Dados do Procon-SP confirmam competitividade – hoje em risco – do frango e do ovo

Publicado em 22/03/2021 08:37

Quando o custo de um produto aumenta 175% e seu preço ao consumidor sofre correção pouco superior a 100%, fica claro que o sistema produtivo é o perdedor e o consumidor o beneficiário. Mas, infelizmente, no caso de frangos e ovos, o consumidor está em vias de se juntar ao grupo dos perdedores.

Tome-se como base apenas os últimos 10 anos. Nesse período, o consumo per capita de ovos e de carne de frango aumentou de forma significativa. E não foi apenas porque a avicultura aumentou a produção ou por ter desenvolvido um bom trabalho de marketing. A chave foi o preço real decrescente.

Isso fica bem claro quando, levantados os preços do ovo, do frango e da cesta básica dos paulistanos (dados do Procon-SP), os resultados do primeiro bimestre de 2021 são contrapostos aos registrados 10 anos atrás (média de 2011).

Pois, desde então, a cesta básica teve seu preço mais do que triplicado, acumulando aumento de 216%. Enquanto isso, o incremento de preço do ovo não chegou a 150% (preço menos de 2,5 vezes maior) e o do frango não foi muito além dos 100% (preço apenas 2,1 vezes maior que o de 2011).

Mas o principal significado dessa queda está na participação dos dois alimentos no custo total da cesta básica. A do ovo ficou 21,68% menor que em 2011; e a do frango recuou quase um terço (-32,44%).

Porém, a melhor mostra do aumento da competitividade da carne de frango é encontrada na relação do produto com a carne bovina. Em 2011, um quilograma de carne bovina de segunda permitia adquirir ao redor de 2,5 kg de carne de frango. Neste ano, no bimestre janeiro/fevereiro, foi possível adquirir, ao preço do mesmo volume de carne bovina de segunda, perto de 3,650 kg de carne de frango, ou seja, cerca de 45% a mais que 10 anos atrás.

Lamentavelmente, esses ganhos estão em vias de perda total. Pois, incapaz de suportar o aumento de custo ocasionado pela explosão de preço das matérias-primas e tendo pela frente um consumidor economicamente depauperado (mal que a pandemia vem agravando) o setor produtivo só encontra como saída a redução da produção. Involuntária – ressalte-se – pois causada exclusivamente pela perda da capacidade de manutenção dos investimentos na alimentação dos plantéis

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
AviSite

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário