Soja ameniza baixa, volta aos US$ 14 e precisa continuar subindo em Chicago, explica analista
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Entrevista com Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja
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O mercado da soja fechou a última sessão da semana na Bolsa de Chicago com estabilidade e as primeiras posições em campo positivo, voltando aos US$ 14,00 por bushel depois de um dia intenso, de volatilidade e de realizações de lucros fortes registradas mais cedo.
Um início de normalização dos embarques da oleaginosa no Brasil, como explica o analista de mercado Eduardo Vanin, foi um dos pontos centrais dessa virada que os preços deram entre quinta e sexta-feira. Mais do que isso, as cotações passaram por uma realização de lucros depois de registrarem as máximas de 2014 e de acumularem sessões consecutivas de altas.
No entanto, Vanin afirma ainda que esse é e precisa ser um movimento pontual já que os preços não podem cair mais e precisam continuar subindo para "tirar do produtor americano a soja que ele ainda tem a negociar na exportação e principalmente entre as indústrias processadoras norte-americanas.
A demanda interna dos EUA é forte e precisa ainda de cobertura para os próximos meses, o que deve intensificar a disputa entre processadores e exportadores. Do total de 61,24 milhões de toneladas a serem exportadas pelo país na safra 2020/21, 60 milhões já foram vendidas e 50 milhões embarcadas.
"E a soja precisa subir mais do que o milho e o algodão para garantir o aumento de área. Chicago, nesse ponto, tem uma realidade bem diferente do Brasil", explica o analista.
O mercado de derivados da soja é outro fator que continua dando importante suporte aos preços dos grãos. Os óleos vegetais, também influenciados pela recuperação do petróleo e outros de seus próprios fundamentos, testam suas máximas e são, de acordo com a FAO, os líderes da inflação de alimentos.
"Em resumo, farelo e óleo dão esse suporte também de valorização para a soja em grão", diz.
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MERCADO BRASILEIRO
Na semana, um dos destaques no mercado brasileiro foram os prêmios negativos diante de uma demanda, em especial da China, um pouco mais ausente neste momento, além dos atrasos nos embarques promovidos pelas condições adversas de clima.
O que poderia mudar esse quadro seria uma volta das compras chinesas de forma mais agressiva ao Brasil e, neste momento, os prêmios negativos acabam atraindo a demanda chinesa diante de prêmios melhores e, consequentemente, margens melhores de esmagamento por lá.
"Com a soja brasileira muito barata, a China viria com fome e isso faria os prêmios subirem. Mas, para isso acontecer, seria necessário a China consiga controlar esses surtos de zoonoses que aparecem entre dezembro e janeiro. E as informações sobre isso, agora, são poucas", afirma o analista.
Ao lado dos prêmios, o câmbio também continua sendo um fator de extrema importância e suporte para os preços da soja no Brasil. Além desses dois fatores, o andamento dos preços dos fretes - que estão já mais altos - e exige monitoramento.
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Assim, a orientação de Eduardo Vanin é de que neste quadro atual do tripé de formação dos preços - prêmios em baixa, dólar alto e Chicago ainda em subida - "a recomendação é de venda da soja, se livra dos custos de armazenagem, paga suas contas em dia e compre um seguro de alta em Chicago, que é a ponta que mais promete altas durante esse primeiro semestre".
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