a cada dia.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira que é necessária a intensificação de ações eficientes em conter a propagação do vírus, como o uso de máscaras.

Ele também defendeu o aumento na testagem para identificação e isolamento das pessoas infectadas, e disse ser importante que a população evite "aglomerações fúteis".

Estado mais afetado pela Covid-19 em números absolutos, São Paulo atingiu as marcas de 2.425.320 casos e 72.283 mortes.

Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo coronavírus registradas, com 1.103.687 casos, mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados, com 36.149 mortes.

O governo ainda reporta 10.969.247 pessoas recuperadas da Covid-19 e 1.290.502 pacientes em acompanhamento.

Queiroga busca permuta com EUA por 20 milhões de vacinas e fala em ampliar compra da Pfizer

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BRASÍLIA/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que vai receber na terça-feira o embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Todd Chapman, para discutir a possibilidade de uma permuta de vacinas entre os dois países para a antecipação do envio ao Brasil de 20 milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19.

Queiroga relatou, nesta segunda-feira em audiência pública de comissão do Senado que acompanha ações de enfrentamento à pandemia, um telefonema que teve sobre o tema com o embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, para tratar da questão, e que o próximo passo será um encontro com o representante do governo norte-americano.

O ministro citou as vacinas da Pfizer, que o Brasil contratou 100 milhões de doses para 2021, mas ainda não recebeu nenhuma, por ter demorado a firmar acordo com o laboratório norte-americano. Segundo ele, o ministério pode ampliar o contrato com a empresa.

"Nós estamos muito empenhados em conseguir uma antecipação, uma troca, porque os americanos não vão liberar vacinas antes que tenham vacinado toda a sua população, mas eles aceitam fazer uma permuta. Então, como nós já adquirimos da Pfizer, e hoje eu fiz uma reunião com a Pfizer e vamos adquirir mais, vamos fazer uma permuta, ver se conseguimos uns 20 milhões de doses para que fortaleça o nosso programa de imunizações", disse o ministro, sem detalhar a possível compra adicional de doses da Pfizer.

O contrato do Brasil com a Pfizer prevê a entrega de 2 milhões de doses até maio, com a grande maioria das 100 milhões de doses contratadas (cerca de 86,5 milhões) previstas apenas para o terceiro trimestre. Mais cedo, o ministro se reuniu com a Pfizer para pedir a antecipação da entregue 50 milhões de doses.

De acordo com a Pfizer, o acordo entre o laboratório e o Ministério da Saúde prevê a possibilidade de um pedido de doses adicionais a partir do quarto trimestre de 2021.

O ministro também afirmou na comissão que a permuta com os Estados Unidos pode incluir vacinas contratadas pelo Brasil do programa Covax Facility, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Por esse programa, o Brasil receberá 42,5 milhões de doses da vacina da AstraZeneca , mas, até o momento, recebeu apenas pouco mais de 1 milhão de doses.

O presidente dos EUA, Joe Biden, tem sofrido pressão de países para compartilhar vacinas, especialmente seu estoque de vacinas da AstraZeneca, que são autorizadas para uso em diversos lugares, inclusive no Brasil, mas não nos Estados Unidos.

Tanto a vacina da AstraZeneca como a da Pfizer têm registro completo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que significa que poderiam ser usadas imediatamente no Brasil.

O Brasil enfrenta o pior momento da pandemia de Covid-19, com quase 2.600 mortes por dia em média nos últimos 7 dias, e sofre com o ritmo lento da vacinação desde o início em janeiro.

De acordo com o Ministério da Saúde, 13,9 milhões de pessoas foram vacinadas com a primeira dose no país, o equivalente a 6,5% da população brasileira.

Na audiência, o ministro também defendeu que os planos de saúde sejam obrigados a fornecer cobertura para as vacinas contra Covid-19, e disse que iniciou conversas com demais setores do governo e com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nesse sentido.

"Nós entendemos que a vacina tem que entrar no rol de cobertura obrigatória da saúde suplementar", afirmou.

Canadá vai suspender uso de vacina da AstraZeneca para até 55 anos e quer nova análise

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OTTAWA/TORONTO (Reuters) - Autoridades sanitárias do Canadá anunciaram nesta segunda-feira que irão parar de aplicar a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 para pessoas com menos 55 anos, e que irão requisitar uma nova análise sobre os benefícios e riscos do imunizante de acordo com idade e gênero. 

A medida ocorre após relatos da Europa sobre a ocorrência de raros, porém graves, coágulos sanguíneos, hemorragias, e, em alguns casos, morte após a vacinação, principalmente em jovens mulheres. Nenhum caso foi reportado no Canadá, que já aplicou 307 mil doses da AstraZeneca.

"Vamos pausar o uso da vacina da AstraZeneca para os adultos com menos 55 anos de idade e esperar uma análise mais ampla de riscos e benefícios", afirmou o vice-diretor-executivo de Saúde Pública Howard Njoo em um pronunciamento à imprensa.

Njoo depois apontou que o Canadá está tomando essa abordagem "prudente" pois outras vacinas estão disponíveis. A maior parte do fornecimento de imunizantes no Canadá vem da Pfizer e da Moderna.

O Conselho Nacional de Aconselhamento para Imunização (NACI, na sigla em inglês), um painel independente de especialistas, afirmou que a taxa na qual a complicação de coagulação aparece ainda não está clara. Até agora, 40% das pessoas que a desenvolveram, morreram, mas essa porcentagem pode cair assim que mais casos forem identificados e tratados antecipadamente, disse a entidade.

"O que sabemos neste momento é que há incerteza substancial sobre o benefício de providenciar vacinas da AstraZeneca contra a Covid-19 para adultos com menos de 55 anos de idade", afirmou o conselho em uma recomendação por escrito. Pessoas mais velhas têm um risco maior de hospitalização e morte pela Covid-19, e a complicação parece ser mais rara nessa faixa etária, acrescentou o NACI, dizendo que esse grupo pode receber a vacina com "consentimento informado".

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Fonte:
Reuters

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