Milho recua na B3 seguindo CBOT e ciclo das safras brasileiras
A quarta-feira (10) chega ao final com os preços do milho registrando mais quedas do que altas no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas em Campinas/SP (1,18% e preço de R$ 86,00), Maracaju/MS e Campo Grande/MS (1,41% e preço de R$ 72,00).
Já as desvalorizações apareceram nas praças de São Gabriel do Oeste/MS, Rondonópolis/MT e Alto Garças/MT (1,41% e preço de R$ 70,00), Itiquira/MT (1,43% e preço de R$ 69,00), Primavera do Leste/MT (1,45% e preço de R$ 68,00), Castro/PR (2,50% e preço de R$ 78,00) e Amambaí/MS (3,36% e preço de R$ 70,00)
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o preço da saca do milho ficou estável entre 01 e 08 de fevereiro, encerrando o período negociado a R$ 72,63, mas já registra avanço nominal de 76,32% no comparativo com fevereiro do ano passado.
Já em Goiás, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) destacou que o milho aparece como uma boa opção ao produtor na 2ª safra. “O grão segue valorizado tanto no mercado externo, quanto na demanda doméstica, o que tem contribuído para o investimento na cultura”, diz o Boletim Agro em Dados, publicado pelo Governo de Goiás.
A estimativa é de produção de 11,9 milhões de toneladas de milho, na safra 2020/2021, mantendo Goiás na 3ª posição entre os maiores produtores do grão. A área plantada deve chegar a 1,8 milhão de hectares e a produtividade esperada em 6,6 toneladas por hectare.
Mercado do milho segue pressionado pelos números do relatório do USDA
B3
Os preços futuros do milho operaram em campo misto durante toda a quarta-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações entre 2,12% negativo e 0,10% positivo ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 85,01 com desvalorização de 2,12%, o maio/21 valeu R$ 83,75 com queda de 1,47%, o julho/21 foi negociado por R$ 78,40 com alta de 0,10% e o setembro/21 teve valor de R$ 75,00 com baixa de 1,24%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as quedas na B3 refletem as perdas demonstradas na Bolsa de Chicago e coincidem com o calendário de safras brasileiras, mostrando o contrato julho/21 em alta, justamente no pico da entressafra.
“A primeira safra já vai estar praticamente encerrada a oferta e o consumo vai avançar. Em junho ainda não teremos os grandes volumes da safrinha, que já está sendo plantada com atraso e os maiores volumes vão chegar depois da metade de junho em diante e agosto”, explica Brandalizze.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) acumulou desvalorizações para os preços internacionais do milho futuro nesta quarta-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 11,25 e 21,75 pontos ao final do final.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,34 com desvalorização de 21,75 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,32 com perda de 21,50 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,20 com queda de 18,75 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,71 com baixa de 11,25 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 3,96% para o março/21, de 3,97% para o maio/21, de 3,53% para o julho/21 e de 2,28% para o setembro/21.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, na quarta-feira, os mercados agrícolas do CME Group continuaram reagindo negativamente ao relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de terça-feira.
“O relatório do USDA na terça-feira trouxe algumas surpresas para os comerciantes de milho. Os estoques finais de milho em 1,5 bilhão de bushels, enquanto o comércio esperava algo próximo a 1,39 bilhão. As exportações de milho aumentaram apenas ligeiramente em comparação com as expectativas comerciais”, aponta Bob Linneman, da Kluis Advisors.
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