Óleo de soja: Mesmo fator que fez grão subir em Chicago na semana, também motivou a baixa desta sexta (26)

Publicado em 26/03/2021 16:59 e atualizado em 29/03/2021 09:01
Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest
Possibilidade de reabertura do mercado de biodiesel da Argentina para os americanos ajuda explicar movimento de baixa que respingou nos grãos em Chicago

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Entrevista com Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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A mesma força que puxou as cotações da soja durante toda a semana também pressionou o mercado nos últimos dias e assim, grão e derivado terminaram a sexta-feira (26) em queda na Bolsa de Chicago. 

"Os óleos vegetais como um todo estiveram muito voláteis nesta semana. Para os futuros do óleo de soja em Chicago, dois limites baixa, um de alta. E essa volatilidade também transmitida ao grão", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities, em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

As baixas entre as posições mais negociadas na CBOT do grão ficaram entre 0,81% e 1,13%, com o maio sendo cotado a US$ 14,00 e o agosto, US$ 13,45 por bushel. Entre os preços do óleo, somente nesta sexta-feira, as perdas foram de mais de 4%, como maio fechando com 52,48 cents de dólar por libra-peso e o agosto, 47,80 cents/lp. 

O mercado de óleos vem de um momento de menor oferta e baixos estoques em diversas frentes, não só no óleo de soja, o que vem puxando as cotações de uma forma geral, principalmente entre as cotações do óleo de palma. 

"Os estoques de óleo de soja estão baixos nos EUA, isso por conta do consumo maior para biodiesel, e isso abre a possibilidade de arbitragem, a importação de óleo - que está barato nos EUA - devido ao encarecimento de Chicago e dos prêmios que também estão altos. E houve rumores de que a Argentina possa ter vendido dois barcos de óleo de soja para os EUA, isso acaba trazendo um peso para os preços na Bolsa de Chicago", diz Vanin. 

A pressão, todavia, pode ser pontual, uma vez que os estoques americanos - e globais - de óleo estão bastante apertados e a demanda continua forte. E agora, o mercado se foca em receber relatórios importantes que chegam na próxima semana e que podem ajudar a definir um melhor direcionamento para o mercado. 

Entre eles está o boletim Prospective Plantings, com as primeiras projeções oficiais de área de plantio nos EUA a ser reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). "Já podemos ver que o intervalo das expectativas é bastante amplo para soja e milho, para o algodão um pouco menos. Então, haverá bastante volatilidade", explica o analista. 

Se espera um aumento forte para a área a ser destinada à soja na safra 2021/22 e, sendo confirmada no dia 31, poderia exercer alguma pressão inicial sobre as cotações. Mais do que isso, o clima começa a ganhar cada vez mais espaço no radar dos traders e sinaliza um cenário positivo neste início de temporada, o que inclusive, em termos de temperaturas e níveis de água no solo, influencia os produtores americanos a tomarem sua decisão. 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, o que se registra ainda é um mercado tranquilo, sem grandes movimentações, pouco interesse dos produtores em vender agora e os prêmios ainda sem esboçar também uma reação. A China tem seu apetite limitado por novas compras por agora e isso é negativo. 

"Um destaque aqui para o Brasil é o nosso programa de biodiesel. No último leilão, o preço do biodiesel ficou muito baixo, e o preço do óleo continuou subindo, e essa diferença é bastante grande. Para quem não tem a originação da soja essa situação penaliza muito. E para o próximo leilão teremos que ver como ficará o preço do biodiesel em relação ao óleo degomado", detalha o analista da Agrinvest. 

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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