Soja deixa estabilidade de lado e encerra pregão desta 2ª feira com mais de 20 pts de alta
Nesta segunda-feira (8), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia com altas de mais de 20 pontos entre as posições mais negociadas. Depois de iniciarem o dia com estabilidade e testando os dois lados da tabela, os preços voltaram para o campo positivo e subindo entre 18,50 e 21 pontos, levando o março a US$ 13,87 e o maio a US$ 13,86 por bushel. O agosto encerrou o dia com US$ 13,23.
De acordo com analistas e consultores internacionais, parte do avanço das cotações neste início de semana se deu com o a baixa do dólar e um mercado financeiro mais poisitivo. Ao lado da soja, subiram também os preços do milho - que renovaram suas máximas em sete anos e meio na CBOT - do trigo e as demais commodities agrícolas, além do petróleo, que fechou o dia com alta de quse 2% na Bolsa de Nova York.
E ainda como explicam especialistas, os estímulos esperados para a economia americana, com falas de tom "expansionista" nos discursos do presidente americano Joe Biden e da Secretária do Tesouro, Janet Yellen contribuiram para esse otimismo no macrocenário.
Entre os fundamentos, a força veio também da lentidão da colheita no Brasil - ainda atrasada em função de adversidades climáticas - e das sinalizações de uma safra menor, principalmente na Argentina, com números recentes apontando uma produção menor do que o inicialmente estimado.
Ao mesmo tempo, a demanda pelos grãos é outro ponto de força para os preços. Nesta segunda-feira, os dados reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostraram embarques muito fortes de soja e milho - que no caso do grão ficaram acima das expectativas do mercado - e deram ainda mais espaço ao avanço das cotações.
Os embarques semanais da oleaginosa somaram 1,800,682 milhão de toneladas. Ainda assim, o volume ficou dentro das expectativas de 1 milhão a 2 milhões de toneladas. Em toda temporada, os EUA já embarcaram 49,167,370, volume que é 80% maior do que há um ano.
Paralelo a todas as notícias já conhecidas pelo mercado, os traders também acompanham as expectativas para o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz nesta terça-feira, 9 de fevereiro. As atenções mais fortes se dão sobre os estoques finais norte-americanos e globais, os quais já estão bastante apertados e podem ser, mais uma vez, revisados para baixo.
Os estoques finais de soja dos EUA são esperados entre 2,78 e 3,81 milhões de toneladas, com média de 3,24 milhões. No boletim de janeiro, o número veio em 3,81 milhões e, na safra 2019/20, ficaram em 14,29 milhões de toneladas. Ao serem confirmados os estoques nestes níveis, o USDA pode vir a registrar sua oferta mais restrita de soja desde a temporada 2013/14.
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Ao lado dos fundamentos já conhecidos pelo mercado de grãos, as expectativas sobre a nova safra de grãos dos Estados Unidos também ganham cada vez mais espaço entre os traders. O plantio está prestes a ser iniciado em meio a preços altos tanto da soja, quanto do milho, a disputa pode ser acirrada entre as duas culturas e intensificar a volatilidade no andamento dos mercados.
A mais recente pesquisa de intenção de plantio para a temporada 2021/22 norte-americana chega do portal Farm Futures e indica, contabilizando soja, milho e trigo total (inverno e primavera) uma área de 91,3 milhões de hectares. Confirmada, será 3% maior do que a da safra passada e a maior desde 2018.
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PREÇOS NO BRASIL
Nesta segunda-feira, a baixa do dólar foi fortemente compensada pelas altas em Chicago para a formação dos preços da soja no mercado brasileiro. Os indicativos subiram nos portos - entre 0,60% e 0,91% - e seguem variando entre R$ 165,00 e R$ 168,00 por saca. No interior, as cotações subiram em quase todas as praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, se mantendo próximas dos R$ 160,00 em quase todo Brasil produtor de soja.
O dólar encerrou o dia com perda de 0,21% e valendo R$ 5,37. Apesar da baixa, a moeda americana segue alta e ainda sendo também um fator de suporte para as cotações da soja no mercado nacional. Em contrapartida, na terceira perna na formação dos indicativos, os prêmios no país seguem pressionados, como explica a Agrinvest Commodities, diante da fraca demanda chinesa para embarques mais curtos.
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