Clima traz mudanças na safra de verão; fevereiro terá menos chuvas no centro-oeste e Matopiba, confirma Climatempo
O aquecimento das águas do Atlântico e a continuidade das águas frias no Pacífico (La Niña) modificaram o panorama climático da safra de verão, explica João Castro, agrometeorologista da Climatempo/Agroclima.
-- " Se antes havia o temor de corte nas chuvas para o sul e sudeste do País, agora os modelos mostram exatamente o contrário. Teremos muita chuva sobre o sul do País e chuvas abaixo da média do Brasil Central para cima. Chamamos a atenção principalmente do Matopiba, que vai vivenciar periodos de estiagens cada vez mais frequentes pelo menos até março".
Os modelos rodados pelo NOAA (serviço meteorológico dos Estados Unidos), mais os estudos da equipe de meteorologistas da Climatempo confirmam que o INMET já antecipou ao Notícias Agrícolas: mudança surpreendente nas previsões, provocada principalmente pelo aquecimento das águas do Atlantico Sul.
-- "Vejam as simulações, a massa de água quente é enorme na costa do RIo Grande do Sul, isso provoca a formação de muita umidade para a região. Também com a ajuda da umidade que vem da Amazonia -- que, na verdade, são frentes umidas que entram pelo Atlantico Norte e rebatem na Cordilheira dos Andes, está sendo formado um corredor de umidade que permanecerá praticamente por todo o verão no centro sul do Brasil." diz João Castro.
No entanto, o agrometeorologista considera impactante também o corte das chuvas para o Norte/Nordeste e Centro-Oeste do País:
--"Não é que não haverá chuvas para essas regiões, mas elas diminuirão de intensidade. De agora em diante as frentes vão encontrar resistencia para subir até o Matopiba; em compensação, teremos muitas chuvaradas no sul do País".
(Veja entrevista acima).
Climatempo: Frente fria e ciclone extratropical deixam região Sul do BR em alerta para temporal no fim de semana
De acordo com as previsões mais recentes da Climatempo, o final de semana será marcado pela chegada de uma nova frente fria associada a um ciclone extratropical que avança pelo Sul do Brasil, aumentando os riscos de temporais com chuva e ventos fortes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
A consultoria destaca que a frente fria deve chegar na região sul já neste sábado (16), aumentando as áreas de instabilidade a partir tarde em todo o Rio Grande do Sul. "No centro-sul e no oeste gaúchos a previsão é de chuva forte e volumosa e a chuva começa ainda no período da manhã. Há previsão de temporais, com chuva e vento fortes também no noroeste e no norte do RS, no interior de SC e do PR", afirma a previsão.
A tendência é que a partir de domingo as áreas de instabilidade se espalhem, com risco de temproais em quase todas as áreas da região sul. "No leste de SC e do PR é que o tempo ainda fica aberto e as pancadas de chuva ocorrem de forma mais localizada e com menor volume acumulado, principalmente entre a tarde e a noite", prevê a consultoria.
Falando em volumes, o modelo Cosmo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) tem a previsão de acumulados entre 20 e 40 mm no oeste do Rio Grande do Sul a partir de domingo (17) e áreas de instabilidade em toda a região sul do Brasil a partir de sábado.
As previsões do Inmet vão de encontro com a Climatempo e, o modelo Cosmo sinaliza para chuvas intensas avançando para toda área nos próximos dias, com precipitação de 70 mm em algumas áreas. Para Santa Catarina e Paraná, o modelo também indica chuvas expressivas, com precipitação entre 20 e 60 mm nos dois estados.
Veja o mapa de previsão de precipitação para os próximos dias no Sul do Brasil:
Fonte: Inmet
As previsões mostram ainda que as áreas de instabilidade devem avançar até áreas do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil no final de semana. A Climatempo destaca que o estado de São Paulo continua em alerta para temporais nos próximos dias. "Os ventos continuam canalizando muito ar quente e úmido vindo do Norte do país em direção à São Paulo", afirma.
Para o Centro-Oeste, o modelo Cosmo mantém áreas de instabilidade para toda área, com destaque para o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul que devem receber os maiores volumes, entre 20 e 40 mm nas próximas 36 horas. Também há previsão de chuvas para Goiás, porém com volume mais baixo.
O Inmet também prevê chuvas para o Tocantins, com precipitação de até 60 mm no sul do estado. Há ainda previsão de chuvas para os demais estados do Matopiba, mas com volumes baixos.
Veja o mapa de previsão de precipitação para as próximas 93 horas:
Fonte: Climatempo
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wenderson lambert pouso alegre - MG
outros especialistas tbm ja apresentaram esta mesma analise do João Castro, uma vez que o pico da La nina foi entre outubro e Novembro, e com o oceano atlantico na costa do Sul e do Sudeste mais aquecido tem contribuído para esta mudança de padrão. Ja ocorreu em anos de la nina no passado, e com la nina mais fraco isto esta repetindo, nada de extraordinário, uma vez que a atmosfera é um sistema dinâmico e caótico