Bolsonaro apela a caminhoneiros para que não façam greve e diz que governo estuda redução do PIS/Cofins
O presidente Jair Bolsonaro apelou aos caminhoneiros para que não levem adiante a greve do setor, marcada inicialmente para a próxima segunda-feira, e afirmou que o governo estuda alternativas para reduzir o Pis/Cofins para reduzir o preço do diesel, mas que a solução não é fácil.
"Estamos buscando alternativas, reconhecemos o valor do caminheiro para economia do Brasil, apelamos para eles que não façam greve porque todos nós vamos perder, sem exceção. Agora a solução não é fácil", disse ao sair de uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Um aumento de 4,4% no preço médio do diesel nas refinarias na terça-feira aumentou ainda mais as movimentações para uma greve de caminhoneiros e, no mesmo dia, uma das principais associações do setor, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), filiada à CUT, anunciou apoio ao movimento.
Bolsonaro confirmou que o governo estuda alternativas para reduzir o impacto do PIS/Cofins no diesel, mas que cada centavo de redução representa 800 milhões de reais que precisam ser encontrados em outro lugar.
"Para cada centavo no preço do diesel, que por ventura nós queremos diminuir, no caso Pis/Cofins, equivale a buscarmos em algum outro local 800 milhões de reais. Então, não é uma conta fácil de ser feita", disse. Ao ser questionado quando o governo teria uma resposta, acrescentou: "Não dá para dizer porque você olha o impacto, multiplica 33 centavos por 800 milhões, dá 26 bilhões mais ou menos, é um volume bastante grande."
Além do aumento do diesel, os caminhoneiros reclamam do baixo valor da tabela de pisos do frete, que teve um reajuste de cerca de 2,5%. A tabela foi criada no governo de Michel Temer, em 2018, quando uma greve de caminhoneiros parou o país por 10 dias e foi responsável, segundo o governo, por um PIB 1,2 ponto percentual menor do que deveria ter sido.
"Apelo para eles que não façam isso que todos nós vamos perder, você vai causar um transtorno na questão da economia, que estamos vivendo uma época de pandemia, olha o que nós passamos no ano passado, estamos passando ainda", disse.
"Eu apelo a todo o chefe de governo, de Estado, de município, que não vão para o lockdown que também atrapalha. E o Brasil não tem para onde correr mais, nossa dívida interna está na casa dos 5 trilhões, a nossa capacidade de endividamento tem um limite e temos que botar a economia para funcionar."
Bolsonaro voltou a desafiar os governadores a baixar também o ICMS do diesel, como fez em 2019. Apesar de falar do alto impacto da redução do Pis/Cofins, disse que o governo estaria disposto "a ir para o sacrifício", mas esperaria também uma redução do ICMS, que é cobrado pelos Estados.
"O diesel, o preço realmente nas refinarias, o preço está razoável, tem variado muito pouco, mas até ele sair da refinaria e chegar na bomba de combustível, ele tem ICMS, imposto que é o mais caro em termos de combustível no Brasil, e tem também a margem de lucro, tem transportadora, tem muito monopólio no meio disso", afirmou ainda.
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