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Especialista aponta eficiência produtiva em áreas de arroz irrigado, diz Federarroz

Publicado em 25/02/2021 16:41 e atualizado em 26/02/2021 08:32
Tema fez parte de painel sobre mercado do arroz e da soja realizado pela Federarroz

A importância do agronegócio na economia brasileira foi um dos temas abordados no painel “Cenários de Curto e Longo Prazo para o Arroz e a Soja” realizado de forma online pela  Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), nesta quarta-feira, 25 de fevereiro. O painel previsto para a 31ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas foi adiado devido ao vendaval ocorrido no dia 10 de fevereiro em Capão do Leão que paralisou a programação. O palestrante foi Carlos Cogo, consultor em Agronegócios na Cogo Inteligência em Agronegócio e a mediação ficou a cargo do  produtor rural Gilberto Pilecco.

O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, afirmou no início da apresentação que a entidade lutou muito e teve muita coragem em realizar a Abertura Oficial da Colheita do Arroz em um momento de pandemia. “Temos a convicção de que é nossa obrigação oferecer as ferramentas para que o produtor continue ativo e com sustentabilidade em seus negócios”, enfatizou.

Ao iniciar sua palestra, Cogo destacou que neste momento em que as economias estão sendo retomadas  e a vacinação contra a Covid-19 avança gradualmente em vários países do mundo, os alimentos estão passando por um processo de alta. Ressaltou que o índice de preços do grupo das oleaginosas, cereais, carne, leite e açúcar está deflacionado em níveis reais mais altos desde 2014. “As cotações das commodities agrícolas nas bolsas internacionais em dólares já ultrapassaram agora em 2021 os níveis pré-pandemia com a soja subindo 22,3%, o arroz 10,5% e o milho 31,4%”, informou.

O especialista disse que o mesmo ocorreu com o petróleo, o que acabou favorecendo as cotações do milho, soja, algodão e dos biocombustíveis, mas que também impactou nos preços dos fertilizantes e defensivos. “Por isso, os produtores já estão fazendo a compra dos insumos para a próxima temporada”, explicou Cogo, destacando que a evolução dos preços no mercado interno, em reais, registrou ganhos devido à questão cambial, com a desvalorização do real em 25% em 12 meses somada à alta das commodities em dólares. “Por exemplo, o preço do arroz ganhou 75% e o da soja 92%”, observou.

Cogo também falou sobre as exportações lembrando que o Brasil exportou em 2020 U$101 bilhões no agronegócio e importou U$ 13 bilhões, deixando saldo na balança comercial de U$ 88 bilhões. Segundo ele, com esta marca o Brasil se torna o maior exportador líquido global do agronegócio, inclusive superando os Estados Unidos. “O segundo melhor desempenho foi do arroz com 46% de exportações a mais em volume. Isto é uma tendência. Já a soja teve um crescimento de 12%”, explicou.  

De acordo com o especialista, o agronegócio colaborou no ano passado com 26% do PIB brasileiro, é a maior colaboração desde 2005, o que mostra o grande crescimento do setor em relação a outros setores da economia. Já o Valor Bruto da Produção mostra uma projeção para 2021 com um cenário ainda melhor que o de 2020, com um faturamento que deverá romper a marca de R$ 1 trilhão, crescimento de quase 12% em comparação à 2020.

Em relação à área de arroz no Brasil, Cogo informou que houve uma queda, passando dos 6 milhões de hectares no início dos anos 80, para a faixa de 1,7 milhão, ou seja, neste período de 4 décadas, a área caiu 74% e a produção cresceu 15%. Já  a produtividade média puxada pelas áreas de arroz irrigado cresceu 336%. Cogo ressaltou que este crescimento demonstra eficiência produtiva. No Rio Grande do Sul, também houve queda na área de arroz com uma expressiva expansão da soja na Metade Sul do Estado. “Este balanço gerou um reequilíbrio no setor, tornando novamente viável a competitividade da produção de arroz irrigado naquela região”, ressaltou.

O consultor em agronegócios também falou sobre a queda de consumo per capita do arroz. Disse que nos anos 80 o brasileiro consumia 50,1 Kg de arroz por habitante/ano e que em 2019 este consumo caiu para o nível mais baixo, 32,4 Kg, mas se recuperou em 2020. “A ajuda emergencial do governo federal no ano passado foi toda canalizada para o consumo de produtos da cesta básica onde se inclui o arroz”, salientou.

No encerramento do painel, o presidente da Federarroz afirmou que ao somar os resultados da soja e do arroz fica muito clara a importância da participação da oleaginosa na propriedade. Colocou que a soja realmente aumenta a fertilidade do solo e a produtividade e, consequentemente, diminui o custo de produção. Velho disse, ainda, que os produtores precisam racionalizar as suas áreas, atualizar os custos de produção e ter cuidado com os investimentos. “Tenho a convicção que neste novo normal a sociedade brasileira terá um reconhecimento muito maior ao agronegócio, percebendo o quanto vale em tempos de pandemia não faltar alimentos no supermercado. E a Federarroz se orgulha em alavancar este protagonismo que o Estado tem na produção nacional de arroz”, concluiu. O painel contou com o patrocínio da Ihara.

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Fonte:
Federarroz

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