StoneX reduz projeção para soja 2020/21 no Brasil após falta de chuvas em dezembro
Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - A produção brasileira de soja deve alcançar 132,6 milhões de toneladas na safra 2020/21, uma queda ante as 133,9 milhões de toneladas projetadas no mês anterior puxada pelo baixo volume de chuvas no começo de dezembro, mas que ainda configura um recorde para a temporada, estimou a consultoria StoneX à Reuters nesta quarta-feira.
"O Mato Grosso passou por um considerável período com baixos volumes de precipitação no início de dezembro", disse em nota o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Pedro Lopes.
Segundo ele, por outro lado, no Brasil como um todo, a segunda quinzena de dezembro recebeu boas chuvas e as previsões indicam que o clima deverá continuar favorável ao cultivo da soja.
"Desse modo, as expectativas ainda apontam para uma boa temporada nas principais regiões produtoras e para uma safra recorde no país", afirmou.
A área plantada com a oleaginosa teve um ligeiro ajuste de 38,317 milhões de hectares para 38,292 milhões.
Ainda de acordo com a consultoria, a projeção sobre a produtividade média da safra 2020/21 no Brasil teve um novo corte, de 3,49 para 3,46 toneladas por hectare. No entanto, a estimativa ainda supera o rendimento de 3,37 toneladas por hectare visto no ciclo anterior.
De acordo com a StoneX, o país, maior produtor e exportador global de soja, colheu 124,53 milhões de toneladas em 2019/20, em uma área de 36,9 milhões de hectares.
MILHO
Em relação ao milho, a consultoria manteve estáveis as projeções de produção na temporada 2020/21 em relação ao levantamento de dezembro, tanto para a primeira quanto para a segunda safra.
"O clima na região Sul do Brasil esteve seco pela falta de chuvas, o que afetou a produtividade local, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Entretanto, as chuvas voltaram nas últimas semanas de dezembro, o que tende a reduzir os efeitos negativos na safra de verão", afirmou, sobre o cultivo de verão.
A produção da primeira safra do cereal está estimada em 25,32 milhões de toneladas, 3,2% a menos que no ciclo 2019/20.
Na "safrinha", a StoneX estima que serão produzidas 82,4 milhões de toneladas da oleaginosa, um volume 10,8% acima do que foi produzido no mesmo período de 2019/20, configurando um recorde nacional.
"Questões relativas à demanda –como relações comerciais com a China e restrições do mercado argentino– podem trazer alterações nos números", alertou a consultoria sobre a segunda safra.
Até o momento, a produção total de milho no ciclo 2020/21 pode chegar perto de 110 milhões de toneladas, abrindo a possibilidade de estoques finais maiores, estimados em 13,8 milhões de toneladas, acrescentou a StoneX.
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