Soja desabando, dólar murchando, Lula ameaçando... e agora?! Agora é o momento de se proteger ...
Poder360: Lula se diz grato a Fachin, insiste em ataque a Moro e fala como candidato
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta 4ª feira (10.mar.2021), que “não tem tempo de pensar em candidatura” para a eleição presidencial de 2022. A declaração foi dada em seu 1º discurso depois que retomou os direitos políticos.
“Não podemos ficar respondendo à insistência da imprensa para escolher um nome. O que precisamos é colocar nossa gente para andar o Brasil”, afirmou, sugerindo que deve começar a viajar o país para falar com a população.
Durante o discurso, apesar de negar que seja o “momento” para debater as eleições de 2022, falou como candidato à presidência, fazendo críticas ao presidente Jair Bolsonaro e citando medidas que poderiam ser adotados pelo governo federal. Disse também que quer conversar com o empresário para entender a “loucura deles”.
“Eu preciso converar com os empresários. Quero saber onde está a loucura deles? Se eles querem que a economia cresça, é preciso garantir que o povo tenha emprego e renda”, disse.
As falas foram feitas 2 dias depois da decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), que anulou, na 2ª feira (8.mar), todas as decisões tomadas pela 13ª Vara de Curitiba nas ações penais contra o petista.
Em pronunciamento de mais de uma hora na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), Lula disse que a decisão de Fachin foi “tardia” e voltou a afirmar que a operação Lava Jato foi a “maior mentira jurídica do Brasil em 500 anos”.
“Eu sou agradecido ao ministro Fachin porque ele cumpriu uma coisa que a gente reivindicava desde 2016. A decisão que ele tomou tardiamente vem 5 anos depois de que foi colocado por nós”, afirmou.
Lula, no entanto, declarou que o “sofrimento” pelos 580 dias que esteve preso “acabou”. Segundo ele, a dor das pessoas mais pobres diante da pandemia do novo coronavírus é “infinitamente maior” do que o que sentia na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR).
“Se tem um brasileiro que tem razão de ter profundas mágoas, sou eu. Mas não tenho. O sofrimento que o povo brasileiro está passando, que as pessoas pobres estão passando nesse país é infinitamente maior do que qualquer crime que cometeram contra mim”, disse.
“Não há dor maior para um homem ou mulher do que levantar de manhã e não ter a certeza de ter um cafe com pão com manteiga para fazer. Não tem dor maior para um ser humano do que chegar na hora do almoço e não ter um prato de feijão com farinha para dar ao seu filho”, afirmou.
O ex-presidente agradeceu a solidariedade de líderes internacionais, como o presidente da Argentina, Alberto Fernández, o papa Francisco e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. Ele também fez homenagens aos seus advogados, Cristiano Zanin Martins e Waleska Teixeira.
O ex-ministro da Educação e candidato à Presidência em 2018, Fernando Haddad (PT), a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, e Guilherme Boulos (Psol), candidato à Presidência da República pelo Psol em 2018 e à prefeitura de São Paulo em 2020, estiveram ao lado de Lula durante o pronunciamento seguido de entrevista.
No palco também estavam o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Iago Montalvão; a namorada de Lula, a socióloga Rosângela da Silva, conhecida como “Janja”; além de dirigentes de entidades e centrais sindicas ligadas à CUT (Central Única dos Trabalhadores). O evento, agendado para 11h, começou com 30 minutos de atraso.
LEIA ALGUNS TRECHOS DO DISCURSO
Eleições presidenciais de 2022: “Não podemos ficar respondendo à insistência da imprensa para escolher um nome. O que precisamos é colocar nossa gente para andar o Brasil. O Haddad pode ir junto com a UNE (União Nacional dos Estudantes) visitar as universidades. Ele tem cabedal histórico para isso. Isso que temos que fazer. Vamos fazer. Depois, a gente discute o resultado do que fomos capazes de produzir. Não podemos nos preocupar com críticas e ataques menores.”
Pandemia: “Convido vocês para lutar nesse país para garantir que todo brasileiro, independentemente da idade, tome vacina. Para isso, temos que obrigar o governo a comprar vacina. Temos que brigar pelo salário emergencial, por investimento e geração de emprego, sobretudo a partir da infraestrutura. É preciso política de ajuda ao pequeno e micro empresário. Quantos restaurantes, farmácias e salões de beleza estão fechando? Para quê existe governo? É para tentar encontrar solução para essa gente.”
Alianças para 2022: “Sabe qual é a vantagem de ser mais velho? É porque a gente tem mais história. Vocês estão lembrados que quando fui candidato em 2002 o vice era o companheiro José Alencar? Ele era do PMDB. Como o PMDB, não me apoiava, articulamos a entrada dele no PL. Foi a 1ª vez que tivemos uma aliança entre capital e trabalho no Brasil. José Alencar era empresário e eu, dirigente sindical. Sem falsa modéstia, acho que foi o momento mais promissor da história democrática do país. Temos que esperar chegar o momento de discutir e escolher o candidato. A Gleisi participa de reuniões com PDT, Psol, PC do B e PSB. Quando chegar o momento, vai ser possível uma candidatura única ou se terá mais candidatos.”
“Eu duvido que consiga repetir o vice das qualidades do José Alencar. Esse país não tem muita gente com o caráter, discernimento e lealdade dele. Tem momento para tudo. Não podemos ficar respondendo à insistência da imprensa. O que precisamos é colocar nossa gente para andar.”
Frente ampla: “A frente ampla é para ter capacidade de conversar com outras forças políticas que não estão no espectro da esquerda. Em 2002, o José de Alencar foi meu vice. Nos Estados, o Flávio Dino, do PC do B, foi eleito numa aliança ampla, não numa aliança de esquerda. O Camilo e o Rui Costa também.”
“Quem via o filho brigando por bife não tem dificuldade de construir aliança quando chegar o momento para isso.”
FACHIN ANULA DECISÕES DA LAVA JATO CONTRA LULA
Leia a íntegra (369 KB) da decisão de Fachin que anulou as decisões da 13ª Vara de Curitiba nas contra Lula. O despacho tem 46 páginas. Leia a íntegra (452 KB) da nota do gabinete de Fachin sobre a decisão.
A determinação do ministro atende a pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do petista em 3 de novembro de 2020. Aplica-se aos seguintes casos: tríplex do Guarujá, sítio de Atibaia, sede do Instituto Lula e doações ao Instituto Lula.
JULGAMENTO DA SUSPEIÇÃO DE MORO É ADIADO
A 2ª Turma do STF suspendeu nessa 3ª feira (9.mar) a conclusão do julgamento sobre a eventual suspeição do ex-juiz Sergio Moro em relação a condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em processos sobre o tríplex do Guarujá (SP). Não há data para o debate ser retomado.
O ministro Nunes Marques pediu vista (mais tempo para analisar o caso). Afirmou não ter tido tempo de votar em razão de não ter conseguido analisar o processo.
Até agora, votaram para declarar Moro suspeito os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Cármen Lúcia e Edson Fachin já haviam votado em 2018, contra a suspeição, antes de o debate ser interrompido por pedido de vista de Gilmar Mendes.
Fachin e Cármen Lúcia manifestaram interesse em se pronunciar novamente quando o caso voltar a julgamento. Se não houver nenhuma mudança no placar, caberá a Nunes Marques dar o voto de desempate.
O julgamento voltou à pauta do colegiado, composto por 5 ministros, depois de o relator da Lava Jato, Edson Fachin, anular as ações penais contra Lula e mandá-las para a Justiça Federal de Brasília.
Fachin determinou, também, a perda de objeto [validade] do HC sobre a suspeição de Moro. Mas Gilmar Mendes, que é o presidente da 2ª Turma e havia pedido vista, decidiu que ele tem, sim, de ser analisado, e marcou o julgamento para a tarde dessa 3ª feira. Fachin reagiu à decisão de Gilmar de agendar o julgamento. Indicou que o caso fosse enviado ao plenário, que reúne os 11 ministros do STF. Quatro dos 5 ministros da 2ª Turma, no entanto, vetaram a possibilidade.
Poder360: PT faria “festa” com lockdown e compras sem licitação, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta 4ª feira (10.mar.2021) as medidas de isolamento social adotadas por governadores para frear o alastramento da pandemia de covid-19 no Brasil.
A apoiadores, disse que, caso o candidato do PT à Presidência em 2018, Fernando Haddad, tivesse sido eleito, o “lockdown” teria sido decretado antes mesmo de haver solicitação dos governadores. A conversa foi publicada em um canal bolsonarista no YouTube.
“A maioria dos governadores querem lockdown nacional, imagina se fosse o Haddad presidente. Nem precisava os governadores terem pedido”, disse em frente ao Palácio da Alvorada.
“Sabemos das dificuldades, o povo está sofrendo, está havendo abuso no meu entender nessa política de fecha tudo, porque a economia não dá para ver depois não”, declarou.
Na conversa, Bolsonaro disse duas vezes que a gestão da pandemia por um eventual governo petista seria diferente da dele. “Imagina se o PT fosse governo com essa onda de comprar as coisas sem licitação como seria. Como estaria a festa no Brasil. Não quero citar países, mas a gente estaria numa miséria aqui”.
Bolsonaro afirmou que o governo federal tem investido na aquisição de vacinas contra a covid-19 desde 2020. “A 1ª vacina nossa quando foi comprada? 6 de agosto. E o pessoal fala que eu sou negacionista”, disse.
O chefe do Executivo também voltou a dizer que os governadores foram abastecidos de recursos federais para estruturar o sistema de saúde. Citou o Maranhão como exemplo de Estado que “investiu muito pouco ou quase nada” nos hospitais.
“Um dos Estados que receberam, o Maranhão, foram muitos bilhões também. Então o governador lá pagou folha de salário, fez muita coisa, mas não investiu na saúde”, disse.
A declaração de Bolsonaro foi feita horas antes de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conceder entrevista à imprensa para falar, dentre outros assuntos, da decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin que anulou as condenações do petista pela Justiça Federal do Paraná na operação Lava Jato. A decisão o tornou apto a disputar as eleições de 2022.
Câmara retira desvinculação de recursos para Receita da PEC Emergencial
BRASÍLIA (Reuters) - A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira uma emenda que retira do texto da PEC Emergencial previsão de desvinculação de recursos da Receita em caso de crise fiscal.
Para que o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) fosse mantido como estava, eram necessários 308 votos, mas, ao fim da votação do destaque, o placar apontava 302 votos a 178, o que resultou na retirada do trecho.
A retirada do trecho não deve forçar a PEC a passar por uma segunda análise por parte do Senado, já que tratava-se de uma emenda com a intenção de suprimir texto. Nesse caso, e se não houver nenhuma adição ou nova redação ao texto da proposta, ela é promulgada sem o dispositivo rejeitado depois que for aprovada pela Câmara.
Na terça-feira, auditores fiscais da Receita Federal realizaram paralisação em protesto contra o dispositivo da PEC Emergencial que desvincula recursos para o órgão. A adesão alcançou 90% dos fiscais, de acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional).
A Câmara analisa nesta quarta-feira emendas ao texto da PEC, destacadas para serem votadas separadamente. Encerrada a análise dos destaques, deputados ainda votarão a PEC em um segundo turno de votações.
À Reuters, o presidente do Sindifisco, Kleber Cabral, se disse aliviado com a "correção feita pela Câmara", ressaltando que o posicionamento do governo, sobretudo do ministro da Economia, Paulo Guedes, favorável à desvinculação "causou muita reação entre os auditores".
Mais cedo, a direção nacional do Sindifisco informou, por meio de nota, que havia orientado os 220 auditores fiscais em postos de chefia que entregassem seus cargos caso não houvesse reversão, pela Câmara, da desvinculação de recursos da Receita, movimento que, segundo o sindicato, constituiria "o maior êxodo já visto no órgão".
"Ao suprimir a vinculação de receitas para as atividades de administração tributária, a PEC 186 ameaça o funcionamento da Receita Federal e dos Fiscos estaduais e municipais, na contramão do propagado objetivo de ajuste fiscal", dizia o comunicado.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Gabriel Ponte)
Bolsonaro aparece à frente de Lula em pesquisa após petista retomar direitos políticos, diz CNN Brasil
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro aparece à frente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em pesquisa para a eleição presidencial marcada para outubro do ano que vem e divulgada nesta quarta-feira pela CNN Brasil.
De acordo com o levantamento, feito pelo instituto Real Time Big Data, Bolsonaro, que está atualmente sem filiação partidária para disputar a reeleição, aparece com 31% das intenções de voto, seguido por Lula (PT), que soma 21%.
Lula retomou os direitos políticos na segunda-feira, após decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou as condenações que o petista sofreu no âmbito da operação Lava Jato em Curitiba. Com isso, ele deixou de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que impediu sua candidatura no pleito de 2018.
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro, também sem partido e juiz responsável pelas condenações impostas a Lula na 13ª Vara Federal de Curitiba, apontada por Fachin como não sendo a vara competente para julgar o ex-presidente, aparece em terceiro na pesquisa com 10%.
Como a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais, Moro está em empate técnico com Ciro Gomes (PDT), que soma 9%, com o apresentador da TV Globo Luciano Huck, também sem filiação partidária e que aparece com 7%, e com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem 4%.
João Amoedo (Novo) aparece com 2% e Marina Silva (Rede) soma 1%. Brancos e nulos são 12% e 3% não souberam ou não responderam.
Em uma simulação de segundo turno, Bolsonaro e Lula aparecem em empate técnico, com o atual presidente somando 43% contra 39% do petista. Brancos e nulos somam 15% e 3% não souberam ou não responderam.
A pesquisa foi conduzida entre os dias 8 e 9 de março, após da decisão de Fachin que recolocou Lula no tabuleiro eleitoral do ano que vem, e ouviu 1.200 pessoas por telefone.
(Por Eduardo Simões; edição Paula Arend Laier)
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